Libertadores

Guia Libertadores 2023 – Grupo A: Flamengo, Racing, Aucas e Ñublense

O Flamengo não deve ter dificuldade para passar de um grupo em que o Racing pinta como o único potencial complicador

Este conteúdo é parte do Guia Trivela da Libertadores 2023. Clique e confira mais.

Sempre há uma discussão sobre quais são os grupos mais fáceis da Libertadores. O Flamengo dificilmente esteve neles. Isso não vale para 2023. Desta vez, como disse o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, o clube não pode reclamar. Terá pela frente um grupo que tem o Racing, que pode complicar, mas tem outros dois adversários estreantes em Libertadores que dificilmente oferecerão dificuldade: o Aucas, que joga na altitude de Quito, mas não assusta, e o Ñublense, do Chile.

Flamengo

Campeão em 2019 e em 2022, o Flamengo foi finalista em três das últimas quatro edições, com dois títulos. É o time com maior receita na América do Sul e tem, discutivelmente, o melhor elenco do continente. Continua com seus principais jogadores, como Gabigol, Arrascaeta e Pedro, e ainda ganhou o reforço de Gérson, que voltou ao clube. Perdeu João Gomes, é verdade, e ele faz falta, mas o time tem todas as condições de montar uma equipe forte.

O problema é que ainda não conseguiu fazer isso com o técnico Vitor Pereira começando o trabalho em meio a uma bateria de decisões. Perdeu três delas: Supercopa do Brasil, Mundial de Clubes e Recopa Sul-Americana. O português ainda busca o melhor funcionamento do time e ainda parece sofrer para tirar o melhor rendimento de um grupo claramente talentoso, mas que parece ainda sofrer com desequilíbrio.

Mesmo assim, isso não deve ser problema na fase de grupos da Libertadores e, ao contrário, pode servir para o time achar o seu caminho e engrenar rumo ao mata-mata no segundo semestre, já com mais tempo de trabalho do treinador. Até porque apesar dos problemas iniciais, o time de Vítor Pereira já começou a dar bons sinais e o potencial do elenco é inegável. Mais do que favorito no grupo, o Flamengo é novamente favorito ao título, não só por ser o atual campeão, mas porque tem tudo para seguir como um dos principais times do continente. Seja qual for a ideia do técnico, o elenco do Flamengo tem muitas opções e oferece condições de montar um time forte de várias formas diferentes.

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Racing

Guerrero, do Avaí (Foto: Heuler Andrey/Getty Images/One Football)

O Racing chega à Libertadores comandado pelo técnico Fernando Gago e com um bom futebol. Aos 36 anos, Gago se aposentou com problemas de lesão, mas rapidamente faz a transição para a nova carreira e, aposentado em 2020, iniciou como técnico em 2021 no comando do Aldovisisi. Meses depois, já estava no Racing, que assumiu em outubro de 2021 e está lá desde então.

Na última temporada, o Racing foi vice-campeão, perdendo o título para o Boca Juniors na última rodada. O time perdeu dois jogadores importantes, o meio-campista Carlos Alcaraz e o atacante Enzo Copetti, mas conseguiu reforços para tentar recompor, como Juan Ignacio Nardoni, que veio do Unión Santa Fé, Maxi Moralez, de 35 anos, que voltou da MLS, na qual defendia o New York City, e Paolo Guerrero, veterano de 39 anos que chegou do Avaí. Jogadores experientes e de qualidade, algo que os grandes clubes argentinos usualmente aproveitam bem.

Joga em um 4-3-3 e foi o time com mais posse de bola no último Campeonato Argentino (62,4%, em média) e que costuma ser bastante ofensivo. Na Libertadores de 2020, enfrentou o Flamengo nas oitavas de final e derrubou o então campeão após dois empates e uma vitória nos pênaltis. Desta vez, a missão é novamente difícil, mas o time segue como uma equipe perigosa, com bons recursos, incluindo alguns veteranos que, mesmo vindo do banco, podem causar problemas.

Aucas

Hernán Galíndez, goleiro do Equador na Copa do Mundo e do Aucas (Foto: JUNG YEON-JE/AFP via Getty Images/One Football)

O Aucas fará a sua estreia na Libertadores depois de uma ótima campanha no Campeonato Equatoriano. Em 2022, foi a primeira vez em sua história que o Aucas se sagrou campeão do país, em uma final contra o tradicional Barcelona de Guayaquil. O técnico é o venezuelano César Farias, que comandou a seleção do seu país de 2007 a 2013 e a seleção da Bolívia de 2019 a 2022. Chegou em 2022 e já conquistou o título no Equador.

Em campo, o seu principal destaque está no gol. Hernán Galíndez foi a arqueiro titular na Copa do Mundo 2022 pelo Equador, muito pelo trabalho que fez no Aucas. Jogou as três partidas da fase de grupos no Catar. Foi fundamental no título equatoriano, inclusive sem sofrer gols nos seus últimos jogos da competição. Ter um jogador de seleção no seu elenco é sempre algo notável, ainda mais um titular de Copa do Mundo e que mostrou sua qualidade para atropelar pela titularidade no Equador.

A altitude de Quito não é das maiores, 2.850 metros, mas é o suficiente para dar uma pequena vantagem ao time equatoriano diante de adversários que não estão acostumados. Depois de surpreender no Equador, agora o objetivo é surpreender na América, mas precisará lidar com dois adversários de mais peso e mais qualidade, como Flamengo e Racing, para estar nas oitavas de final. Uma missão ainda mais difícil do que conquistar o inédito título equatoriano.

Ñublense

Jaime García, técnico do Ñublense

A excelente campanha do Ñublense no Campeonato Chileno em 2022, com o vice-campeonato, permitiu ao clube estrear na Libertadores. É um time formado por jogadores com passagens em grandes do futebol chileno e com bastante experiência.

Um deles é Patricio Rubio, de 33 anos, ex-Universidad de Chile. O atacante já atuou no México e no Peru e é a referência no ataque do time chileno. O técnico tem bastante estabilidade no cargo: Jaime García está no comando do Ñublense desde 2019 e já passou de 100 jogos comandando o clube chileno.

Se a temporada passada foi histórica, desta vez o time começou mal a liga chilena e está na parte de baixo da tabela, o que pode complicar na disputa da Libertadores. Qualquer ponto será bem-vindo para um time que deve ser considerado o maior azarão do grupo.

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Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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