O empate em Avellaneda não é ruim para o Flamengo, mas as circunstâncias podiam dar um resultado melhor
O Flamengo ficou em vantagem numérica ainda no primeiro tempo e abriu o placar, mas caiu de produção no segundo tempo e também ficou com dez antes de ceder o empate

O Flamengo rumou a um jogo decisivo em Avellaneda pela Copa Libertadores. Era importante arrancar pontos do Racing dentro do Cilindro. O empate, a princípio, não seria tão ruim para os rubro-negros. Mas, pelas circunstâncias, o time deixou escapar uma situação melhor. No que era um duelo difícil de início, a expulsão no lado racinguista ainda no primeiro tempo abriu o caminho para o Fla e o time saiu em vantagem. Entretanto, mesmo com bem mais de posse de bola, a produção dos flamenguistas caiu no segundo tempo e a expulsão de Wesley igualou as coisas diante de um adversário que seguiu lutando. A Academia empatou e, num final de jogo aberto, os dois times tiveram bolas na trave. O empate por 1 a 1 não é o pior dos cenários, até pela tabela, mas os cariocas sabem que a situação poderia ter sido melhor. Gabigol ainda merece um destaque especial, por chegar aos 30 gols em Libertadores e se tornar o maior artilheiro brasileiro da história do torneio, agora à frente de Luizão, com 29.
O jogo era bastante disputado durante os primeiros minutos, com certo equilíbrio, mas o Flamengo conseguiu criar a primeira oportunidade. Os rubro-negros tinham dificuldades para construir, até que uma boa trama viesse aos nove minutos. Ayrton Lucas apareceu pelo lado esquerdo da área e bateu para fora. O Racing, todavia, se fechava muito bem e logo testaria a defesa flamenguista. Logo os primeiros cartões amarelos pintaram para os cariocas. E num momento em que os racinguistas se tornavam melhores, os perigos vinham com Maxi Romero. O atacante teve duas chances de arrematar, mas parou em Santos na primeira e errou o alvo no abafa do goleiro depois.
Num momento em que o jogo parecia se complicar para o Flamengo, o Racing ficou com um jogador a menos, aos 25 minutos. Foi uma inconsequência de Gabriel Hauche, que cometeu duas faltas sobre Ayrton Lucas em pouquíssimo tempo. Duas faltas para amarelo, que renderam a expulsão do ponta. Mesmo com a desvantagem, Nicolas Oroz forçou uma boa defesa de Santos em cobrança de falta fechada. Porém, o Flamengo crescia e passava a ocupar mais o campo ofensivo. Faltava acertar a conclusão das jogadas. Ayrton Lucas era bastante acionado na esquerda, mas não que seus lances tivessem continuidade na área. Mesmo Pedro chegou a vacilar.
O jogo esquentou para o Flamengo depois dos 40. Pulgar ficou a um triz de completar um cruzamento rasteiro de Ayrton Lucas, antes que Gabigol perdesse uma chance inacreditável na pequena área, em bola ajeitada por Pulgar após um ótimo lançamento de Vidal. Os rubro-negros aumentavam a pressão antes do intervalo e abriram o placar nos acréscimos, aos 48. Numa cobrança de falta pela esquerda, Pulgar rolou para o meio da área e Gabigol acertou um chute forte de primeira. A bola até pegou na canela do atacante, mas a direção foi perfeita para sair do alcance do goleiro Gabriel Arias e morrer no alto da meta. Gol importante de várias maneiras, inclusive para tornar Gabigol o maior artilheiro brasileiro na história da Libertadores, com 30 tentos.
O Racing voltou para o segundo tempo com Nicolás Reniero e Jonathan Galván, enquanto Paolo Guerrero foi um dos sacados. O Flamengo administrava mais o resultado, mas o Racing também tentava forçar as jogadas, diante das necessidades. A Academia não produzia muito, mas chegou a ganhar uma falta perigosa no ataque. Na cobrança, Romero tentou a cabeçada e foi bloqueado por Wesley, com uma reclamação de pênalti não marcado para o time. Logo depois, o Flamengo renovou seu ataque com as entradas de Bruno Henrique e Arrascaeta, saindo Pedro e Vidal.
Todavia, o Flamengo não sentiu um efeito positivo de imediato. E com o Racing em cima pelo resultado, o cenário mudou aos 26 minutos. Primeiro, por uma falta de Wesley que rendeu o segundo amarelo ao lateral. Ainda pior aos rubro-negros, o Racing empatou de imediato, graças à falta frontal. Oroz cobrou com primazia e a bola segui diretamente ao ângulo de Santos, que sequer saltou. Os racinguistas perderam Romero logo depois, lesionado. Mas a Academia aproveitou o momento e partiu para cima. Quase a virada saiu aos 35, numa bobeira de Fabrício Bruno. Entregou dentro da área e Emiliano Saliaderre, que tinha acabado de entrar, acertou a trave, de frente com Santos.
A última cartada de Jorge Sampaoli veio com Everton Cebolinha na equipe, aos 37. O Racing tentava pressionar na reta final, enquanto o Flamengo tinha como recurso o contra-ataque. Os rubro-negros voltaram a criar e tiveram inclusive a chance da vitória. Gabigol cabeceou para fora aos 44. Já aos 45, o Fla parou na trave. Num cruzamento de Arrascaeta, Gabigol não conseguiu a finalização e Thiago Maia chutou forte na sobra. A pancada estalou o travessão. Seriam cinco minutos de acréscimos, com a partida ainda aberta. Os flamenguistas tentaram um pouco mais, mas sem passar pela defesa racinguista. Ficou o empate.
O Flamengo termina a terceira rodada na segunda colocação do Grupo A da Libertadores, com quatro pontos. Não é a situação mais confortável, mas a rodada ajudou, com a vitória do Ñublense sobre o Aucas. Ambos, logo abaixo, somam três pontos. Já o Racing sobra na liderança, com sete pontos, mesmo que o momento no Campeonato Argentino não seja bom.