Brasileirão Série A

Apesar de susto, Bahia de Ceni leva a melhor contra o Coritiba em noite de estreias

Na primeira noite de Rogério Ceni, Bahia vence o Coritiba fora de casa por 4 a 2; Slimani e Samaris vestiram a camisa do Coxa pela primeira vez

O novo Bahia de Rogério Ceni mostrou sua cara nesta quinta-feira (14), no estádio Couto Pereira. Apesar do susto no minuto inicial com o gol do Coritiba, o Tricolor Baiano logo se colocou nos trilhos, virou a partida ainda no primeiro tempo e fechou o placar em 4 a 2, em jogo válido pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. Como forma de protesto, os torcedores do Coxa presentes gritaram “olé” logo após o quarto gol adversário.

A goleada representou ao time baiano sua primeira vitória fora de casa desde 1º de maio. O jejum sem vencer longe de casa na temporada era de 11 jogos.

Na tabela do Brasileirão, o Bahia conseguiu se afastar da zona de rebaixamento e abriu quatro pontos do Santos, o primeiro time no Z4. Já o Coritiba segue na lanterna do campeonato com 14 pontos somados.

Gol no início não intimida Bahia, que vira e amplia em 35 minutos com ajuda do goleiro adversário

Taticamente, a partida apresentou dois times com esquemas diferentes. Enquanto o Coritiba apostava no 4-1-4-1 compacto característico de Thiago Kosloski, o time de Rogério Ceni (que realizou apenas três treinos desde que chegou) mostrou sua cara no jogo ofensivo ao montar uma linha de cinco atacantes no momento com bola. O lateral-esquerdo uruguaio Camilo Cándido abria o campo pelo lado esquerdo, com Ademir fazendo essa função pela direita. Por dentro, apareciam Rafael Ratão, Everaldo e Thaciano, com o apoio dos meios-campistas Rezende e Yago Felipe. A saída de bola era de três com os dois zagueiros (Raul Gustavo e Kanu) com o lateral-direito Gilberto.

O jogo ainda estava no início, os times se estudavam e o Coritiba, empurrado pelo Couto Pereira lotado, abriu o placar com pouco mais de um minuto. A jogada se construiu pela direita, local das principais escapadas do clube no jogo. Bruno Gomes, o meio-campista daquele lado, encontrou Hayner bem aberto, que cruzou rasteiro. Yago Felipe afastou mal e a bola se ofereceu para o colombiano Sebastian Gomes bater rasteiro e superar Marcos Felipe.

Com a vantagem no placar, o Coxa se fechou, mas tinha dificuldades em defender-se dos cruzamentos pela esquerda, vindo dos pés de Cándido. Em uma dessas bolas na área, o goleiro Luan Polli saiu de sua meta e não encontrou nada, deixando Everaldo, com o gol aberto, para igualar o placar. Porém, Jamerson apareceu em cima da linha e afastou para escanteio.

Na cobrança do corner, a defesa afastou mal, Raul Gustavo recebeu novamente na área, dominou no peito e chutou dividindo com o Polli. A bola beijou a trave e sobrou nos pés de Ratão para empatar o jogo.

Com o placar igualado, o time de Ceni abriu mão da posse de bola e a deu a seu adversário. Nos pés de outro estreante do dia, o argelino Islam Slimani, o Coxa quase retomou a vantagem, mas parou em Marcos Felipe e ainda estava impedido na jogada. Depois, o grego Andreas Samaris (também estreando) deu boa oportunidade para Robson bater de longe.

Levemente superior, os donos da casa não poderiam contar que seu goleiro falhasse de novo – mas aconteceu. Luan Polli soltou outro cruzamento de Cándido, agora dividindo com seu próprio companheiro Jamerson, e soltou nos pés de Thaciano, que virou o jogo.

A virada abalou o Coxa e o terceiro aconteceu quatro minutos depois, aos 34. Jogada em profundidade para Thaciano, novamente Cándido recebeu pelo lado esquerdo, mas dessa vez optou pelo chute, espalmado por Luan Polli nos pés de Ademir, que concluiu às redes.

Assustado com o desempenho de seu time, Thiago Kosloski chamou Marcelino Moreno para entrar no lugar de Samaris logo após o terceiro gol e o argentino criou duas boas chances, primeiro cruzando para Slimani exigir defesa de Marcos Felipe e depois em cruzamento que faltou apenas um pé para diminuir a vantagem do Bahia.

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Polli falha de novo, e Andrey pede desculpas à torcida ao diminuir nos acréscimos

No intervalo, Kosloski praticamente desfez sua alteração ofensiva no primeiro tempo ao colocar o volante Fransérgio no lugar do ponta esquerda Kaio Cezar. Pouco tempo depois, inquieto e em busca de preencher mais a área, promoveu a entrada de Diogo Oliveira, outro centroavante que atuaria junto de Slimani.

O efeito de dois camisas nove foi pouco na partida, com o Coxa abusando de cruzamentos imprecisos. Buscando o contra-ataque, o Bahia de Ceni ampliou em outra falha de Luan Polli. O goleiro tentou afastar lançamento de Gilberto e acabou furando a bola. Biel, vindo do banco de reservas, concluiu com o gol vazio.

Nos minutos finais, o Coxa ensaiou uma pressão e conseguiu diminuir. Antes, Marcos Felipe fez uma das mais bonitas defesas desse Brasileirão, ao impedir o gol de Marcelino Moreno quase na pequena área com uma defesa à queima-roupa. Aos 49 minutos, no limite dos acréscimos cedidos pelo árbitro, Slimani aproveitou bate e rebate na área e tocou para Andrey bater cruzado, fechando o placar em 4 x 2.

Como se saíram os ‘gringos' Slimani e Samaris em suas estreias?

A chegada de Slimani ao Coxa, um jogador de Copa do Mundo, trouxe boas expectativas ao torcedor. Em sua estreia, ainda fora de forma (não atuava desde 26 de junho), o centroavante argelino mostrou ainda dominar o jogo aéreo, vencendo boas disputas no alto, mas foi sabotado pelo jogo fraco do Coritiba. Para ser melhor utilizado, precisará receber mais e em melhores condições para poder salvar a equipe paranaense do rebaixamento.

Por outro lado, não deu para avaliar Samaris. O grego atuou apenas 37 minutos, pois foi sacrificado pelo técnico após o terceiro gol. Em suas poucas ações com a bola (21), mostrou ter qualidade no passe como um primeiro homem de construção no meio-campo. Vale salientar que, como Slimani, vinha em um longo período sem atuar, sendo a última vez em maio, ainda com o Famalicão.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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