Brasileirão Série A

Iguais só no placar: empate faz Botafogo sair do G4, mas garante permanência do Cruzeiro na Série A

Em jogo de poucas emoções, Cruzeiro e Botafogo souberam o desfecho da temporada: Raposa não cai e o título ficará longe do Nilton Santos

É oficial! O Cruzeiro está garantido na Série A do Campeonato Brasileiro de 2024. O time celeste empatou em 0 a 0 com o Botafogo, na noite deste domingo (3), no Nilton Santos, em jogo de poucas emoções. Se por um lado o resultado, somado a outros da rodada, salvou a Raposa, por outro, fez o Glorioso dar adeus, de forma oficial, a luta pelo título do campeonato. Além disso, a equipe de Tiago Nunes perdeu sua vaga no G4.

O resultado deixou o Cruzeiro na 14ª colocação, com 46 pontos em 37 jogos. O time celeste não pode mais ser alcançado pelo Bahia, que tem 41, com apenas mais três em disputa. O Botafogo, por sua vez, termina a penúltima rodada do Brasileirão na quinta posição, com 64 pontos, um a menos que o quarto colocado, Grêmio, fora do G4, que dá vagas diretas para a fase de grupos da Copa Libertadores.

Melancolia e protesto no Nilton Santos

Com o Botafogo praticamente sem chances de título antes mesmo da bola rolar, o jogo no Nilton Santos teve clima de melancolia. Nem mesmo a promoção feita pelo clube, com a entrada de mulheres e criança de graça, conseguiu encher o estádio. Com poucos ingressos vendidos, o Glorioso nem sequer abriu os setores Norte e Oeste Superior. O Botafogo teve o seu segundo pior público neste Brasileiro.

E os torcedores que foram ao jogo aproveitaram para protestar. Boa parte dos jogadores foi vaiado durante o anúncio da escalação. Apenas Danilo Barbosa, Victor Sá, Junior Santos e Tiquinho Soares foram poupados das vaias. Mas, ainda antes da bola rolar, os torcedores puxaram o grito de “time sem vergonha”. Além disso, um grupo de botafoguenses levou uma faixa de protesto com a frase “Cagões como vocês não fazem história”.

Com a bola rolando, alguns jogadores não tiveram paz. Durante praticamente toda a partida, o zagueiro Cuesta, o volante Marlon Freitas e o atacante Luis Henrique eram vaiados sempre que tocavam na bola.

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Cruzeiro chegou desfalcado

Com os desfalques de William (suspenso) e Filipe Machado (lesionado), Paulo Autuori precisou mexer no time, não podendo repetir a escalação do empate contra o Athletico-PR. O contestado lateral-direito colombiano Helibelton Palacios e Luca Silva, recuperado de lesão, foram os escolhidos para substituírem os indisponíveis.

O Cruzeiro iniciou a partida com: Rafael Cabral; Palacios, Neris, Luciano Castán e Marlon; Ian Luccas, Lucas Silva, Japa; Matheus Pereira, Bruno Rodrigues e Arthur Gomes.

Os atacantes reservas Wesley e Rafael Elias foram dois outros nomes que não viajaram para o Rio de Janeiro. Enquanto o camisa 11 passou por cirurgia no ombro, o 40 não foi relacionado por opção da comissão técnica.

Botafogo tentou o ‘tudo ou nada'

Até com a vaga direta na Copa Libertadores ameaçada, o Botafogo foi, mais uma vez, para o “tudo ou nada” nesta reta final do Campeonato Brasileiro. O técnico Tiago Nunes fez mudanças no time e escalou quatro atacantes entre os titulares: Victor Sá, Luís Henrique, Junior Santos e Tiquinho Soares. O camisa 7 foi o que atuou um pouco mais recuado, aberto no lado esquerdo.

Mas, como era de se esperar, o time do Botafogo entrou em campo nervoso e, em alguns momentos, até deu a impressão de não estar totalmente ligado no jogo e na necessidade da vitória para se manter no G-4 do Brasileiro. Assim, mesmo com os dois times muito tendo muitos erros em campo, o Cruzeiro conseguiu levar mais perigo.

A partir dos 10′, o Botafogo conseguiu equilibrar o jogo e assustou duas vezes com Tiquinho Soares. Primeiro, o atacante finalizou para boa defesa de Rafael Cabral. Depois, o chute passou perto do gol adversários. Mas, em um jogo muito fraco tecnicamente, essas foram as duas únicas boas chances do Botafogo na primeira etapa, justificando as vaias da torcida no fim do primeiro tempo.

Cruzeiro faz primeiro tempo pouco inspirado

Os primeiros 15 minutos de Botafogo e Cruzeiro foram um deserto de ideias. Bem postado na defesa, o time carioca não dava espaços para os jogadores celestes, que também paravam nos erros de passe. O mau jogo celeste acabou chamando a equipe de Thiago Nunes, que passou a gostar do jogo.

A falta de inspiração do ataque celeste era tanta que a primeira finalização só foi sair aos 35 minutos, em jogada individual de Arthur Gomes que terminou com defesa tranquila de Lucas Perri. A segunda aconteceu somente aos 44, num chutaço de Lucas Silva, em uma cobrança de falta do meio da rua, que o goleiro botafoguense espalmou. Aos 47, Bruno Rodrigues completou, mal, um cruzamento em falta batida por Matheus Pereira, mandando para fora.

Incrível gol perdido representa Brasileiro do Botafogo

Logo no começo da etapa final, o Botafogo foi salvo duas vezes por Lucas Perri, que fez duas grandes defesas em um mesmo lance de Matheus Pereira. E, em seguida, o Glorioso teve uma oportunidade que representa bem tudo o que o clube viveu neste Brasileiro. Carlos Alberto, que havia acabado de entrar, fez grande jogada individual pelo lado direito do campo e tocou para Luis Henrique, que entrava livre na área. O camisa 11 saiu na cara de Rafael Cabral, mas dominou mal, se enrolou com a bola, e foi desarmado.

Desesperado e deixando o G-4 com a vitória do Grêmio, que jogava no mesmo momento, o Botafogo mais uma vez parece ter dado um “all in” no final do jogo. Depois de pedidos da torcida, o técnico Tiago Nunes colocou o atacante Diego Costa no lugar de Luis Henrique, que saiu muito vaiado. Mas o Botafogo pouco conseguiu fazer. Apenas Carlos Alberto, de cabeça, teve uma boa oportunidade, mas também desperdiçou. No fim, Tiago Nunes ainda promoveu a estreia do jovem Newton como titular, mas ele pouco conseguiu ajudar a equipe, que terminou o jogo sob gritos de “time sem vergonha”, chegando a 10 jogos sem vencer e dando adeus, oficialmente, ao título do Brasileiro.

Cruzeiro joga para o gasto e garante empate

Se no primeiro tempo o Cruzeiro demorou a finalizar, a situação mudou na etapa final. Logo no primeiro minuto de jogo, Matheus Pereira recebeu bola de Ian Luccas e bateu firme, Lucas Perri espalmou e no rebote o camisa 96 chegou batendo novamente, mas o goleiro botafoguense cresceu e pegou novamente.

Aos 12 minutos, Matheus Pereira novamente participou bem de uma ação ofensiva do Cruzeiro. O camisa 96 lançou Arthur Gomes nas costas da defesa botafoguense, mas, mesmo em boa condição para finalizar, já dentro da área, bateu muito mal, de esquerda. O lance foi a gota d'água para Paulo Autuori, que sacou o camisa 19 para colocar o atacante Robert, cria da base do clube. Aos 22, mais duas mudanças no Cruzeiro. Saíram Ian Luccas e Matheus Pereira, substituídos por Mateus Vital e Nikão.

Com o passar dos minutos, o Cruzeiro perdeu força ofensiva e o Botafogo voltou a marcar presença no campo de ataque, assustando em alguns lances. Notando um início de pressão do Glorioso, Paulo Autuori reforçou o jogo aéreo defensivo do time colocando João Marcelo na vaga de Lucas Silva. O garoto João Pedro, mais um vindo do sub-20 da Raposa, também entrou em campo, para tentar explorar os espaços deixados pelos cariocas.

Os minutos finais se arrastaram com um Botafogo tentando um abafa, mas sem muita inspiração, pouco assustou. O zagueiro João Marcelo, que entrou de volante no jogo, conseguiu fazer boas intervenções e ajudar a defesa celeste a sair zerada do jogo.

Estatísticas de Botafogo x Cruzeiro – 37ª rodada do Campeonato Brasileiro

Posse de bola: Botafogo 61% x 39% Cruzeiro
Finalizações (a gol): Botafogo 16 (2) x (3) 7 Cruzeiro
Escanteios: Botafogo 6 x 2 Cruzeiro
Passes (certos): Botafogo 527 (456) x (268) 346 Cruzeiro

Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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