‘Índice Cerro Porteño’ evidencia problemas e acertos em reformulação do Palmeiras
Clube alviverde substituiu peças importantes de seu elenco, mas pode ter mantido algumas por tempo demais

O Palmeiras faz, na noite desta quarta (9), no Allianz Parque, seu 18º jogo contra o Cerro Porteño. Dos 17 confrontos, 16 aconteceram pela Copa Libertadores. Quatro, sob o comando de Abel Ferreira, em 2022 e 2023.
O Cerro, que recentemente entrou no rol de clubes “pouco amigos” da coletividade alviverde, devido ao caso de racismo envolvendo Luighi, nunca venceu o Palmeiras sob direção portuguesa.
Mas, por ter enfrentado o Palmeiras duas vezes e recentemente no torneio continental, o Cerro acaba sendo um bom parâmetro de avaliação da reformulação do elenco alviverde. Para ilustrar a questão, a Trivela inventou e adotou o “Índice Cerro Porteño” nesta reportagem.
Vai e vem no Palmeiras
Dos jogadores usados por Abel em 2022 na fase de grupos contra o Cerro, apenas sete seguem no Palmeiras:
2022
- Weverton
- Mayke
- Rocha
- Murilo
- Gómez
- Piquerez
- Veiga
Já em comparação com o time de 2023, o número sobe para nove:
2023
- Weverton
- Mayke
- Rocha
- Murilo
- Gómez
- Piquerez
- Veiga
- Flaco
- Ríos

E tais dados podem ser lidos de dois modos:
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Números mostram que Palmeiras mudou bastante
Pensar que apenas nove atletas que enfrentaram os paraguaios na fase de grupos de 2023 continuam no clube mostra que o Palmeiras de fato fez uma reformulação importante.
Nada menos que seis titulares daquele jogo já não estão no Palmeiras: Luan, Zé Rafael, Gabriel Menino, Artur, Dudu e Rony deixaram o clube.
Pensando no jogo de volta das oitavas de final de 2022, o número é semelhante, com Danilo, Navarro e Wesley encorpando a lista. E vale mencionar que Zé Rafael e Rony, que tinha status de titulares, começaram no banco.
Rony, inclusive, entrou em campo naquele dia e fez dois gols no 5 a 0 — o segundo foi o seu lendário gol de bicicleta.
Palmeiras não rejuvenesceu seu elenco em posições-chave

Por outro lado, a permanência de nove jogadores do time eliminado na semifinal da Libertadores pelo Boca Juniors, há duas temporadas — sete ainda titulares –, dá uma noção de renovação precária em alguns setores fundamentais.
Na lateral-direita atualmente, o Palmeiras tem dois veteranos que, em tese, deveriam se revezar: Mayke e Marcos Rocha. Na prática, porém, o clube vem tendo dificuldade para escalá-los.
Mayke se lesionou com poucos minutos em campo na vitória sobre o Sport (2 a 1) do último domingo (6). E Rocha, que já vinha fora do time, também lesionado, é dúvida para encarar o Cerro hoje.
O Palmeiras até trouxe um substituto jovem para o setor, o argentino Giay. Mas o caro garoto de 21 anos (8 milhões de euros) vem longe de um futebol que justifique a contratação.
Gómez e Murilo, que têm sofrido com lesões, já tem Bruno Fuchs e Micael como substitutos. Mas a qualidade técnica mostrada pelos recém-chegados ainda se mostra aquém do que os veteranos já demonstraram.
Palmeiras só tem um meia de criação
Mas o caso que mais preocupa é o de Veiga. Único meia central criador do elenco, o camisa 23 vem rendendo abaixo de seu melhor desde 2023.
Em 2024, chegou a perder a posição com a chegada de Maurício, que tem características diferentes — bem como Felipe Ânderson e Facundo, outros que podem jogar na faixa central da articulação ofensiva.
Hoje, tem novamente status de intocável. No entanto, vem oscilando muito técnica e fisicamente.