Libertadores

Uma lista de 20 medalhões que se espalham pelos clubes gringos da Libertadores

Experiência é sempre um fator importante na Copa Libertadores. Basta ver os elencos dos times brasileiros, quase sempre com um jogador bastante rodado no torneio. Na atual edição, a lista repleta conta com diversos nomes, de Andrés D'Alessandro e Lucho González a Fábio e Geromel. Pois no exterior, este expediente parece ainda mais comum. Considerando as limitações financeiras dos clubes e a concorrência com outros mercados, uma alternativa para adicionar qualidade às equipes é recorrer aos trintões que preferem voltar para o continente. Assim, a quantidade de figurinhas carimbadas nesta fase de grupos é imensa. Abaixo, listamos 20 nomes, sem repetir jogadores do mesmo clube para aumentar a amplitude da relação. Confira:

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Luis Ramírez (Alianza Lima)

O Alianza Lima possui um elenco repleto de veteranos. O interminável goleiro Leao Butrón segue no grupo, embora Pedro Gallese – titular da seleção na Copa de 2018 – seja um notável reforço recente. Rinaldo Cruzado é outro nome experiente no meio-campo, assim como o argentino Tomás Costa. De qualquer maneira, o jogador mais reconhecido entre os brasileiros é Cachito Ramírez. Aos 34 anos, o meio-campista está em sua quarta temporada com os blanquiazules. Parte do elenco corintiano na conquista da Libertadores de 2012, ainda integrou a Ponte Preta que chegou à final da Copa Sul-Americana em 2013. Foi titular na campanha continental do Alianza em 2018.

Luis Jiménez (Palestino)

Um dos grandes nomes na fase preliminar da Libertadores, Luis Jiménez se tornou herói do Palestino. El Mago possui uma carreira rodada, que inclui passagens por vários clubes italianos e árabes. Após 16 anos longe de Santiago, resolveu retornar à agremiação que o formou, no segundo semestre de 2018. E o capitão acabou sendo decisivo à trajetória gloriosa dos tricolores, primeiro na conquista da Copa Chile, que encerrou um jejum de 40 anos sem títulos. O meia anotou um golaço que definiu a vitória por 3 a 2 sobre o Audax Italiano, valendo uma vaga no torneio continental. Já nas fases prévias, anotou tentos essenciais contra Independiente Medellín e Talleres. Exibe um grande nível aos 34 anos.

Leonardo Ponzio (River Plate)

O sucesso do River Plate ao longo dos últimos anos se reconta através de Leonardo Ponzio. O meio-campista retornou ao clube ainda nos tempos de segunda divisão e, desde então, tem participado da reconstrução dos millonarios. É uma figura central não apenas por sua liderança, mas também pela qualidade que oferece na faixa central, homem de confiança de Marcelo Gallardo ao longo de todo o ciclo. Aos 37 anos, permanece rendendo muitíssimo bem e renovou o seu contrato na última semana, representando seu moral em Núñez. É daqueles caras que serão lembrados como um símbolo desta década vitoriosa no Monumental.

Esteban Dreer (Emelec)

As participações constantes do Emelec na Libertadores sempre contam com a segurança de Dreer sob as traves. O goleiro já liderou uma das defesas mais consistentes do continente e fez valer seu espaço na seleção equatoriana. Ainda assim, aos 37 anos, protagonizou o time na conquista do último Campeonato Equatoriano e segue como um dos esteios dos Eléctricos em mais uma empreitada além das fronteiras. Desde 2012 em Guayaquil, vai para sua oitava edição do torneio, somando 46 partidas com a camisa alviazul pelo certame. Ao seu lado, há ainda outras figurinhas carimbadas, como Juan Carlos Paredes e o argentino Marcos Mondaini.

Lucas Barrios (Huracán)

Aos 34 anos, Barrios assumiu sua vocação como andarilho da bola. Depois das passagens por Palmeiras e Grêmio, o centroavante já jogou por Argentinos Juniors e Colo Colo. Neste início de ano, desembarca em El Palacio para reforçar o ataque do Huracán na Libertadores. Apesar da sequência ruim da equipe no Campeonato Argentino, o paraguaio anotou dois gols em seus primeiros sete jogos pelo Globo. Agora terá uma responsabilidade maior no torneio continental. O time de Turco Mohamed, aliás, está repleto de medalhões. A lista inclui o goleiro Antony Silva, o meio-campista Israel Damonte e o ídolo Patricio Toranzo, símbolo dos alvirrubros nos últimos anos.

Carlos Lobatón (Sporting Cristal)

Lobatón é praticamente um sinônimo do Sporting Cristal. Aos 39 anos, o meio-campista já viveu de tudo com os cerveceros, trazido após o título da Copa Sul-Americana com o Cienciano. Já são 15 temporadas vestindo a camisa celeste, com direito a cinco títulos do Torneio Descentralizado. E que as campanhas na Libertadores nem sempre justifiquem sua fama no país, Loba também possui os seus lampejos no torneio continental. A aposentadoria se aproxima e o veterano cada vez menos participa dos jogos do clube, mas o respeito prevalece. Outro que merece menção honrosa é o atacante Emanuel Herrera, de 31 anos. O argentino, com passagens por Montpellier e Tigres, quebrou o recorde de gols na última edição do Campeonato Peruano.

Roque Santa Cruz (Olimpia)

Um dos personagens mais legais do futebol sul-americano na atualidade, Roque Santa Cruz amplia sua história já respeitável. Campeão com o Olimpia quando ainda era um prodígio, o veterano retornou para liderar os franjeados no bicampeonato paraguaio – o que não acontecia justamente desde os seus primórdios no clube. E terá o gosto de disputar mais uma vez a Libertadores, após marcar presença na fase de grupos em 2018. Os números neste início de temporada mostram como o velho artilheiro permanece afiado: são três gols nas primeiras cinco aparições pela liga nacional. Qualidade não falta, do alto de seus 37 anos. Ainda tem a companhia de decanos do continente, como Darío Verón, Antolín Alcaráz, Alejandro Silva e Tabaré Viúdez.

Carlos Saucedo (San José)

A conquista do San José de Oruro no último Campeonato Boliviano foi referendada por um time de velhinhos. O elenco possui vários atletas acima dos 30 anos, em lista engrossada pelo retorno do ótimo goleiro Carlos Lampe. Mesmo assim, ninguém representa tanto o espírito dos orureños do que o atacante Carlos Saucedo. Aos 39 anos, o artilheiro possui uma extensa lista de clubes, sobretudo da própria Bolívia. E a camisa alviazul é a que mais lhe cai bem. Essencial na conquista do Clausura 2018, começou voando no Apertura 2019: são dez gols nas primeiras nove partidas. O atarracado matador é um nome para se tomar cuidado.

Walter Gargano (Peñarol)

Se não é possível manter a competitividade, o Peñarol confia na experiência de diversos jogadores tarimbados para seguir marcando presença na Libertadores. Medalhões de edições passadas continuam no plantel, a exemplo de Mathías Corujo, Fabián Estoyanoff, Lucas Viatri e Cebolla Rodríguez. E quem tem rendido particularmente bem é o meio-campista Walter Gargano, jogador de Copa do Mundo com a seleção uruguaia. Aos 34 anos, está em sua terceira temporada com os carboneros. Foi destaque em clássicos recentes contra o Nacional, especialmente por exibir sua visão de jogo. No torneio continental, porém, o sarrafo aumenta bastante. Pode ganhar sequência, após se ausentar de boa parte da edição 2018 por lesão.

Cristian Borja (LDU Quito)

Se a Lei do Ex costuma ser uma mãe a muitos jogadores, Cristian Borja espera aproveitar a ocasião contra o Flamengo. O atacante teve uma apagada passagem pela Gávea no início da década, assim como jogou pelo Caxias. Nos últimos anos, vinha ajudando a reconstruir o América de Cali, até ser levado à LDU Quito como reposição a Hernán Barcos. Anotou apenas um gol em 15 jogos no último Campeonato Equatoriano, apesar da reconquista dos Albos. Reserva, ao menos deixou sua marca neste início de temporada, durante a goleada sobre o Guayaquil City. Tem 31 anos e uma carreira que ainda inclui passagens por Estrela Vermelha, Independiente Santa Fe, Veracruz e Lobos BUAP.

Nelson Haedo Valdez (Cerro Porteño)

O futebol paraguaio vive um momento no qual os astros de sua seleção em campanhas mundialistas retornam para casa. E o Cerro Porteño também possui o seu nome de peso. Nelson Haedo Valdez rodou o mundo em seu auge, com a passagem mais relevante pelo Borussia Dortmund. Todavia, em 2017 avaliou que era o momento de voltar e vem encabeçando o Ciclón. Presente na Libertadores 2018, anotou dois gols, sempre vindo do banco. Já na atual edição do Campeonato Paraguaio, são três tentos em sete aparições. Aos 35 anos, se não tem gás para jogar durante os 90 minutos, permanece desequilibrando. O elenco azulgrana ainda conta com Fernando Amorebieta, Martín Cáceres, Victor Cáceres e Julio dos Santos.

Matías Fernández (Junior)

O Junior de Barranquilla tem se caracterizado pelos altos investimentos nos últimos anos. O elenco atual mantém medalhões do porte de Teo Gutiérrez e Sebastián Viera. O reforço de peso para a Libertadores é o chileno Matías Fernández, de 32 anos. O meia que surgiu no Colo Colo possui um currículo respeitável, defendendo também Villarreal, Sporting, Fiorentina e Milan. Estava no Necaxa, mas decidiu retornar ao sul do continente e desembarcou no Estádio Metropolitano. Famoso por sua qualidade nas bolas paradas, pode agregar a uma equipe que perdeu destaques após o vice na Copa Sul-Americana. Pelo contexto, é um negócio midiático dos tiburones.

Gonzalo Castro (Nacional)

O Nacional não foge muito das mazelas compartilhadas com o Peñarol, limitado a opções sem tanto escopo no mercado. O elenco possui uma ampla relação de trintões, como Esteban Conde, Álvaro Pereira, Gonzalo Bergessio, Gustavo Lorenzetti e Marcos Angeleri. Já entre os egressos figura Chori Castro. O meia começou no Parque Central, mas construiu sua jornada sobretudo na Espanha – por Mallorca, Real Sociedad e Málaga. Retornou no último ano, mesmo sem dar grande contribuição ao sucesso dos tricolores. Agora, mais aclimatado ao elenco, será exigido na Libertadores. Aos 34 anos, é esperança de um papel minimamente digno de sua equipe.

Christian Ramos (Melgar)

Essencial na seleção peruana, Christian Ramos não é reconhecido da maneira que merece. O zagueiro instrumental na campanha até a Copa do Mundo de 2018 nunca passou por clubes de tanto peso. Sua carreira no exterior se resume a Gimnasia de La Plata, Emelec e Veracruz, até ganhar uns trocados no Al Nassr. Já nesta Libertadores, resolveu retornar para casa e é um belíssimo nome à defesa do Melgar. Foi acertado com os rubro-negros após a classificação nas preliminares. E possui sua rodagem no torneio continental, com participações anteriores por Universidad San Martín, Alianza Lima e Juan Aurich.

Fabricio Coloccini (San Lorenzo)

Nome recorrente na seleção argentina durante mais de uma década, Coloccini retornou ao país em 2016. O San Lorenzo é seu clube de coração e isso pesou na volta ao Nuevo Gasómetro. E mesmo que existam limitações físicas, o zagueiro de 37 anos continua dando o seu máximo pelo Ciclón. Vindo de uma sequência de jogos considerável pela equipe neste início de ano, poderá disputar a Copa Libertadores mais uma vez. Suas aparições foram mínimas no torneio continental em 2017, limitado a duas partidas. Agora, tem uma chance que talvez seja a última. O elenco dos cuervos ainda possui Fernando Belluschi e Sebastián Torrico em sua lista de veteranos.

Carlos Tevez (Boca Juniors)

Carlitos não é exatamente uma novidade no Boca Juniors. A boa nova aos xeneizes tem sido a fase positiva do atacante, após meses com pouca influência no time sob as ordens de Guillermo Barros Schelotto. A saída do antigo treinador parece fazer bem ao atacante, que redescobre sua fome de gols. Não são números tão expressivos assim, mas, a quem parecia fadado ao ostracismo, a recuperação representa um alento. É o grande símbolo do clube, que tenta se reconstruir da frustração expressa pela final contra o River Plate. O plantel mantém a mesma base, com algumas poucas adições. O ataque é justamente o setor mais recheado, com Mauro Zárate, Darío Benedetto e Ramón Ábila entre as opções.

Alex Silva (Jorge Wilstermann)

Alex Silva parece mesmo ter encontrado seu lugar na Bolívia. Após rodar por clubes do interior do Brasil, o momento no Jorge Wilstermann é favorável. Essencial na boa campanha feita pelos aviadores na Libertadores de 2017, permanece no elenco e se firma ainda mais como uma liderança nos torneios continentais. Aos 33 anos, vai para a sua terceira participação continental com a equipe. Além do mais, é intocável entre as opções no Campeonato Boliviano. O atacante Serginho é outro compatriota em Cochabamba, enquanto Lucas Gaúcho tem feito os seus gols e permanece como alternativa no comando da linha de frente.

Óscar Cardozo (Libertad)

Mais um veterano da seleção paraguaia nos clubes expressivos do país. E, aos 35 anos, o protagonismo de Tacuara Cardozo gera momentos inesquecíveis ao Libertad. Autor de 23 gols na última edição do campeonato nacional, o centroavante também havia liderado o Gumarelo até os mata-matas da Libertadores. Já na atual edição, apresentou todo o seu talento nas preliminares. Vai ser difícil ver uma pintura superar a sua contra o Strongest, anotando uma obra de arte do círculo central. Depois, seria decisivo também contra o Atlético Nacional, abrindo o caminho na classificação à fase de grupos. É o maior expoente de uma equipe que ainda tem à disposição Martín Silva, Paulo da Silva, Macnelly Torres, Sergio Aquino, Cristian Riveros e ainda outros decanos.

Nestor Ortigoza (Rosario Central)

Depois de se tornar um personagem histórico no San Lorenzo, encabeçando a equipe na conquista da Libertadores de 2014, Ortigoza deixou o Nuevo Gasómetro de maneira pouco respeitosa a um ídolo de seu porte. O meio-campista tentava seguir na ativa e, depois de uma malfadada passagem pelo Olimpia, se tornou aposta do Rosario Central em 2017. Novamente marcou seu nome, ao ajudar os canallas a encerrarem seu jejum de títulos e erguerem a Copa Argentina. A qualidade técnica imensa permite que o paraguaio dite o ritmo na meiúca, aos 34 anos, mesmo que a sequência recente dos rosarinos deponha contra. É o cara para reerguer a equipe, que também possui Germán Herrera, Fernando Zampedri e Matías Caruzzo.

Duvier Riascos (Universidad Católica)

O empresário de Duvier Riascos merece ser considerado um dos melhores da América do Sul. É impressionante a maneira como o atacante colombiano sempre arranja uma oportunidade de assinar contratos, mesmo que seus números sejam pouco animadores. Aos 32 anos, o histórico longo de agremiações inclui Tijuana, Cruzeiro, Vasco e Millonarios. Estava na China, até ser levado pela Católica visando a Libertadores. Ainda não estreou pelo novo time. O plantel tarimbado dos Cruzados soma Diego Buonanotte, José Pedro Fuenzalida, Luciano Aued e Edson Puch entre as alternativas ao técnico Gustavo Quinteros.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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