Palmeiras ‘irrita’ por regularidade em esquema impossível de se ler

A regularidade do Palmeiras, nas vitórias e nas derrotas, é irritante. Quando vai mal, é porque insistiu em cruzamentos e teve pouca eficácia para concluir. Quando vai bem, como na tranquila vitória sobre o Bolívar (2 a 0), as razões também costumam ser normalmente as mesmas.
Variação de jogadas, troca de passes, uso preciso da marcação sob pressão e bom aproveitamento de um elenco muito equilibrado. A ponto de o time ter abdicado de Gustavo Gómez, Estêvão e Paulinho, poupados, sem isso afetar a qualidade do seu jogo.
Maurício começou o jogo no ataque, e Murilo fez dupla com Bruno Fuchs. Os dois substitutos foram úteis. O zagueiro completou cruzamento de Piquerez, aos 6 do 1º tempo, para fazer 1 a 0. O meia-atacante fez a assistência para Facundo Torres abrir 2 a 0, aos 12.

Qual o esquema do Palmeiras, afinal?
As muitas trocas de Abel Ferreira antes e durante os jogos consagraram a espécie de 4-2-4 que o técnico leva a campo. É importante ressaltar o termo “espécie”. Porque, na realidade, é difícil encaixar as formações do time, ofensiva e defensivamente, em uma das numerações clássicas.
Ríos e Martínez, os dois volantes, atacam carregando e infiltrando, por exemplo. Momentos em que os zagueiros vão se posicionar como volantes de criação no campo ofensivo. Os laterais aparecem no corredor externo e como pontas de chegada ao fundo. Meias e atacantes defendem marcando na entrada da área.
Como Abel gosta de dizer, seu objetivo é criar sempre superioridade numérica. Para tanto, é necessário que todos os jogadores desempenhem bens múltiplas funções. E, isso, Abel Ferreira tem com sobras.
Talvez seja um dos melhores jogos do Palmeiras na temporada. E, com certeza, o clima mais morto do Allianz em 2025. Esvaziado e silencioso. Uma pena. Claro erro de precificação.
— Diego Iwata Lima (@DiegoMarada) May 15, 2025
Ingresso a R$ 420. pic.twitter.com/onWQ2qVFhy
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Precificação errada, público ruim
Depois da bem-sucedida experiência com ingressos populares na Arena Barueri, no clássico com o São Paulo (1 a 0), foi uma ducha de água fria, o baixo público nesta quarta-feira.
Com ingressos de até R$ 420, apenas 28.381 torcedores estiveram no Allianz Parque. A renda de 2.358.169,80 foi alta, comprovando que o ticket médio realmente está alto demais.
Se cheio, o Allianz já não é o caldeirão de outros tempos, não seria esvaziado e com o time já classificado que a casa do Alviverde vibraria. Uma pena. O bom futebol que o time jogou merecia ter sido visto por mais torcedores.
Que teria sido melhor se o árbitro não tivesse parado o jogo incessantemente na segunda etapa. Os mais de dez minutos de paralisação, parcamente compensados com os nove acrescidos, só servem na matemática. Porque, na prática, tanta bola parada esfriou o time, que passou a jogar em ritmo de treino – e mesmo assim, criar chances. O Bolivar jogou nocauteado.