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Alemão, ex-Santa Cruz: “O bom desempenho em casa vai pesar para o time voltar à Série A”

Rafael Berger tem 30 anos e é zagueiro. Apesar de ter jogado muito bem em 2015, sendo um dos protagonistas do acesso do Santa Cruz, você talvez não lembre dele. Isso porque ele é conhecido como Alemão. Atualmente no Al-Faisaly, da Arábia Saudita, o jogador ainda é muito identificado com o Santa Cruz, que defendeu entre 2014 e 2016.

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Com os problemas financeiros do time, muitos jogadores deixaram o Santa Cruz. Alemão foi um deles e está satisfeito jogando no Oriente Médio. Em conversa com a Trivela, o jogador falou sobre a identificação com a torcida do Santa, além de contar sobre como é a vida no clube árabe.

Trivela: O Alemão teve uma identificação muito forte com a torcida do Santa. Como isso aconteceu?

Alemão: Essa identificação é você se doando a cada treinamento, nos jogos, conquistando títulos e a torcida sempre apoia. Então essa identificação é muito forte quando você conquista algo. E graças a Deus, eu conquistei títulos ali, o acesso para a Série A, coisa que o clube há muito tempo buscava.

Trivela: O alemão construiu uma carreira com vários clubes do Nordeste no currículo. Como isso aconteceu?

Alemão: Eu tive uma oportunidade em 2010 de ir para o Campinense, na Paraíba, onde aceitei o desafio de jogar a Série C pelo Campinense. Graças a Deus fiz um bom campeonato e acabei contratado pelo Salgueiro. E dali as coisas foram fluindo. Graças a Deus, Deus me deu a oportunidade de jogar em clubes bons do Nordeste.

Trivela: A saída do Santa Cruz foi bastante conturbada. O que aconteceu?

Alemão: Não, em momento nenhum foi conturbada. Primeiramente, quando a proposta chegou a mim, eu comuniquei o treinador, que na época era o Milton Mendes. Conversei com ele, falei que era uma oportunidade, que eu não podia deixar passar e ele entendeu. Junto com a diretoria, nos reunimos, conversamos e o pessoal achou que naquele momento podiam me liberar porque era uma proposta que, para mim, naquele momento, era muito satisfatória.

Trivela: Como é para um zagueiro jogar na Arábia Saudita, no Al-Faisaly? Quais as diferenças em relação a jogar no Brasil?

Alemão: Em relação a extracampo, tem que melhorar muitas coisas ainda. Em termos de rouparia, programação, eles ainda estão um pouco atrás dos outros países. Mas isso também é um pouco parte da cultura deles. E dentro de campo, não só para zagueiro, mas qualquer posição, o ritmo de jogo é bem mais tranquilo em relação a outros países, o futebol é mais cadenciado, não tem essa dinâmica como tem no Brasil ou outros países. É um futebol gostoso, é bom de se jogar. Os jogos aqui são sempre à noite, então apesar da temperatura, dá para desenvolver um futebol bom. Dentro de campo, o futebol tem tudo para crescer. No extracampo, ainda tem o que melhorar.

Trivela: O Alemão acompanhou a campanha do Santa Cruz na Série A? O que ele acha que faltou ao time?

Alemão: Sim, acompanhei. Desde que saí, deixei muito amigos no clube. Infelizmente não conseguiram deixar o clube na Série A, mas pelos jogos que acompanhei aqui, o time está de parabéns, apesar dos resultados não chegarem, os resultados sempre lutaram, apesar das dificuldades. Não só eu vou falar aqui, muitos já falaram, mas a parte financeira pesa muito. E quando as coisas não correm bem na parte financeira, o atleta não fica com a cabeça boa para desempenhar o futebol dentro de campo. Infelizmente aconteceu isso. Mas agora tem tudo para voltar.

Trivela: Com a situação do clube, como ele acha que será a Série B?

Alemão: O Santa Cruz é um time de massa, de torcida, quando joga dentro em casa é muito forte. Em 2015, na Série B, nós fizemos um campeonato jogando dentro de casa muito bom, então este fato certamente vai pesar para o Santa Cruz tentar voltar para a Série A e pelo time que está montando, tem tudo para voltar.

Trivela: Pensa em voltar ao Brasil?

Alemão: O meu pensamento neste momento não é de voltar ao Brasil, é de continuar o trabalho fora do país. Mas a gente tá sempre ouvindo as propostas que vêm do Brasil e se surgir algo que nos interessa, algo que seja bom para mim, a gente senta e conversa. A gente não pode descartar também.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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