Brasil

Atlético trava dura batalha com o Flamengo e fatura a Supercopa do Brasil nos pênaltis

No calor de Cuiabá, empate no tempo normal teve um Fla mais agudo, mas segurança de Everson salvou a tarde alvinegra

Neste domingo, o Brasil parou para ver o grande jogo do dia, na Arena Pantanal em Cuiabá. Atlético Mineiro e Flamengo duelaram pelo título da Supercopa do Brasil, em sua terceira edição. Após empate no tempo normal, por 2 a 2, o Atlético superou uma longa disputa de pênaltis para ficar com o título inédito, impedindo o que seria o tricampeonato do Fla na competição.

Bola por bola, o Flamengo entregou mais ao longo dos 90 minutos. O time de Paulo Sousa, desde o começo da partida, esteve mais perto de abrir o placar, por marcar presença na área atleticana e incomodar com finalizações e muita movimentação. A pressão era tanta que o Galo tinha alguma dificuldade sequer para sair com a bola de seu campo.

O sufoco arrefeceu e o time de Turco Mohamed encontrou algumas brechas para tentar agredir o Flamengo, mas faltava capricho, como no lance de Hulk, que teve uma falta em boa posição para marcar, mas pegou mal na bola. Quando descia, o Fla de Paulo Sousa ocupava bem o campo para gerar alternativas e tentar atrair a marcação atleticana.

Gabigol teve as principais chances, mas vinha falhando na pontaria ou contando com desvios da defesa, pelo menos na primeira etapa. Outra finalização perigosa do Fla veio com Fabricio Bruno, de cabeça, passando perto da meta de Everson. Depois disso, na faixa dos 40 minutos da primeira etapa, o Galo reagiu e resolveu apertar de vez. Keno bateu bem e quase acertou o ângulo de Hugo Souza. Aos 41, a insistência trouxe frutos: uma batida de longe de Guilherme Arana foi espalmada por Hugo, mas Nacho Fernández pegou o rebote e mandou para a rede, em uma das poucas vezes que o Atlético testou o arqueiro rubro-negro.

Houve alguma agitação até o intervalo, mas ficou por isso mesmo. Na etapa final, o clima, que já estava quente por conta da temperatura, se acirrou ainda mais com muita disputa em campo e um maior uso da força para parar jogadas. O Flamengo assumiu definitivamente o controle da partida e ganhou jogadas na velocidade. A marcação atleticana nem sempre acompanhava com o mesmo vigor, o que gerou situações de liberdade para Gabigol e Bruno Henrique. Em um desses momentos com mais espaço, Giorgian De Arrascaeta cruzou no segundo pau para Bruno Henrique, que cabeceou firme, mas viu Everson praticar uma defesa milagrosa. O que o arqueiro do Galo não contava era que Gabigol estaria livre para pegar o rebote e marcar. Na comemoração, o atacante levou cartão amarelo por pegar um cartaz da torcida que celebrava seus gols.

O período agudo da partida

O forte calor acabou induzindo os técnicos a mexerem bastante na segunda etapa. Cansado, o Atlético trocou opções por atletas vindos do banco com perfis parecidos. Do lado do Flamengo, a principal mudança foi a saída de Everton Ribeiro para a entrada do jovem Lázaro, fruto da base rubro-negra e que foi uma aposta pessoal de Paulo Sousa. Em pouco tempo, o menino entrou e comprovou a boa visão do português: deu um passe na diagonal para Bruno Henrique e contou com uma falha técnica de Diego Godín, que errou a passada e deixou a bola correr por debaixo da sua perna. Bruno Henrique não perdoou e tocou por cima de Everson para virar o que já era um jogo gigantesco.

Na vontade, o Flamengo se impôs e colocou o placar à seu favor, com tremenda justiça pelo que estava apresentando desde o começo. Era, portanto, questão de tempo para comemorar a reviravolta e o terceiro título da Supercopa. Isso se Hulk deixasse. Decisivo, o atacante apareceu mais uma vez para marcar em uma final: aos 29 minutos da etapa complementar, viu Ademir, que havia entrado na vaga de Jefferson Savarino, cruzou uma bola na cabeça de Eduardo Vargas, outro vindo do banco (no lugar de Keno). O chileno escorou e Hulk, no meio da área, teve tempo de ajeitar o corpo e emendar o chute, uma chicotada para empatar o jogo.

Naquela altura, podia acontecer qualquer coisa. A defesa atleticana, que já dava sinais de desgaste, se segurava bem, e pela primeira vez no jogo o Atlético era mais agudo no ataque, forçando Hugo Souza a aparecer. O goleiro flamenguista fez uma defesa importante no chute de Jair, jogando para escanteio. Do outro lado, a coisa só esquentou de novo aos 41, quando Lázaro teve a bola do dia para fechar a conta, mas viu Everson surgir para tirar com o pé para escanteio.

Mesmo para times tão qualificados e com arsenais ofensivos como Atlético e Flamengo, o calor de Cuiabá não permitia um jogo tão dedicado e físico por mais do que 90 minutos. Foi possível ver a exaustão de cada atleta por conta da alta exigência da partida. Méritos aos dois técnicos pelo bom encaixe, sobretudo para Mohamed, que conseguiu gastar um pouco do fôlego do veloz ataque flamenguista ao longo da partida, sabendo sofrer quando seus defensores ficavam no mano-a-mano.

Acima de qualquer coisa, foi ótimo ver dois dos melhores times do país jogando a sério a competição e brigando lance a lance pelo título. O futebol apresentado foi de altíssimo nível, com poucos erros, muita dedicação e respeito à rivalidade envolvendo as duas torcidas. Assim como na edição de 2021, os 90 minutos foram dignos de aplauso, encerrando a disputa de maneira apoteótica.

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Os intermináveis pênaltis

Dali em diante, o ritmo baixou por conta do cansaço de ambos os times, que já esperavam as penalidades. Quando Anderson Daronco apitou para o fim do jogo, o misto de alívio por não precisar mais correr se misturou com a tensão de resolver tudo na marca da cal. O que ninguém esperava era que demorasse tanto para sair o campeão: o placar foi de 8 a 7, mas muita gente desperdiçou cobranças até chegarmos nessa conta.

Foram quatro erros do Galo e cinco do Flamengo. Por vezes o Fla teve a vantagem de bater e conquistar o título, mas queimou as oportunidades. A mais notável foi a janela de Guga, que entrou apenas para cobrar pênaltis e chutou fraco para a defesa de Hugo, no primeiro erro da tarde. Willian Arão teve a taça ao alcance, mas bateu no meio e acertou Everson. O arqueiro atleticano ainda pegou os chutes de Matheuzinho e Vitinho, no tiro decisivo que valeu o caneco para o Galo.

A temporada ainda vai longe para o Galo de Mohamed e o Fla de Paulo Sousa. A impressão pela amostra competitiva de hoje foi boa. O volume apresentado deve servir para alçar campanhas bastante fortes no Brasileiro e na Libertadores, na qual os rivais de hoje também são favoritos.

No mais, o Galo celebra o título inédito da competição e dá as boas vindas com uma taça a Mohamed, que embora ainda esteja entendendo como o futebol brasileiro funciona, já dá indícios de que está pronto para a missão de manter o nível do melhor time do país em um patamar altíssimo.

Foto de Felipe Portes

Felipe Portes

Felipe Portes é zagueiro ocasional, cruyffista irremediável e desenhista em Instagram.com/draw.portes

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