Fluminense volta a enfrentar Fortaleza em Volta Redonda após 18 anos de jogo marcante

Ainda na ressaca da classificação para as semifinais da Libertadores, o Fluminense terá um duro adversário pela frente no Campeonato Brasileiro. O Fortaleza, um dos times que bateu o Tricolor no primeiro turno, volta ao Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, neste domingo (3), às 16h (de Brasília), 18 anos depois de um jogo marcante em que o Tricolor venceu e quebrou um jejum histórico.

O time comandado por Abel Braga conquistara o Campeonato Carioca, ainda com o Maracanã aberto, e fazia grande campanha. Não à toa, quase 13 mil pessoas foram ao renovado Estádio da Cidadania acompanhar o Flu — eram apenas 14 mil ingressos à disposição. Auxiliar de Fernando Diniz, Marcão estava no Fluminense que venceu o Fortaleza no Raulino de Oliveira em 2005.

Você sabia?

Maiores públicos do Fluminense no Raulino de Oliveira após a remodelação (2004)

3 x 5 Itália – 2014 – 17.023
4 x 3 Ponte – 2005 – 16.115
4 x 1 Athletico – 2005 – 16.063
0 x 2 Atlético-MG – 2005 – 15.992
2 x 2 Palmeiras – 2005 – 15.425
3 x 2 Santos – 2011 – 15.256 pic.twitter.com/vkUDmFaanM

— Enciclopédia Tricolor (@Flupedia) July 23, 2022

Já o Fortaleza voltava à Série A após subir e ser rebaixado em 2003. Anos antes da gestão de Marcelo Paz, o Leão do Pici tentava se consolidar na primeira divisão, sem muito sucesso.

03/09/23 - 16:00

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Fluminense - Fortaleza EC

Brazil Serie A - Maracana

Naquele ano, a equipe também conquistou o estadual sobre o arquirrival Ceará, e tinha um bom time, com jogadores experientes como o goleiro Bosco e os meias Lúcio Bala e Fumagalli, além de destaques mais jovens como o zagueiro Ronaldo Angelim, que brilharia pelo Flamengo anos depois, e os atacantes Rinaldo e Clodoaldo — conhecido por sua inconfundível música das arquibancadas.

Após 18 anos, os dois clubes voltam a se enfrentar no Raulino de Oliveira em confronto direto na parte de cima da tabela. O Flu é o quinto colocado, e o Fortaleza é o oitavo.

— Antes do Internacional, que é um grande adversário, vamos pensar também no Fortaleza, porque o Brasileirão também é importante para nós — afirmou Fernando Diniz, em coletiva após a vitória do Flu sobre o Olimpia no Defensores del Chaco.

Em 2005, Flu venceu em baile de Felipe, vira vice-líder e quebra tabu

A vitória por 2 a 0 com gols de Juninho e Beto, construída no segundo tempo, colocou o Fluminense na vice-liderança da competição. A partida foi a terceira do meia Felipe após uma suspensão de cinco meses que chocou o país em 2005. Ele teve grande atuação e foi muito elogiado à época.

— Para mim não é segredo, as pessoas falaram que ele não tinha vaga. Ele é um gênio da bola. Ficou cinco meses sem jogar, ainda não está 100% do joelho e está desequilibrando. Fico muito feliz por ele. Ele tem vaga em qualquer time do Brasil e do mundo — opinou Abel Braga.

Identificado com o Vasco, o camisa 10 do Tricolor vinha de grande temporada pelo arquirrival Flamengo, e acabou recebendo do STJD um gancho inédito de 180 dias por agredir o volante Marcos Mendes em confronto contra o Campinense, pela Copa do Brasil.

Sem ele — e também sem Arouca e Diego Souza, na seleção sub-20, além de Gabriel, suspenso na decisão —, o Fluminense bateu na trave e ficou com o vice da Copa do Brasil, derrotado pelo Paulista de Jundiaí de Vagner Mancini e Márcio Mossoró.

Fluminense 3 x 1 Campinense – 02/03/2005

Após perder na ida por 1 x 0, o Flu conseguiu reverter o resultado com dois gols de Tuta e um de Felipe, passando para a segunda fase da Copa do Brasil

Jogo ficou marcado pela agressão do meia Felipe ao volante Marcos Mendes. pic.twitter.com/zp2ydwpasu

— Enciclopédia Tricolor (@Flupedia) March 2, 2020

O jogo ainda marcou uma quebra de tabu importante. O Flu não batia o Fortaleza desde 1983, quando Cristóvão Borges (2), Jason (2) e Aldo marcaram os gols da vitória por 5 a 2 do Tricolor que ainda formava o time tricampeão carioca em 1983, 1984 e 1985 e campeão brasileiro de 1984, em decisão contra o Vasco.

Então mais moderno do Brasil, Raulino foi a casa do Fluminense em 2005

Com o Maracanã fechado para obras para o Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, o Tricolor adotou o estádio recém reformado no Sul Fluminense como casa em 2005.

Inaugurado em 1951, com nome em homenagem ao general Sylvio Raulino de Oliveira, então presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, empresa que é o motor econômico de Volta Redonda e custeou as obras, a nova “arena” recebeu o nome de “Estádio da Cidadania”, em função das contrapartidas sociais à cidade.

Fluminense 4 x 3 Santos

? 25 de Setembro de 2005
? Raulino de Oliveira
? Campeonato Brasileiro
⚽️ Arouca, Petkovic, Leandro e Gabriel

1️⃣1️⃣ Kleber, Gabriel, Gabriel Santos, Igor, Juan, Marcão (Radamés), Arouca, Petkovic, Leandro, Beto (Adriano Magrão) e Tuta.

? Abel pic.twitter.com/wedIT550Vc

— Enciclopédia Tricolor (@Flupedia) September 25, 2020

Àquela altura, o Raulino foi o primeiro estádio de futebol no Brasil a abrigar um complexo de esportes, lazer, saúde e educação com acesso gratuito à população. Também por isso, era considerado o mais moderno do Brasil, à frente até da Arena da Baixada, do Athletico-PR, à época ainda sem H no nome.

Ao todo, o Fluminense já disputou 120 jogos por lá desde 1951 — o Tricolor participou da inauguração do estádio, em derrota para o Botafogo, por 3 a 1 —, com 66 vitórias, 26 empates e 26 derrotas. O Sul Fluminense é uma das regiões do estado do Rio de Janeiro com maior concentração de tricolores.

Torcida empolga com Libertadores, e previsão é de casa cheia

Se recebeu bom público em 2005, o confronto deve ter casa cheia novamente em 2023. A carga de 14 mil ingressos já foi esgotada na esteira da empolgação dos tricolores com o retorno às semifinais da Libertadores após 15 anos.

Contra o América-MG, na última rodada do Brasileirão, o Flu ultrapassou a marca de 1 milhão de torcedores como mandante no Maracanã na temporada. A média de público é a quinta melhor do país em 2023: 36.473, sendo 40.600 no Maior do Mundo.

Já sem Marlon e Marcelo, Fluminense tem desfalque de Ganso

Após sair com dores no joelho esquerdo na vitória por 3 a 1 sobre o Olimpia em Assunção, o meia Ganso será poupado do jogo em Volta Redonda.

O camisa 10 tem convivido com mais lesões em 2023 que o fazem ser mais inconstante do que a temporada passada. Fernando Diniz ainda não definiu seu substituto. Daniel, Lima, Martinelli e Alexsander brigam pela vaga.

Existe a possibilidade de outros jogadores também ficarem no banco de reservas contra o Fortaleza, como Felipe Melo, Samuel Xavier e Germán Cano. Marlon está suspenso pelo terceiro cartão amarelo, enquanto Marcelo também está fora por lesão muscular.

Fluminense no Brasileirão 2023

• 5ª colocação após 21 jogos disputados
• 55% de aproveitamento até o momento
• 35 pontos conquistados com 10 vitórias, 5 empates e 6 derrotas