Técnico português pede à CBF fim de suspensão por injúria racial contra jogadora do Bahia
STJD julgará pedido do treinador luso nesta segunda-feira (17)

O técnico português Hugo Duarte, condenado pela CBF a oito jogos de suspensão por ato de racismo contra uma jogadora do Bahia em julho de 2024, pediu a desconstituição da pena, e o o pedido será julgado nesta segunda-feira (17) no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O treinador deseja voltar a trabalhar, mas a suspensão tem causado dificuldades para assumir um clube por conta da suspensão, que tomaria praticamente toda a temporada dos campeonatos femininos Série A2 e Série A3, em que ele costuma treinar.
O caso segue transitando na Justiça Criminal e a defesa do treinador acredita que a Justiça Desportiva não pode declarar a ocorrência de um crime, já que se trata de um departamento administrativo interno da CBF.
Relembre a acusação de racismo de jogadora do Bahia

Em 7 julho do ano passado, durante a comemoração do acesso do Bahia à Primeira Divisão do Futebol Feminino, após um empate sem gols com o JC Amazonas no estádio de Pituaçu, em Salvador, houve uma confusão e Suelen, jogadora do Tricolor, acusou Hugo Duarte, então técnico do time amazonense, de chamá-la de “macaca”.
— A naturalização que se foi proferida mais de uma vez pela expressão racista “macaca” tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato denúncia é a arma que tenho para combater o racista — escreveu Suelen em publicação nas redes sociais à época.
Hugo Duarte foi preso em flagrante, mas a Justiça concedeu liberdade provisória ao treinador por pagamento de fiança de 30 salários mínimos. Na decisão, a juíza Marcela Moura França determinou:
- Proibição de aproximação a menos de 200 metros da vítima
- Comparecimento em juízo por um ano e a todos os atos processuais
- Proibição de se ausentar da comarca onde reside sem autorização