Novo tropeço em casa escancara terrível campanha e faz Internacional cair na real no Brasileirão
Em 2023, Internacional possui o segundo pior aproveitamento de sua história no Brasileirão de pontos corridos
Como de costume nas últimas temporadas, o torcedor do Internacional não lembrará com carinho de 2023. Pelo contrário. Além de uma eliminação traumática nas semifinais da Copa Libertadores, o Colorado amarga campanha vexatória no Campeonato Brasileiro, a segunda pior do clube na era dos pontos corridos. Na última quarta-feira (1), nova humilhação. Diante de um América-MG praticamente rebaixado, o time de Eduardo Coudet até saiu na frente, mas permitiu o empate no segundo tempo e frustrou os adeptos presentes no Beira-Rio.
O 1 a 1 contra o Coelho pode fazer o Inter, atual 13º colocado, deixar a zona de classificação para a Copa Sul-Americana de 2024. Para isso ocorrer, o Cruzeiro precisa vencer o São Paulo nesta quinta-feira (2), no Morumbi. Mais do que as chances reais de não disputar sequer a competição continental de segundo escalão na América do Sul, o Colorado, como citado, faz campanha digna de luta contra o rebaixamento.
Com 39 pontos conquistados (41,9% de aproveitamento) após 31 rodadas, o Internacional faz sua segunda pior campanha na história do Brasileirão de pontos corridos – melhor apenas do que o ano em que foi rebaixado (2016).
2023 é quase o 2016 do Internacional
Em 2016, ano do seu primeiro e, até então, único rebaixamento na história, o Inter, comandado por Celso Roth, tinha 36 pontos ganhos e 38,7% de aproveitamento ao final da mesma 31ª rodada. Ou seja, somente três pontos a mais que na atual temporada. Naquela ocasião, a equipe ocupava a 16ª colocação, mas terminaria o campeonato dentro do Z-4.
A campanha colorada no Brasileirão deste ano é tão ruim que consegue ser inferior a de outras temporadas desastrosas do clube. Em 2007, por exemplo, Alexandre Gallo fazia trabalho bem questionável e acabou sendo trocado por Abel Braga, que conduziu o time até o 11º lugar. Nesta mesma altura, o Inter tinha 41 pontos naquela oportunidade.
A temporada de 2013 também supera o calvário colorado de 2023. Há 10 anos, o Beira-Rio passava por reformas para a Copa do Mundo, e o time de Dunga e Clemer teve de jogar em Novo Hamburgo e Caxias do Sul. Apesar do sofrimento, encerrou sua participação em 13º lugar. Na 31ª rodada daquele ano, somava 42 pontos.
As piores campanhas do Inter no Brasileirão de pontos corridos
- 2016: 36 pontos na 31ª rodada (38,7% de aproveitamento), terminou com 43
- 2023: 39 pontos na 31ª rodada (41,9% de aproveitamento)
- 2004: 39 pontos na 31ª rodada (41,9% de aproveitamento), terminou com 67*
- 2007: 41 pontos na 31ª rodada (41,9% de aproveitamento), terminou com 54
- 2013: 42 pontos na 31ª rodada (45,1% de aproveitamento), terminou com 48
*Brasileirão com 24 clubes e 46 rodadas
Vilão na Libertadores, Enner Valencia virou o alento do Inter neste fim de ano
Enner Valencia talvez seja o único ponto positivo do Internacional neste final de temporada melancólico. O atacante equatoriano, contratado em junho deste ano, chegou ao clube sob muita expectativa da torcida. E o início em Porto Alegre foi para lá de promissor. Veloz e goleador, o camisa 13 foi o principal responsável por colocar o time gaúcho na semifinal da Copa Libertadores. Diante de River Plate (oitavas) e Bolivar (quartas de final), marcou quatro gols e caiu nas graças dos colorados.
Tudo ia bem com Valencia no Internacional. Até o dia 4 de outubro. Nesta data, o Colorado decidia uma vaga na final da Libertadores, contra o Fluminense. Depois de empatar por 2 a 2 no Maracanã, a equipe de Eduardo Coudet precisava de uma vitória simples no Beira-Rio para alcançar a decisão continental. De cabeça, Gabriel Mercado abriu o placar e fez a festa dos torcedores locais. No segundo tempo, o Tricolor virou, com gols de John Kennedy e Germán Cano. Minutos antes do recital carioca, Valencia desperdiçou duas chances claras de liquidar o confronto. O equatoriano não matou, e os visitantes aproveitaram.
O clima para Valencia no Inter que, antes era de festa e empolgação, mudou por completo após a derrota na semifinal. Torcedores passaram a pegar no pé do atacante, com críticas veementes e pesadas. Resiliente, o camisa 13 soube lidar com situação adversa, e hoje é o ponto fora da curva de uma equipe irregular e confusa em campo. O Colorado disputou seis jogos depois da queda na Libertadores, e Valencia balançou as redes seis vezes. Mais do que os gols, o experiente jogador de 33 anos tem demonstrado força de vontade, espírito de luta e comprometimento.
Longe da Libertadores, Inter cai na real e mira naquilo que lhe resta
Após a goleada histórica sobre o Santos e a contundente vitória diante do Vasco, o Internacional parece ter se ‘iludido' com voos mais altos no Campeonato Brasileiro. De um dia para a noite, já se falava em vaga na Libertadores nos corredores do Beira-Rio. Eis que veio o banho de água fria. Em casa, o Colorado sucumbiu diante dos virtualmente rebaixados Coritiba e América-MG e somou apenas um ponto nesta sequência.
Automaticamente, Coudet, o elenco e os torcedores caíram na real. A verdade dói, mas precisa ser dita. O Internacional, hoje, luta por uma vaga na Copa Sul-Americana do ano que vem. E antes disso, precisa chegar aos 45 pontos e eliminar qualquer risco matemático de rebaixamento. Até o fim do Brasileirão, o Colorado enfrenta: Cruzeiro (fora), Fluminense (casa), Palmeiras (fora), Red Bull Bragantino (casa), Cuiabá (fora), Corinthians (fora) e Botafogo (casa).