Libertadores

Botafoguense se emociona ao levar foto do pai, o ‘anjo da guarda’ de Nilton Santos, para o Monumental

Pedro Paulo foi para Buenos Aires com o filho para assistir a final entre Botafogo e Atlético-MG

A inédita disputa da final da Copa Libertadores, neste sábado (30), mexeu com todos os torcedores do Botafogo.

Nos arredores do Monumental, muitos botafoguenses não esconderam a emoção e caíram em lágrimas antes mesmo de entrarem no estádio para o duelo com o Atlético-MG, já considerado o jogo mais importante da história do clube.

Um destes torcedores foi Pedro Paula Malta, que tem uma relação mais do que especial com o Botafogo. Abraçado com o filho Francisco, os dois chegaram chorando no Monumental. E a emoção ia além de qualquer questão esportiva. A emoção vinha do coração, da memória e da família.

Pedro Paulo chegou no Monumental com uma bagagem especial. Na mochila, ele carregava uma foto do pai, botafoguense fanático e ex-benemérito do clube.

Paulo Samuel, filho de um ex-jogador do Botafogo, era médico e durante muitos anos cuidou da saúde de Nilton Santos, um dos maiores ídolos da história do Botafogo e que dá nome ao estádio do clube.

Paulo Samuel, pai de Pedro Paulo, era considerado o “anjo da guarda” de Nilton Santos. Falecido em 2023, Paulo não viveu para ver o jogo mais importante da história do Botafogo. Mas veio com o filho em forma de foto e na memória.

— Bateu (emoção). Sentindo falta do meu pai. A camisa é dele. Ele está com a gente aqui de algum jeito. Na memória, no coração. E certamente da onde ele tá, ele está muito feliz. A gente está muito emocionado de chegar no estádio sem ele, e com ele de alguma forma. No coração e nessa foto aqui – disse Pedro Paulo Malta à Trivela.

— Hoje eu não tenho meu pai aqui fisicamente, tenho ele como uma memória. A melhor memória do mundo. Trago ele aqui comigo e é uma alegria imensa poder estar aqui com meu filho. Estamos muito emocionados chegando no estádio para a final da Libertadores e muito emocionado pela ausência dele fisicamente, mas cheio de sentimento bom pelo Botafogo e de que a gente vai ser campeão – completou o jornalista, que veio do Rio de Janeiro para assistir a final da Libertadores.

Paixão de família desde os anos 1930

O Botafogo está na família de Pedro Paulo há quase 100 anos. Seu avô, Paulo Samuel Santos, jogou pelo clube na década de 1930. E passou a paixão pelo clube para o filho, que seguiu transmitindo o amor pelo Glorioso pela família.

— É uma paixão desde sempre. O Botafogo faz parte da minha família. A paixão pelo Botafogo é uma coisa nossa. Meu avô foi jogador do Botafogo nos anos 1930. Meu pai foi o maior botafoguense que eu conheci – disse Pedro Paulo.

— Teve muita dificuldade de fazer o filho botafoguense nos anos 1980. Era muito difícil, o Botafogo estava num jejum do títulos muito grande. Primeira vez que eu vi o Botafogo ser campeão foi no dia 21 de junho de 1989, contra o Flamengo do Zico. Costumava dizer que era o dia mais feliz da minha vida até o dia em que meu filho nasceu – completou Pedro Paulo, emocionado ao lado do filho Francisco.

 

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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