Fernando Diniz e Renato Portaluppi são amigos de longa data. O técnico do Fluminense foi jogador do treinador do Grêmio justamente nas Laranjeiras, em 2002. De lá para cá, muita coisa mudou, mas quando os dois times entrarem em campo na Arena, em Porto Alegre, no domingo (13), às 16h, um jogo épico com todos os envolvidos estará na lembrança.
Em 2019, gaúchos e cariocas se encontraram no estádio na terceira rodada do Brasileirão. Aos 22 minutos, o Grêmio já vencia o Fluminense por 3 a 0. O que ninguém esperava é que o placar terminaria 5 a 4… para o Flu.
Renato vivia a quarta das seis temporadas em que comandou o Grêmio na sua terceira passagem pelo clube, onde é o maior ídolo da história.
As quatro passagens do lado azul de Porto Alegre, onde é Portaluppi, entretanto, são menos do que as seis pelo Fluminense, onde é Gaúcho e também está eternizado na história.
Finalizado
2
-1
Gremio - Fluminense
Brazil Serie A - Arena do Gremio
Sete anos depois de marcar o gol de barriga do título carioca de 1995, ele voltou ao clube para a sua segunda passagem como treinador. Sob o comando de Renato Gaúcho estava um meia que se destacara no Paraná Clube no ano anterior: Fernando Diniz.
— A gente sempre se deu bem. Trabalhamos juntos no Fluminense, nos enfrentamos várias vezes e mantemos a amizade. Até pouco tempo ele era desacreditado e, agora, o trabalho dele vem sendo bem reconhecido. Fico feliz de enfrentar um amigo — declarou Renato em 2020, quando Diniz o enfrentaria pelo São Paulo.
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Um Grêmio x Fluminense para sempre
Fernando Diniz recebia a primeira chance em um grande clube do Brasil em 2019, no Fluminense. O Campeonato Carioca não tinha sido bom. O início do Brasileirão também não. Eram duas derrotas em dois jogos e logo no início do terceiro jogo, na Arena, o Grêmio abria 3 a 0.
Quem desistiu de assistir, entretanto, perdeu uma das maiores viradas dos últimos tempos no futebol brasileiro. Depois de ver os gols de André, Cebolinha e Jean Pyerre para os gaúchos, Yony González e Luciano diminuíram. O Flu foi para o vestiário perdendo por um gol.
No intervalo, Diniz pediu a palavra, e repetiu algumas vezes.
— O jogo está um a zero. Nós vamos virar.
Aos 10, Matheus Ferraz empatou. A profecia do técnico do Fluminense se tornaria realidade aos 17, quando Pedro, de pênalti, virou o jogo. A emoção, entretanto, não acabaria por ali.
Aos 39, no abafa, Kannemann empatou o jogo em 4 a 4. E quando pouca gente acreditava, Yony González, de novo, deu a vitória ao Fluminense em mais um jogo para sempre entre os rivais deste domingo.
Crise mudou de lado entre os clubes desde então
Àquela altura, os tricolores se dividiam entre os que defendiam o trabalho de Fernando Diniz e seus detratores. O clube vivia em ebulição política com a antecipação das eleições pelo então presidente Pedro Abad, pressionado junto com seu grupo político pelos anos de luta contra o rebaixamento.
Três meses depois, já com Mario Bittencourt como mandatário, o Flu demitiu Fernando Diniz. A equipe lutaria contra o rebaixamento, mas se salvaria com antecipação, comandada pelo auxiliar Marcão.
O Grêmio, por outro lado, era um time competitivo. Campeão da Copa do Brasil em 2016, da Libertadores, em 2017 e da Recopa Sul-Americana, em 2018, o clube era bicampeão gaúcho naquele ano (o que viraria tri em 2020), chegou no quarto lugar do Brasileirão e só parou no Flamengo de Jorge Jesus na Libertadores.
Conquistas que foram secando até 2021, quando Renato foi demitido e o clube acabou rebaixado à segunda divisão.
No Rio de Janeiro, o Fluminense se reestruturava. O clube não chegou a grandes conquistas, mas saiu da fila que durava 10 anos ao vencer o Carioca em 2022 e 2023. Voltou à Libertadores, em 2021, após oito anos.
Quatro anos depois do jogo épico de 2019, Fernando Diniz e Renato Gaúcho estão lado a lado: o Grêmio voltou da Série B e está no sexto lugar do Brasileirão, enquanto o Fluminense é o terceiro colocado. Na Copa do Brasil, o Flu caiu, e o Imortal está nas semifinais. Por outro lado, na Libertadores, os cariocas seguem vivos, nas quartas de final.
Jogo define quem persegue o Botafogo
Ainda com um turno para ser disputado, o Brasileirão tem um claro favorito: o líder Botafogo, que tem 13 pontos a frente de Flamengo, Fluminense, Palmeiras e Bragantino, e 14 a frente do Grêmio, que tem um jogo a menos.
O jogo pelo fechamento do turno define quem ainda terá forças para tentar perseguir o Alvinegro. Um vencedor pode cortar a diferença, enquanto o perdedor, por outro lado, pode ver a vantagem ficar ainda maior.
Nos confrontos com Fernando Diniz, Renato Gaúcho costuma levar a melhor. O treinador do Grêmio venceu seu “pupilo” três vezes em sete jogos. O técnico do Fluminense venceu apenas no grande jogo de 2019. Outros três empates aconteceram entre equipes comandadas pelos dois amigos, conhecidas pelo estilo ofensivo e de alta posse de bola.
Grêmio no Brasileirão 2023
- 6ª colocação após 17 jogos disputados
- 58% de aproveitamento até o momento
- 30 pontos conquistados com 9 vitórias, 3 empates e 5 derrotas
Fluminense no Brasileirão 2023
- 3ª colocação após 18 jogos disputados
- 57% de aproveitamento até o momento
- 31 pontos conquistados com 9 vitórias, 4 empates e 5 derrotas
