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Após preconceito sofrido por Aranha, Santos e Grêmio se manifestam contra racismo

O lamentável caso de discriminação racial contra o goleiro Aranha, na última quinta-feira, gerou uma série de debates sobre aquele que é um grave problema do futebol e da sociedade. E também provocou ações dos dois lados envolvidos no jogo de Porto Alegre. Tanto Santos quanto Grêmio aproveitaram suas partidas pelo Campeonato Brasileiro, neste domingo, para se posicionar sobre o caso dentro dos estádios.

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O primeiro ato aconteceu no Maracanã, onde o Santos enfrentou o Botafogo. Antes do início da partida, os jogadores das duas equipes entraram com uma faixa se posicionando contra o racismo: “Somos preto. Somos branco. Somos um só”. Após o duelo, Aranha acabou homenageado pela torcida do Botafogo que se encontrava atrás de seu gol, tendo o seu nome gritado pelos adversários.

Já o Grêmio se manifestou através do Guia da Partida, entregue aos torcedores que foram à Arena assistir ao duelo contra o Bahia. Na capa da revista, toda negra, a palavra “basta”. Dentro da publicação, matérias combatendo o racismo e também exaltando ídolos negros da história gremista. Além disso, mensagens foram exibidas no telão do estádio e os jogadores tricolores também entraram em campo com uma faixa: “Somos azuis, pretos e brancos. Chega de racismo”.

Logicamente, só as manifestações e a conscientização não são suficientes para confrontar o preconceito racial no futebol. As punições também são necessárias, a exemplo do que o próprio Grêmio fez, ao excluir de seus quadros dois sócios identificados nas filmagens – e é preciso ir além, com as implicações na justiça do crime que cometeram. De qualquer forma, as ações de Santos e Grêmio já são passos para ir de encontro ao combate do problema.

Abaixo, o vídeo é do Fim de Jogo. Já a ótima foto que abre o post é de Jorge Rodrigues, da Eleven.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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