Guia Libertadores 2023 – Grupo B: Internacional, Independiente Medellín, Nacional e Metropolitanos
O Internacional terá a companhia de uma camisa pesada (sem Suárez) e um campeão surpreendente da Venezuela

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O Internacional terá a companhia de uma camisa pesada, mas seria mais difícil lidar com o Nacional se Luis Suárez não tivesse se transferido para o Grêmio – então de qualquer maneira cruzará o caminho do Colorado. A derrota para o Caxias na semifinal do Campeonato Gaúcho gerou uma crise no Beira-Rio, apesar da ótima campanha no último Campeonato Brasileiro. As condições para avançar ainda são favoráveis. Deve brigar por uma vaga com os uruguaios e o Independente Medellín, que chegou a esboçar a contratação de outro experiente atacante que fez seu nome no futebol europeu, o aposentado Jackson Martínez, mas não fechou negócio. O Metropolitanos, que ascendeu meteoricamente no futebol venezuelano e conquistou a liga nacional em apenas uma década de existência, corre por fora.
Internacional
A eliminação na semifinal do Campeonato Gaúcho deixou o clima maravilhoso no Beira-Rio: foi a quinta derrota seguida em disputa de pênaltis, houve uma briga generalizada com o Caxias, um torcedor chegou a invadir o gramado com a filha no colo, os jogadores foram chamados de sem-vergonha e o presidente Alessandro Barcellos também foi alvo de xingamentos. E esse é o vice-campeão brasileiro, preparando-se para disputar a Libertadores pela quarta vez em cinco anos.
O seu melhor desempenho não apareceu tantas vezes no Gauchão, mas talvez não fosse o caso de criar uma crise, com ambições maiores se aproximando. O Colorado ainda tem credenciais para chegar longe. Como um técnico experiente, por exemplo, que monta equipes muito seguras defensivamente.
Mano Menezes recebeu reforços importantes, como Luiz Adriano e Mário Fernandes, e deve contar com o equatoriano Enner Valencia e o chileno Charles Aránguiz no meio do ano. Isso será relevante para a Libertadores apenas se o Internacional chegar às oitavas de final, o que fez em todas as suas últimas três participações. Certamente tem condições de chegar até lá e ver o que o sorteio reserva.
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Independiente Medellín

Embora tenha feito uma das melhores campanhas no agregado das tabelas do Campeonato Colombiano, o Independiente Medellín teve que disputar as fases preliminares porque as vagas diretas da Colômbia ficam com os campeões nacionais. O Medellín até chegou à final do Clausura, mas foi derrotado pelo Deportivo Pereira, nos pênaltis.
Para alcançar a fase de grupos, passou apertado pelo El Nacional, do Equador, e despachou o Magallanes, do Chile. O treinador é o ex-goleiro David González, que teve duas passagens como jogador pelo clube, boas o suficiente para ter a sua camisa 22 aposentada, e parou de jogar com o Deportivo Cali em 2020. É seu primeiro trabalho como treinador.
O veterano Jackson Martínez, que pendurou as chuteiras dois anos atrás por problemas físicos, chegou a treinar com o Medellín para esboçar um retorno ao futebol. Recebeu aval esportivo e médico, mas não chegou a um acordo financeiro para ser integrado ao elenco, que foi reforçado com alguns destaques da liga colombiana, como os atacantes Andrés Ibarguen, do Tolima, e Edwauin Cetré, do Junior Barranquilla, e o meia Deinner Quiñones, do América de Cali. Distraído pela fase preliminar da Libertadores, o começo no Apertura até agora é mediano, com 13 pontos em 11 rodadas, no meio da tabela.
Nacional

Foi quase um conto de fadas: Luis Suárez voltou ao Nacional, depois de se consagrar na Europa como poucos atacantes conseguiram, e o ajudou a conquistar o Campeonato Uruguaio. Com direito a dois gols na final contra o Liverpool que Suárez nunca defendeu. A experiência sempre seria de tiro curto, e em nenhum momento alguém sugeriu que ele pudesse ficar mais do que os meses que antecederam a Copa do Mundo.
De volta à realidade, o Nacional ainda conta com o veterano Emmanuel Gigliotti (autor dos outros dois gols da decisão) para colocar a bola nas redes e a segurança de Sergio Rochet. Mas, além de Suárez, também perdeu o bom meia armador Felipe Carballo para o Grêmio, outro destaque do título. Espera que jovens como Franco Fagúndez e Alfonso Trezza consigam se desenvolver.
O técnico é Álvaro Gutiérrez, de 54 anos, que chegou em março no Nacional para a sua terceira passagem como técnico da equipe substituindo Ricardo Zielinski, que durou menos de três meses no cargo. Treinou o time de base do clube antes de ser interino e treinador principal em 2014, ficou até 2015 e depois voltou em 2019. Treinou também o tradicional Olimpia, do Paraguai, e o Universitario, do Peru, seu último clube, de onde saiu em abril de 2022.
Metropolitanos

O clube de Caracas foi fundado em 2012 e, depois de um acesso e um rebaixamento, se estabeleceu na elite em 2017. O sucesso chegou rápido com o título do Campeonato Venezuelano do ano passado. Ficou um pouco para trás do Zamora na primeira fase (com 16 clubes e jogos de ida e volta) mas liderou o quadrangular quase final e marcou uma decisão com o Monagas. Foi campeão nos pênaltis.
A primeira experiência internacional foi na Copa Sul-Americana, em 2021, mas, como um dos estreantes, é naturalmente um time com pouca vivência de Libertadores. Os jogadores mais tarimbados são o meia Carlos Cermeño, que disputou a competição por Deportivo Táchira e Deportivo La Guaira. O lateral Jefre Vargas e o ponta Freddy Vargas o fizeram algumas vezes pelo Deportivo Lara – Jefre também pelo Caracas.
O ex-jogador José María Morr, antigo assistente de Rafael Dudamel na seleção venezuelana, está no comando. É seu segundo trabalho, depois de uma rápida passagem pelo Estudiantes de Caracas. O Metropolitanos brilhou principalmente na defesa, sem sofrer gol nas cinco primeiras partidas do quadrangular. Após a virada do ano, no entanto, a fase não é boa. Perdeu quatro das sete primeiras rodadas do Campeonato Venezuelano, com apenas uma vitória. Sofreu nove gols, o que não é tanto assim para uma sequência ruim.