Brasileirão Série A
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Líder, Cruzeiro de Pepa mostra solidez e supera o Santos em jogo franco no Independência

Partida imprevisível teve dois times atirados ao ataque e muita ação até o fim

A incerteza tomou conta do torcedor cruzeirense depois da saída de Paolo Pezzolano, às vésperas da estreia no Campeonato Brasileiro. Três anos depois, a Raposa voltou à elite nacional com o português Pepa no banco de reservas. Era preciso confiar no processo. E ao menos neste sábado (6), a sensação é boa a respeito das ambições do Cruzeiro no ano, após a vitória contra o Santos, por 2 a 1.

Foi a terceira vitória seguida dos cruzeirenses na competição, alavancando o time, que antes era uma incógnita, à liderança temporária. Os mineiros não ocupavam a primeira posição do Brasileiro desde 2014. O Cruzeiro de 2023 demorou, mas pegou no tranco. E não foi qualquer tranco: os triunfos vieram contra Grêmio, Bragantino (fora de casa) e hoje, no Independência. Acima de tudo, o Cruzeiro soube se segurar firme quando pressionado por um veloz e criativo Santos.

O destaque da tarde saiu do banco, muito cedo, para resolver. Wesley não estava nos planos de Pepa para entrar jogando, mas por conta da lesão de Rafael Bilu, o atacante foi a primeira opção. E ele não decepcionou, naturalmente. Aos 21, Ramiro cruzou boa bola na frente da defesa santista. O passe não foi alcançado por ninguém de branco e lá apareceu Wesley para completar, mandando para a rede. Até ali, o jogo estava muito amarrado e com chances para os dois lados.

O fim da seca foi a melhor notícia para Wesley: ele não fazia gols desde o ano passado, quando ainda defendia o Palmeiras. Ao todo, o ponta esperou 32 jogos para voltar a balançar as redes. Ao fazê-lo, perdeu o nervosismo e retomou o gosto pela coisa. O momento impulsionou a Raposa, que tomou conta do campo e das ações, colocando o Peixe contra a parede. No intervalo, o placar era satisfatório, somado ao desempenho dos mandantes.

Nos 45 minutos finais, o Santos incomodou e cresceu. Cresceu tanto que conseguiu empatar, em boa jogada trabalhada entre Marcos Leonardo e Ângelo. Com coragem, a equipe de Odair Hellmann tentou contornar a limitação de elenco à base da vontade. O problema é que, hoje, do outro lado, estava um velho conhecido que dificultou a tarefa: o goleiro Rafael Cabral. Inspirado, o arqueiro fez defesas importantes, como a no chute de Stiven Mendoza, este ainda na primeira etapa, à queima-roupa.

Cerca de cinco minutos depois, o Cruzeiro respondeu. Se um goleiro salva ali, outro falha acolá. Bola na área, João Paulo afastou mal um cruzamento da esquerda e facilitou a vida de Wesley. Letal e sem dar mais de um toque na bola, o atacante cruzeirense empurrou para garantir a vitória. Houve algum abafa do Santos para marcar o segundo, mas sem efeito. A festa foi toda dos locais nas arquibancadas do Independência.

O Cruzeiro chega aos 9 pontos e ultrapassa temporariamente o Botafogo no saldo de gols. O Fogão recebe o Atlético Mineiro no domingo para saber se mantém a ponta. Já o Santos, que vive um ano turbulento e com várias dificuldades para montar o elenco, venceu apenas um de seus quatro compromissos até aqui. Difícil planejar uma campanha melhor com tantos problemas internos.

Foto de Felipe Portes

Felipe Portes

Felipe Portes é zagueiro ocasional, cruyffista irremediável e desenhista em Instagram.com/draw.portes
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