Após eliminação na Libertadores, presidente do Internacional refuta ‘fracasso’ e ‘terra arrasada’

O planejamento do Internacional em 2023 foi montado visando à Libertadores. O sonho do Tricampeonato da América fez a diretoria, em seu último ano de gestão, investir pesado em contratações de jogadores de hierarquia e trocar de treinador. Ao mesmo tempo, à medida que avançava na competição continental, o Colorado abriu mão do Campeonato Brasileiro, ficando para trás na tabela de classificação.

Tudo foi por água abaixo na noite de quarta-feira (4). A derrota em casa, por 2 a 1, de virada, para o Fluminense, custou a eliminação na semifinal, o que impediu o Inter de voltar a uma decisão de Libertadores depois de 13 anos.

Ainda assim, o presidente Alessandro Barcellos tratou de valorizar o que foi feito. Depois de encerrado todo protocolo pós-jogo da CONMEBOL, o mandatário colorado concedeu entrevista coletiva na madrugada de quinta-feira (5), iniciando por volta de 1h15min.

Sem terra arrasada

— Todo planejamento estratégico é feito para que você tenha como atingir os objetivos. Quando você não atinge, você precisa revisitá-lo, reorientá-lo, remobolizá-lo, para que você volte ao curso, sem perder de vista aquilo que foi feito de positivo, para que as coisas não se tornem totalmente terra arrasada, e sem, tampouco, reconhecer aquilo que faltou. E faltou pouco para que você pudesse atingir um grande objetivo.

O presidente do Inter ressaltou a volta do clube a uma semifinal de Libertadores depois de oito anos — em 2015, foi eliminado para o Tigres. Também avaliou que, apesar do insucesso, a equipe teve bom rendimento nas duas partidas contra o Fluminense.

— Estar entre os quatro melhores da América não é pouca coisa. O Internacional precisava mais, mas precisava voltar a viver isso. É uma noite muito dolorida, para nós, para os torcedores. Futebol é muito duro. Você trabalha com um número gigantesco de variáveis que podem influenciar. Você tem que tratá-los todos da mesma forma. E acho que esse trabalho foi feito. Tivemos dois jogos muito bons. Infelizmente, podemos dizer que tivemos desempenho, mas não tivemos resultado — analisou.

Barcellos refutou a ideia de ‘fracasso', apontado por um repórter em um dos questionamentos da coletiva. Até porque os resultados, além do desempenho, tinham aparecido anteriormente na Libertadores.

— Eu não acho que seja fracasso você chegar entre os quatro, contra um adversário que era considerado favorito por quase todos no país, com treinador da Seleção Brasileira, com grupo montado há muito tempo jogando junto. Nós mostramos que era possível ganhar, e não ganhamos. Nós tivemos resultados importantes, não só desempenho. Nós eliminamos o River Plate, nós eliminamos o Bolívar. Foram resultados importantes, que inclusive, fizeram a gente sonhar com o título. Tivemos resultados, não o suficiente para aquilo que a gente queria — ponderou.

Remobilização para o Campeonato Brasileiro

O presidente enfatizou que não se trata de um discurso de consolo, e sim de indignação por não ter conseguido avançar para a final. Ao mesmo tempo, Barcellos ressaltou que, após o inevitável luto, é preciso remobilização para buscar retomada no Campeonato Brasileiro, em que o Inter é o 14º colocado, estando a apenas três pontos da zona de rebaixamento.

— Esperavam que chegasse aqui e jogasse a toalha? Não terminou o ano. Tem 13 rodadas pela frente e vamos disputar elas. São 13 finais que teremos pela frente, que permitirão ao Internacional subir na tabela e, ao menos, nesta última reta do ano, buscarmos o que é obrigação nossa, que são as vitórias e uma classificação melhor, buscando as competições internacionais que estão colocadas, tanto Sul-Americana, quanto, quem sabe, a própria Libertadores, que não pode ser descartada neste momento — projetou.

A primeira das 13 ‘finais' citadas pelo presidente é nada mais, nada menos do que um clássico Gre-Nal. Os eternos rivais de Porto Alegre se enfrentam já no próximo domingo (8), às 16h, no Beira-Rio, pela 26ª rodada do Brasileirão.