Botafogo faz seu papel, explora os erros do Palmeiras e vence no Allianz
Gol solitário da partida foi de Tiquinho Soares, artilheiro do time no campeonato
Tabus foram feitos para serem quebrados, e o Botafogo compreende isso mais do que ninguém nesse momento. Fora de casa, diante de um Palmeiras que não perdia no Allianz Parque há quase um ano, a equipe carioca ampliou sua vantagem na liderança ao vencer por 1 a 0, neste domingo (25), pelo Campeonato Brasileiro.
O time de Luís Castro mostrou muita força de espírito ao suportar o ataque palmeirense ao longo da primeira etapa sem ser vazado. Ainda que Gustavo Gómez tenha marcado, de cabeça, perto do intervalo, o lance foi anulado por impedimento do capitão alviverde. Além de estar bem postado sob pressão, o Fogão teve sorte e competência com a bola no pé.
Depois da derrota fora de casa no meio de semana, para o Bahia, o Palmeiras repetiu o roteiro dos gols perdidos que fizeram falta. Perdeu um, dois, três, e quando viu, em apenas uma espetada, o Botafogo marcou e definiu o confronto. Faltou inspiração e uma boa atuação dos destaques da equipe de Abel Ferreira. A famosa “faca entre os dentes” não se fez visível hoje na postura do Verdão.
O gol botafoguense saiu em um lance ocasional, mas que mostra o nível de atenção dos comandados de Castro no ano. Uma bola na área que foi mal afastada por Zé Rafael, apenas para que Tiquinho Soares pegasse a sobra, fintasse o volante e batesse de forma indefensável para Weverton. Foi um dos poucos lances em que o Botafogo esteve perto do gol, e o goleador tratou de aproveitar, anotando seu 10º gol na competição.
Pressionado para não sofrer nova derrota no Brasileiro, o Palmeiras se lançou ao ataque, mas acabou frustrado pela falta de pontaria e, por que não, de sorte. Gómez teve gol anulado, Rony e Artur perderam gols de cara para Lucas Perri e o próprio arqueiro alvinegro respirou aliviado quando falhou, mas o ataque palmeirense também errou a mira.
Na segunda etapa, poderia se esperar um Palmeiras mais letal e objetivo, em um dia normal. Exceto que hoje não era um dia normal. Com Raphael Veiga muito errático, uma marcação forte e bem feita em Dudu e uma tarde pouco inspirada de Rony, o time de Abel se viu limitado a chuveirar a bola na área, como no lance do gol anulado de Gómez. Não deu certo. Poderia ter dado caso Veiga tivesse convertido o pênalti que foi dado em um empurrão infantil de Leonel Di Plácido em Luan, dentro da área, numa dessas tentativas de bola alçada, no minuto 36. Veiga tentou tirar demais de Perri e acabou batendo para fora.
Erros, falta de atenção e envolvimento com o jogo foram as causas da derrota do Palmeiras. E ainda ficou barato. O Botafogo, mesmo sem atacar tanto, criou três chances bastante perigosas na etapa complementar, se aproveitando da tendência ofensiva dos donos da casa. Não foi um resultado construído meramente ao acaso. O Fogão se defendeu muito bem e fez seu placar por saber a hora de contragolpear e se esquivar da porrada do adversário.
Alguém falou em tabu? O Botafogo não tinha conseguido vencer no Allianz Parque desde a inauguração do estádio, em 2014. Conseguiu hoje. O Palmeiras, por sua vez, quebrou o segundo tabu seguido no Brasileiro, depois de ser derrotado pelo Bahia, em Salvador, após 35 anos.
O resultado consolida uma campanha memorável do Glorioso na temporada. São 10 vitórias e apenas duas derrotas. Agora, a equipe de Luís Castro abre sete pontos de distância para o Grêmio, que assumiu a liderança após golear o Coritiba, também neste domingo, por 5 a 1. Em terceiro, o Palmeiras volta suas atenções para a Libertadores, competição pela qual definirá sua colocação final no grupo diante do Bolívar, na quinta-feira, também no Allianz Parque.
