As 5 maiores escapadas de rebaixamento do Campeonato Brasileiro
Brasileirão já teve time se salvando da queda à segunda divisão em cima de rival e até superando 99% de chance de rebaixamento

As histórias épicas do Campeonato Brasileiro não se limitam a um título conquistado de forma dominante ou emocionante nas últimas rodadas. A briga contra o rebaixamento, especialmente quando envolve os clubes com as maiores torcidas do país, reúne traumas, emoções e, em alguns casos, muitas reviravoltas.
Já teve time se salvando mesmo afundado na zona de rebaixamento com 99% de chance de queda, outro que precisou da ajudinha do rival e muitas outras grandes viradas que entraram para os anais do futebol brasileiro. Confira as cinco grandes escapadas do Brasileirão de pontos corridos.
2009: Fluminense se transforma no “Time de Guerreiros”

Quando se pensa em reviravoltas improváveis na luta contra a ida à segunda divisão, o Fluminense de 2009 é o caso mais emblemático. Não à toa, é aí que o Tricolor ganha o apelido de “Time de Guerreiros“.
O clube das Laranjeiras estava na lanterna da competição após 31 partidas. Os matemáticos da época apontavam que a chance de se salvar era de apenas 1%, mas, como diz a máxima “enquanto houver 1% de chance, teremos 99% de fé”. O Flu saiu do buraco para história do Brasileirão com uma sequência épica.
A equipe, então treinada por Cuca, venceu todas as partidas entre a 32ª e a 37ª rodada e empatou com o Coritiba na partida final, o suficiente para ficar a apenas um ponto do Coxa, o 17º colocado.
A história absurda daquele elenco, que contava com Fernando Henrique, Gum, Thiago Neves, Conca e Fred, ainda abriu caminho para o título nacional no ano seguinte, repetido em 2012.
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2014: Palmeiras é salvo pelo rival

A luta contra o rebaixamento no Brasileirão de 2014 é um dos maiores “e se?” do futebol brasileiro. O que seria do Palmeiras, campeão de tudo a partir de 2015, se tivesse sido rebaixado no ano de seu centenário, marcado pela inauguração do novo Allianz Parque e um ano antes do patrocínio da Crefisa?
Nunca saberemos porque o Santos, que rebaixaria o rival se perdesse para o Vitória na última rodada do torneio, venceu o Leão baiano por 1 a 0, gol de Thiago Ribeiro que foi comemorado por palmeirenses no Allianz. O Alviverde, por sua vez, só empatou com o Athletico Paranaense e terminou no 16º lugar.
2013: suposto “tapetão” do Fluminense e sorte do Flamengo

A edição de 2013 do Brasileirão é com certeza uma das mais polêmicas por um episódio além do campo. A competição chegou na última rodada com uma disputa acirrada contra o rebaixamento, com duas vagas ainda em aberto: Fluminense, com 43 pontos, e Vasco, com 44, estavam na zona de degola, enquanto Coritiba tinha 45.
Como o Coxa venceu o São Paulo, não deu nem margem para dupla carioca. Como o Cruz-Maltino ainda perdeu e o Flu venceu, inicialmente, a dupla carioca estava caindo.
Já nos dias seguintes, no entanto, o STJD puniu a Portuguesa com a perda de quatro pontos pela escalação irregular de Héverton e os 48 na pontuação dos paulistas viraram 44, o suficiente para salvar o Fluminense da queda.
O Flamengo foi punido com o mesmo número de pontos pelo mesmo motivo: escalou André Santos na rodada final, que estava suspenso. Para a sorte do Rubro-Negro, o clube terminou o campeonato com 45 de pontuação, apenas um na frente da Lusa.
2011: Cruzeiro se salva com goleada épica

Em um caso ainda pior que o de Santos e Palmeiras em 2009, o Atlético Mineiro também teve em suas mãos a oportunidade de rebaixar seu maior rival.
Era o Brasileirão de 2011, quando o Cruzeiro estava em 16º e somava 40 pontos, um a mais que o Ceará e dois que o Athletico. O Cabuloso poderia cair pela primeira vez em sua história caso tropeçasse no clássico contra o Galo na última rodada e um dos times debaixo vencesse.
Eis que em 4 de dezembro, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, a Raposa amplia a maior goleada da história do duelo. Só no primeiro tempo foram quatro gols, completados por mais dois na etapa final. O Atlético diminuiu, mas nada apagou o vexame de 6 a 1. De quebra, o Furacão também venceu. Ou seja, se o Galo tivesse vencido, teria rebaixado o Cruzeiro.
2022: Fortaleza indo do Z4 à Libertadores

Passar 20 das 38 rodadas no Z4 (sendo 14 como lanterna) e terminar o primeiro turno com 75% de chance de rebaixamento parece algo quase irreversível. Mas o Fortaleza foi capaz e a gestão do clube ainda deu uma lição para todo o futebol nacional.
Mesmo amargando tanto tempo na zona da degola, o Leão do Pici manteve o técnico Juan Pablo Vojvoda no cargo e colheu os frutos: o time não só saiu de lá, como se classificou para a Libertadores na oitava colocação.