Brasil

Unidos por Belém, apelido e idolatria: Quem são os Quarentinhas do Botafogo e do Paysandu

Belém, sede da decisão da Supercopa Rei, é a cidade natal do maior artilheiro do Botafogo e do maior ídolo do Paysandu

Ídolos “homônimos” e a origem de um grande artilheiro liga as histórias de Botafogo e Paysandu. Palco da decisão da Supercopa Rei deste ano, no domingo (2), Belém é a cidade natal de dois Quarentinhas. Um deles, ídolo e maior artilheiro da história do Botafogo. O outro, ídolo do Paysandu.

E a origem do apelido dos dois pode ser a mesma. A de Waldir Cardoso Lebrego, o Quarentinha do Botafogo, é o seu pai. Luís Gonzaga Lambrêgo era ídolo do Paysandu e tinha o apelido de Quarenta, em referência ao número da sua inscrição em um internato durante a infância, no começo do século XX.

O Quarentinha do Paysandu, que era contemporâneo do homônimo do Botafogo, recordava ter recebido o apelido ainda em peladas nas ruas de Belém. Muito provavelmente em referência ao mesmo Quarenta, que era ídolo do Paysandu. Mas Paulo Benedito dos Santos Braga nunca carimbou a origem do seu apelido.

Posso adiantar é que nas nossas peladas de rua, começaram com isso e até hoje sou conhecido como Quarentinha, do Paysandu. Nunca me incomodei. Também não procurei saber se era em alusão ao velho Quarenta, que foi um craque daqueles que enche a vista de qualquer um com o futebol que praticava — disse Quarentinha ao jornalista Ferreira da Costa, autor do livro “Gigantes do Futebol Paraense”.

Quem foi o Quarenta “original”?

O Quarenta, que pode ter dado origem aos apelidos dos dois jogadores, foi um dos principais jogadores do Paysandu entre os anos 1920 e 1940. Conquistou dez Campeonatos Paraenses. Na época, era o maior vencedor da competição.

Mas Quarenta acabou superado pelo próprio Quarentinha. Paulo Benedito conquistou nada menos que 12 Campeonatos Paraenses com a camisa do Paysandu. Os títulos aconteceram entre o meio dos anos 1950 e o começo dos anos 1970.

Quarentinha teve uma vida inteiramente dedicada ao Paysandu. Seus 18 anos de carreira profissional foram inteiramente disputados com a camisa bicolor. Foram cerca de 750 jogos pelo clube.

A idolatria é tanta que rendeu até uma estátua no Estádio da Curuzu. A homenagem foi feita em 2014, quando Quarentinha completou 80 anos. O próprio clube o considera o “maior ídolo” da história do Paysandu.

Ídolo do Paysandu, Quarentinha ganhou estátua na Curuzu (Foto: Fernando Torrer/Paysandu)
Ídolo do Paysandu, Quarentinha ganhou estátua na Curuzu (Foto: Fernando Torrer/Paysandu)

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Quarentinha do Botafogo também passou pelo Paysandu

Além dos apelidos, os dois Quarentinhas também têm a mesma origem. Além de ter nascido em Belém, o maior artilheiro da história do Botafogo começou a carreira no Paysandu.

Ele se destacou pelo clube paraense e foi negociado com o Vitória no começo dos anos 1950. Campeão baiano em 1953, despertou o interesse do Botafogo e se transferiu para o Rio de Janeiro.

No Botafogo, Quarentinha fez parte do histórico time alvinegro dos anos 1950 e 1960. O atacante jogou ao lado de Garrincha, Nilton Santos, Didi, Zagallo, Amarildo, entre outros craques da época. Ele marcou incríveis 313 gols em 442 partidas com a camisa alvinegra, o que o transformaram no maior artilheiro da história do Botafogo. Ele ainda conquistou três Campeonatos Cariocas e dois Torneios Rio-São Paulo.

 

 

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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