Brasil

Brahian Palacios terá a missão de ser o primeiro colombiano a realmente brilhar pelo Atlético-MG

Palacios será o sétimo colombiano da história do Atlético, mas nenhum conseguiu ter muito brilho no clube

O Atlético-MG anunciou nesta quinta-feira (7) a contratação do atacante colombiano Brahian Palacios, de 21 anos. O jovem jogador chega ao Galo como uma promessa que vai buscar evoluir e tentar seu espaço no time titular, bem parecido com o que o clube fez com o último colombiano que teve, Dylan Borrero. Por falar dos atletas nascidos no país ao norte do Brasil, nenhum dos que passou pelo Galo conseguiu grande destaque.

Como citado, Brahian Palacios chega ao Atlético como uma promessa que pode evoluir e render ao clube tanto em campo quanto fora, igual ao seu conterrâneo, Dylan Borrero, em 2020. Antes deles, o Galo tentou “dar match” com alguns outros colombianos, que nunca conseguiram render o esperado, inclusive alguns de renome, com nível de seleção.

Os colombianos do Atlético

  • Álex Escobar – 1996

Jogador histórico do América de Cali, com mais de 500 jogos pelo clube, Alexander Escobar chegou ao Atlético em 1996 já experiente e com a missão de ser o camisa 10 do Galo naquele ano. No entanto, nada saiu como planejado e ele acabou atuando por apenas sete jogos sem muito brilho. Ele deixou o Alvinegro no fim do mesmo ano e conseguiu voltar a brilhar na LDU, onde foi tetracampeão nacional.

  • Gustavo del Toro – 2000

Gustavo era um volante que chegou ao Atlético em 2000 após passagem pelo Independiente Santa Fé. Assim como se conterrâneo, pouco fez com a camisa atleticana e atuou em apenas sete jogos, com a diferença de que conseguiu balançar as redes uma vez. O gol dele foi em um amistoso que o Galo fez 9 a 0 na Seleção de Itaúna.

  • Renteria – 2009

Provavelmente o nome mais relevante da lista, Renteria ganhou grande destaque no Brasil em 2006, quando foi campeão da Libertadores pelo Internacional. Pelo que fez no Colorado, ganhou carreira na Europa, atuando em Portugal e na França. Ele retornou ao país justamente para jogar no Galo, em 2009, anunciado sob muita expectativa. No entanto, assim como os outros colombianos da história atleticana, atuou pouco. Foram apenas 16 jogos e um gol marcado – que, de certa forma, ficou marcado para alguns atleticanos, pela sua icônica comemoração dançando o kuduro.

Renteria atuou basicamente por seis meses no Atlético. No início de 2010, ele e o clube entraram em um acordo para a rescisão do vínculo. O jogador voltaria ainda ao futebol europeu, mas conseguiu um novo destaque mesmo no Once Caldas, em 2011, ajudando a eliminar o Cruzeiro da Libertadores e caindo para o futuro campeão Santos, que depois viria a contratá-lo. No entanto, ele também não foi bem no time paulista.

  • Cárdenas – 2015

Sherman Cárdenas chegou ao Atlético em 2015 após uma ótima temporada pelo Atlético Nacional, incluindo o fato de ter eliminado o Alvinegro da Libertadores do ano anterior, marcando um golaço na Colômbia e ainda demonstrando ótimo futebol. Pelo que fez em 2014, a expectativa nele era enorme, mas passou longe de corresponder.

Foram 29 jogos de Cárdenas pelo Atlético, com apenas uma participação a gol, e justamente na sua terra natal, em um jogo do Galo contra o Santa Fé. Fora essa assistência, que saiu de cobrança de escanteio, ele não demonstrou muito pelo Alvinegro. Deixou o clube ao fim do mesmo ano e virou até “piada” entre os atleticanos, que sempre apontam que o clube contratou o meia errado, pois o destaque mesmo daquele time do Nacional era o Cardona, não o Cárdenas.

  • Yimmi Chará – 2018/19

Outro colombiano que se destacou muito no seu país e foi contratado pelo Atlético foi o atacante Yimmi Chará. Em 2017, fez excelente temporada pelo Junior Barranquilla e o Galo então fez dele (na época) a maior contratação de sua história, pagando R$ 22,3 milhões. Diferente dos outros colombianos, Chará não foi um fracasso, mas também não conseguiu brilhar como esperado. Ele somou 68 jogos, 10 gols e 10 assistências.

No fim, Chará viveu seus momentos, mas se esperava mais dele – o time do Atlético também não ajudava muito. Ele foi negociado com o Portland Timbers, da MLS, no início de 2019, por um valor próximo do que o Galo havia pago por ele. Nos EUA, jogou algumas temporadas ao lado do irmão, Diego Chará, e hoje está novamente no Junior Barranquilla.

  • Dylan Borrero – 2020-22

Último colombiano no Atlético, Dylan Borrero chegou ao clube em 2020, anunciado como “La Joya”. Aos 18 anos, o clube tinha muita expectativa de que ele se tornaria um grande jogador. É inegável que Dylan evoluiu muito no período dele com a camisa do Galo, seja física, taticamente ou na qualidade, que ele sempre demonstrou ter. No entanto, ele não atingiu o potencial que o clube esperava.

Ao todo, ele atuou em 47 jogos (a maioria saindo do banco), marcando três gols e dando seis assistências. Fez parte do histórico time de 2021, incluindo marcando o importante gol da vitória em um clássico contra o América. Em 2022, quando se esperava que ele pudesse ganhar mais espaço, o Atlético o negociou com o New England Revolution, da MLS.

Dylan com a taça da Copa do Brasil, uma das que ajudou o Atlético a conquistar em 2021 (Lucas Figueiredo/CBF)

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Brahian Palacios pode brilhar mais que os compatriotas?

Os primeiros colombianos da história do Atlético definitivamente não renderam nada ao clube. Mas, os últimos dois fizeram algo, ainda longe de brilharem de fato, mas já conseguiram jogar com mais frequência, faz boas partidas, marcas gols e contribuir com assistências. Se Brahian Palacios seguir essa evolução, irá conseguir ir bem ou até melhor que os compatriotas.

Fato é que cada caso é um caso. Palacios chega com uma expectativa parecida com a de Dylan, mas com uma pressão menor por não ser chamado de “La Joya”, o que causa uma expectativa enorme no torcedor. Ele deve ter tempo para se adaptar e tentar dar o seu melhor ao clube, buscando assim ser o primeiro colombiano que realmente brilha com a camisa do Galo.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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