Brasileirão Série A

Apatia do Flamengo supera até o calor em derrota justa para o Botafogo

Flamengo não capitaliza quando foi melhor, perde cancha no segundo tempo e sofre com os mesmos problemas de abril

O Flamengo perdeu para o Botafogo por 2 a 0 na manhã deste domingo (2*) em jogo válido pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Luiz Henrique e Savarino, ambos no segundo tempo. Mesmo com meio time descansado, a equipe da Gávea não conseguiu imprimir seu melhor futebol e apresentou pouquíssimas alternativas ofensivas.

Tite e companhia terão trabalho para explicar o que aconteceu no Maracanã, não apenas no ambiente interno, mas no externo. A torcida do Flamengo lotou as arquibancadas e apoiou ao longo dos 90 minutos. Foram mais de 53 mil presentes.

O que aconteceu de melhor no jogo?

  • O Flamengo dominou no primeiro tempo, mas voltou a pecar na hora de definir
  • O jogo era morno, por conta do calor
  • Nova falha na bola aérea defensiva marca o primeiro gol do Botafogo, de Luiz Henrique
  • O segundo tempo do Flamengo foi irreconhecível, apático
  • Tite até tentou mexer, mas nada surtiu efeito
  • No fim, ainda deu tempo do Botafogo fazer o segundo, com Savarino

Flamengo domina, mas não capitaliza; calor atrapalha

Todos que chegaram ao Maracanã para curtir esse clássico entre Flamengo e Botafogo estavam cientes de uma coisa: o calor seria um fator. E não poderia ser diferente, diante da sensação térmica superior aos 35 graus no primeiro tempo. O jogo foi pautado pelo cansaço em boa parte, mas não nos 15 minutos iniciais, em que esteve bastante franco.

O Flamengo foi mais dominante nas ações. Com um time mais descansado do que o Botafogo, por ter poupado seis titulares contra o Bolívar, o Rubro-Negro esteve em cima e buscou oportunidades, mas sem tanta efetividade. Foram oito finalizações do time de Tite, mas nenhuma teve a direção do gol. Bruno Henrique ainda teve um gol anulado.

Se no ataque o Flamengo não foi bem, a defesa sofreu muito pouco. Somente duas investidas do Botafogo levaram perigo, com os dois jogadores mais insinuantes — Luiz Henrique e Júnior Santos —, mas ambos pararam em Fabrício Bruno, o melhor do Rubro-Negro na primeira etapa.

Bola áerea volta a deixar o Flamengo na mão

No segundo tempo, além de não ser incisivo, o Flamengo também não dominou em nada o Botafogo. Pelo contrário, voltou dos vestiários apático, com muito pouco a apresentar. O calor é um fator, não tenha dúvida, mas é difícil falar em cansaço depois que se poupa meio time titular e dois deles deixam o campo com problemas físicos.

O pior foi a bola parada defensiva do Flamengo, que tem sido uma sina muito grande em abril. O Rubro-Negro foi derrotado novamente com um um gol nessas circunstâncias. Em uma das pouquíssimas chegadas de Botafogo no jogo, Luiz Henrique recebeu cruzamento em jogada ensaiada de escanteio livre, sem ser incomodado, para decretar o 1 a 0 no clássico.

Tite até tentou mexer para oxigenar o time, com as entradas de Gerson, Lorran e Wesley, por exemplo, mas as mudanças surtiram pouco efeito continuou apostando demais nos cruzamentos e, por vezes, viu o Botafogo trocar passes no campo de ataque, sem incomodar. O que se viu no fim do jogo foi um time irritado com a própria performance e sem forças para mudar o cenário. Sintomático.

E ainda deu tempo do Botafogo fazer o segundo, em lance que nem levantou polêmica, de tão derrotado que o Flamengo estava. Fabrício Bruno pareceu ter sofrido falta, mas Raphael Claus não marcou e Savarino ficou sozinho para ampliar.

O nome do jogo: Fabrício Bruno

Dentro desse mar de apatia do Flamengo, a atuação de Fabrício Bruno foi como o oasis para o Flamengo. Impecável nas coberturas, marcou, se desdobrou e foi um líder para a defesa rubro-negra. Mostrou, mais uma vez, porque é um dos melhores do Brasil na posição, mesmo que tenha perdido a bola no segundo gol do Botafogo. De La Cruz foi o único outro que esteve perto do camisa 15. O resto foi mal.

Como ficou a tabela do Brasileirão?

O próximo compromisso do Flamengo é a estreia da Copa do Brasil, que será disputada na próxima quarta-feira (01), diante do Amazonas. A bola vai rolar a partir das 21h30 (de Brasília), no Maracanã.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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