Brasileirão Série A

Faltou repertório ao Inter contra o Atlético-GO para sair mais do que com o empate

Internacional cria pouco, peca na finalização e só empata com Atlético-GO, que conquista o primeiro ponto

Após um primeiro tempo para esquecer dos dois lados, o Interacional melhorou, buscou o empate e pressionou o Atlético-GO neste domingo (28). No entanto, um pouco por falta de repertório, um pouco por falhas na conclusão, não foi o suficiente para sair mais do que com o 1 a 1 pela 4ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O Colorado, no Beira-Rio, sabia que tinha a obrigação de ficar com a bola o tempo todo e ser o protagonista no jogo. Fez isso na etapa inicial, mas foi o famoso “arame liso”, sem criar nada que incomodasse o goleiro adversário.

O mandante voltou para o segundo tempo com a mesma postura, só não esperava que uma mudança de Jair Ventura fizesse a diferença para mudar o placar. Em um tiro de meta da defesa, Derek Freitas, saindo do banco no intervalo, ficou em condições para disparar no ataque quase sozinho. O centroavante limpou facilmente Gabriel Mercado e quando Sergio Rochet veio deu uma cavadinha, golaço. No campo, foi marcado impedimento porque a bandeirinha pensou que Maguinho tinha tocado na bola antes de chegar no colega, mas o VAR ajudou para validar o tento.

Tomar um gol aos quatro minutos poderia tirar a confiança do Inter, mas o time de Eduardo Coudet soube reagir apenas cinco depois. Wesley recebeu com muito espaço na ponta esquerda, ajeitou para perna direita e levantou na área. Rafael Borré infiltrou e deu uma testada fatal para empatar.

Contando os acréscimos, o Colorado teve mais de 40 minutos para virar o jogo e não conseguiu, por isso estacionou na sétima colocação com sete pontos. O Dragão goiano conquistou o primeiro pontinho após três derrotas e é o vice-lanterna.

Dia histórico para o futebol brasileiro

O jogo entre Inter e Atlético Goianiense entrou para história do Brasileirão por ser o primeiro apitado apenas mulheres no campo e no VAR. Edina Alves foi a árbitra principal, tendo como assistentes Neusa Inês Back e Fabrini Bevilaqua Costa, além de Thayslane de Melo Costa como quarto árbitro. Daiana Muniz comandou a cabine do vídeo e Amanda Pinto Matias era a AVAR. Por fim, Charly Wendy Straub Deretti foi a assistente de árbitro de video, enquanto Regildênia de Holanda Moura a observadora de VAR.

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A estrutura ofensiva do Inter e a resposta do Atlético

Na fase avançada com a bola, o Inter buscava colocar muitos jogadores na última linha de defesa adversária. Apenas Renê se alinhava aos zagueiros para fazer a saída, com Thiago Maia sendo o apoio mais próximo. No ataque, Fabricio Bustos (direita) e Wesley (esquerda) eram os responsáveis pela amplitude, enquanto Bruno Henrique, Mauricio, Borré e Lucca se movimentavam por dentro.

Enquanto isso, o Atlético de Jair Ventura não pressionava tanto e se fechava no 4-1-4-1. Apenas o centroavante Emiliano Rodriguez ficava mais à frente, tendo às vezes o apoio na pressão de Maguinho ou Shaylon. As linhas do clube goiano estavam tão baixas que os zagueiros colorados, especialmente Vitão, tinham que conduzir muito a bola para encontrar espaço.

1º tempo de dar sono no Beira-Rio

Uma forma de resumir a etapa inicial é o Inter com a bola na intermediária, quase sempre com Vitão (terminou com 65 toques na bola) ou Renê (64), procurando espaços – e não encontrando – e o Atlético se defendendo em linhas bem próximas e baixas.

Nesse cenário complexo, o Colorado não mostrou repertório para criar alguma chance realmente clara. Começou tentando um jogo por dentro, não deu certo. Depois, via jogo pelos lados e cruzamentos, se aproximou mais do objetivo. Aos 41, um cruzamento de Bustos passou por Borré e chegou em Renê, que foi bloqueado na hora de chutar. Essa foi a melhor chance dos donos da casa neste primeiro tempo. O goleiro Ronaldo só trabalhou em um fácil chute de Maurício no meio do gol.

Apesar dos elogios para o trabalho defensivo, deve se criticar o quanto o visitante abdicou totalmente de atacar. O contra-ataque não existia e basicamente só teve um momento segurando mais a bola. No restante, só ficou atrás da linha da pelota e fechou (bem) os espaços. Como Ronaldo, Rochet fez que encaixar uma finalização fraca de fora da área, dessa vez de Luiz Fernando.

Inter cria mais, mas não o suficiente

Dá para dizer que o jogo finalmente “começou” no segundo tempo após um primeiro de nenhuma emoção. O Dragão, pós-gol, praticamente não levou mais perigo e se recuou todo para sair com um ponto – conseguiu, apesar de sofrer.

O Inter tentou forçando muitos cruzamentos. Foi assim em tentativas de Borré, Mauricio e Gustavo Prado, todas sem eficácia. A grande chance colorada para virar aconteceu aos 32, quando Mauricio, mais por dentro no segundo tempo, fez jogaçada pela esquerda, cruzou na saída de Ronaldo e Borré chutou sem goleiro, mas Roni tirou em cima da linha. Nos minutos finais, Wesley quase fez um gol de placa ao limpar dois na defesa, só que na hora de chutar na meia-lua isolou.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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