Villasanti e Suárez mais uma vez foram diferenciais ao Grêmio, que derrotou o Coritiba
O Grêmio fez uma partida de altos e baixos no Couto Pereira, mas contou com a qualidade de Villasanti e Luis Suárez em momentos decisivos contra o Coritiba
O Grêmio visitava o Couto Pereira em sequência positiva no Campeonato Brasileiro e poderia emendar outra vitória. A equipe de Renato Portaluppi vem de triunfos apertados, mas importantes, após uma série em jejum nas semanas anteriores. E de novo a capacidade decisiva gremista prevaleceu, num jogo de altos e baixos, para aumentar o desespero do Coritiba na rabeira da tabela. Villasanti, um dos xodós da torcida, abriu o placar numa jogadaça e Robson até empatou para o Coxa de pênalti. Já no final, Luis Suárez mostrou pela enésima vez que é diferente. Misturou força e técnica para entregar o gol decisivo a Ferreira, que fechou o placar em 2 a 1. Ótimo resultado para as ambições tricolores no pelotão inicial da Série A.
O Coritiba de Thiago Kosloski vinha escalado num 4-1-4-1. Gabriel Vasconcelos era o goleiro, com a defesa composta por Diogo Batista, Thalisson Gabriel, Henrique e Victor Luís. Willian Farias fechava a cabeça de área. O quarteto de meias tinha Robson, Matheus Bianqui, Sebastián Gómez e Marcelino Moreno. Maurício Garcez ficava mais à frente. O Grêmio de Renato Portaluppi foi escalado num 3-4-3. Gabriel Grando era protegido por Pedro Geromel, Walter Kannemann e Bruno Alves. Fábio da Silva e Reinaldo eram os alas, com o meio ocupado por Mathias Villasanti e Pepê. Galdino e Cristaldo davam apoio a Luis Suárez no ataque.
Villasanti dá o tom
Quase o Coritiba fez estrago com segundos de partida. Numa bola espirrada, Garcez saiu de frente para o gol e bateu por cima de Grando, mas também por cima do travessão. Apesar da emoção inicial, a partida não se desenvolveu tanto. Ficou travada, sem um domínio claro. Mesmo o Grêmio não produzia muito, insistente nos cruzamentos. O Coxa até arriscava um pouco mais, mas limitado a chutes de muito longe. Apenas no banco por questões físicas, Slimani fazia falta, sem a presença do centroavante para aproveitar algumas chegadas dos alviverdes.
O Grêmio marcou o gol em sua primeira grande jogada na partida. Foi a primeira finalização do time, já aos 27 minutos. Villasanti encontrou o caminho no que não era uma boa atuação dos tricolores. O meio-campista mordeu, roubou a bola e tabelou com Galdino. Na devolução do atacante, Villasanti escapou com espaço pelo lado direito da área e chutou firme, na saída do goleiro Gabriel. Os gremistas até pareceram se animar depois do tento. Entretanto, perderam o lesionado Pepê, com a entrada de Carballo.
O Grêmio chegou um pouco mais na reta final do primeiro tempo. Luis Suárez não fazia a melhor partida, mas foi travado numa tentativa. Num escanteio, Geromel também quase completou no meio do pagode. As bolas paradas eram um caminho para os tricolores, quase sempre com desvios de Carballo no primeiro pau. Numa dessas, durante os acréscimos, Gabriel operou um milagre para evitar o segundo. Quando o Coritiba tentava a resposta, não tinha qualidade.
Suárez prepondera
O Coritiba voltou com Slimani no lugar de Matheus Bianqui para o segundo tempo. Ganhava mais qualidade ofensiva e passava a rondar mais, com novos recursos. O Grêmio tentava administrar a situação, mas não fazia muito para aumentar a diferença e ainda perdeu Geromel, lesionado, dando lugar a Bruno Uvini aos nove minutos. O Coxa passou a se movimentar mais na linha de frente e a buscar o gol. Conseguiu o empate aos 15 minutos, num pênalti. Foi uma marcação discutível, já que as imagens sobre não pareceram tão conclusivas – houve um toque no bico da chuteira de Marcelino Moreno, que também dobrou o joelho. No entanto, o VAR confirmou e Robson balançou as redes.
O Grêmio tentou uma resposta imediata depois do gol. Viveu seu melhor momento no segundo tempo, com uma série de oportunidades. Villasanti mandou por cima do travessão, enquanto Reinaldo levou perigo num chute cruzado. Luis Suárez também era mais ativo na linha de frente e os tricolores encaixotavam o Coritiba. Era uma grande pressão gremista, com finalização atrás de finalização, mas pouca precisão. Reinaldo teve outra bola em que poderia ter procurado Suárez. Depois, Galdino quase anotou um golaço, ao fazer fila e chutar prensado para fora. Fábio ainda arriscou sem direção após escanteio.
O Grêmio fez três mudanças aos 27, com as entradas de João Pedro, Ferreira e Lucas Besozzi. Andrey era novidade no Coritiba. As trocas voltaram a deixar o jogo picado e com erros, além de render uma sequência de cartões. Jesé e Jamerson viravam mais duas novidades do Coritiba. Neste momento, Bruno Gomes deu um susto num chute desviado que ricocheteou em todo mundo e passou muito perto da trave. Porém, o Tricolor se mostrou mais contundente e retomou a vantagem aos 38.
Brilhou a estrela de Suárez, numa jogada digna de sua história no futebol – de talento e também de raça. O Pistoleiro ganhou no jogo de corpo dentro da área e, diferente da maioria absoluta dos jogadores, não quis cavar o pênalti. Pelo contrário, Diogo Batista é que ficou no chão. Luisito chegou à linha de fundo e só rolou para a Ferreira, num presente que o substituto não desperdiçou. Bola nas redes e abraço no veterano.
A reação do Coritiba sequer pôde ser esboçada. As esperanças ficavam pelo caminho aos 40 minutos, quando Slimani foi expulso. O argelino empurrou Kannemann dentro da área e recebeu o segundo amarelo. Pareceu mais uma decisão contestável da arbitragem, mas esta sem direito a VAR, como não foi um vermelho direto aplicado por Marcelo de Lima Henrique. Com isso, o Coxa não faria muito para tentar o empate novamente. O Grêmio recuou e fechou bem os espaços. Até tentou mais o terceiro, com um tiro de Ferreira para fora. O elenco gremista é melhor e isso fez toda a diferença, sobretudo no segundo tempo.
O Grêmio chega aos 53 pontos no Campeonato Brasileiro, na briga pelas primeiras posições e de camarote para o Botafogo x Palmeiras, que tanto interessa. É a terceira vitória consecutiva do time de Renato Portaluppi, que volta a se recuperar na campanha. Já o Coritiba ocupa o 19° lugar, com 23 pontos. A salvação soa cada vez mais difícil, a 12 pontos de sair do Z-4.