Perdida, diretoria do Corinthians elevou Mano de plano B a contrato de longo prazo em 24h
Diretoria do Corinthians mostra mais uma vez que planejamento é completamente falho com a chegada de Mano Menezes

A diretoria do Corinthians parece ter um objetivo exclusivo: mostrar que o planejamento é falho. Se isso ainda não havia ficado claro para o torcedor, agora, depois da aguardada e iminente demissão de Vanderlei Luxemburgo, isso ficou escancarado.
Isso porque o presidente Duílio Monteiro Alves teve inúmeras oportunidades em quatro meses para demitir o treinador, mas foi empurrando com a barriga o problema que estava evidente, optando por bater o martelo na véspera do Majestoso e há apenas seis dias da decisão da Copa Sul-Americana.
Vale destacar que Mano Menezes estava disponível no mercado desde julho, então o trabalho do novo treinador poderia ter começado há pelo menos dois meses e só veio depois da recusa de Tite.
A situação insustentável de Luxemburgo e Mano o plano B
A situação de Vanderlei Luxemburgo à frente do Corinthians estava insustentável. O time não conseguiu engatar nenhuma sequência de vitórias, e a falta de um padrão tático foi evidente, especialmente nos últimos jogos. Além disso, nas entrevistas pós-jogo, o treinador demonstrava uma enorme incoerência com o que tinha sido apresentado em campo pela equipe. Resumindo, a diretoria teve inúmeras oportunidades para demiti-lo, mas só tomou essa decisão na quarta-feira (27).
A demissão gerou expectativa, uma vez que Tite, livre desde a Copa, estaria disposto a voltar a trabalhar e teria iniciado conversas com o Flamengo. No entanto, ele já havia dito que não negociaria com algum clube que tivesse técnico. Portanto, quando a demissão de Luxemburgo foi anunciada, os torcedores criaram a expectativa de que a diretoria estava trazendo Adenor.
No final, Tite não aceitou voltar, aparentemente para não ser usado como um escudo para as eleições que aconteceriam daqui a um mês. Assim, a diretoria recorreu ao plano B: Mano Menezes.
Mas se Mano fazia parte plano, por que não fez essa mudança antes?
Se tivessem pensado nessa situação, Mano Menezes poderia já ter começado a trabalhar durante a última Data Fifa, ajustado o que precisava e o time poderia estar em uma posição diferente para os jogos decisivos contra o Fortaleza na Copa Sul-Americana.
O contrato com Mano vai até o final de 2025, o que é ainda mais surpreendente devido à sua longa duração, ligando-o a dois terços do mandato do próximo presidente do clube, que será escolhido em novembro. O clube não divulgou o valor de uma possível multa rescisória.
Planejamento da diretoria foi falho
Voltando ao fim da temporada de 2022, quando Vitor Pereira deixou o clube para assumir o Flamengo, o Corinthians teve a oportunidade de buscar Dorival Júnior, que havia conquistado a Libertadores da América e a Copa do Brasil com o Rubro-Negro, incluindo uma vitória sobre o próprio Timão. No entanto, a diretoria optou por deixar Dorival passar (mais de uma vez), e o São Paulo aproveitou para contratá-lo, e para surpresa de ninguém, e conquistar a Copa do Brasil de 2023 com o Tricolor Paulista.
A escolha da diretoria foi a efetivação de Fernando Lázaro, que na época integrava a comissão de Tite na Seleção Brasileira e estava na Itália para o início da preparação para a Copa do Mundo, no Catar. Lázaro voltou ao Brasil e assumiu o comando do elenco.
Inicialmente, esperava-se que Fernando permanecesse como interino, mas ele foi efetivado como treinador. Mesmo com o bom relacionamento com a maioria do elenco, que o conhecia há muito tempo, o trabalho não rendeu frutos. O Corinthians foi eliminado no Paulistão pelo Ituano e na Copa do Brasil perdeu para o Remo fora de casa, o que levou à demissão de Lázaro.
A chegada de Cuca foi, em todos os sentidos, um erro, uma vez que a torcida já havia rejeitado qualquer possibilidade de aceitar o treinador meses antes. A diretoria, no entanto, não esperava a quantidade de críticas e protestos que a torcida faria. Vale lembrar que Duílio não demitiu Cuca; foi o próprio treinador que optou por não continuar o trabalho no Alvinegro.
Para corrigir as coisas e dar um tempo para respirar, Duílio recorreu a Luxemburgo, e o resto da história trouxe o Corinthians até aqui, pressionado no Brasileirão e na Copa Sul-Americana, que nem era uma prioridade.