Lambança de CBF e Conmebol gera estresse desnecessário antes da final da Libertadores
Flamengo sai como vilão, mas estava no seu direito, aproveitando os problemas de CBF e Conmebol para a final da Libertadores
Torcedores de Fluminense e Boca Juniors viveram momentos de angústia nesta quinta-feira (19), quando notícias começaram a sair sobre uma possível mudança de praça na final da Libertadores. O Flamengo entrou na jogada para entrar em campo menos de uma semana antes da decisão, para enfrentar o Bragantino, fato que prejudicaria muito o gramado. A gestão de “crise” de Conmebol e CBF foi ruim.
Ao tentar agradar a todos, a entidade máxima do futebol brasileiro causou um estresse junto a Conmebol, e o presidente Alejandro Domínguez se irritou muito com a possibilidade de um gramado danificado antes da final. Um jogo marcado há um ano, tendo problemas faltando duas semanas. Um estresse totalmente evitável, às vésperas do compromisso mais importante da história do Fluminense.
🇦🇷🆚🇧🇷 QUE FINAL!
🔥🏟️ @BocaJrsOficial e @FluminenseFC vão decidir o título da CONMEBOL #Libertadores 2023 no dia 4⃣ de novembro, no @maracana.
🤔 Quem chega à #GloriaEterna? pic.twitter.com/XLhQ0B2lMI
— CONMEBOL Libertadores (@LibertadoresBR) October 6, 2023
Um resumo do imbróglio
A final da Libertadores já estava marcada para o Maracanã desde o início do ano, mas um pedido do Flamengo criou situação com pouco menos de duas semanas para a decisão. Ciente dos seus direitos, o Rubro-Negro pediu à CBF para jogar no Maracanã diante do Bragantino no dia 28 de outubro, seis dias antes da finalíssima. Fluminense, Boca Juniors e Conmebol não gostaram nem um pouco disso.
O problema se arrastou por mais de uma semana, com o Flamengo batendo o pé e querendo o jogo contra o Bragantino, mas uma reunião nesta quinta-feira (19), na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai, fechou as portas para a possibilidade. No encontro, representantes dos clubes e entidades envolvidos, além do Governo do Rio, chegaram ao acordo e mantiveram a final no Maracanã.
🤝 Reunión de coordinación para la Final de la CONMEBOL @Libertadores. Autoridades de los clubes finalistas fueron informados sobre los avances organizativos del partido y firmaron un compromiso para promover una final sin violencia.
📍 CONMEBOL#GloriaEterna #CreeEnGrande
— CONMEBOL.com (@CONMEBOL) October 20, 2023
A Trivela, inclusive, chegou a antecipar que a CBF trabalha para remarcar o jogo para depois da decisão, a fim de não prejudicar nenhuma das partes. O estrago, no entanto, já estava feito: o desgaste entre Flamengo, Fluminense e Conmebol aconteceu.
Possibilidade de contrato de exclusividade
A Conmebol, inclusive, desperdiçou a oportunidade de destruir esse imbróglio antes mesmo que ele começasse. Em edições anteriores da decisão da Libertadores, como em Montevidéu e em Guayaquil, a entidade assinou um contrato de exclusividade com os gestores do estádio. Tal documento confirmava o fechamento do local por cerca de um mês antes da final, pensando no bem do gramado e da arena como um todo.
😍🏆 É o #ClimaDeLibertadores que só aumenta! @BocaJrsOficial e @FluminenseFC contam os dias para o encontro com o @maracana. pic.twitter.com/NdSXMjTyNr
— CONMEBOL Libertadores (@LibertadoresBR) October 18, 2023
Vale destacar que, na final disputada no Equador, inclusive, a Conmebol bancou melhorias no Estádio Monumental de Guayaquil, no valor de US$ 6 milhões (R$ 31,2 milhões). Só mais uma demonstração do tamanho do erro cometido pela entidade ao não assinar o contrato para 2023.
Tal acordo não foi feito no Maracanã, fato que gerou brecha para que Flamengo e Fluminense pudessem atuar no Maracanã em outubro, mês anterior à finalíssima. Com a decisão de manter o estádio como palco, o último jogo no local deve ser mesmo o Clássico dos Milhões deste domingo (22).
Hora marcada! ⏰
A grande final da @libertadoresbr acontecerá no dia 04 de novembro, às 17h, aqui na Casa do Inesquecível! É o @fluminensefc pela #GlóriaEterna! pic.twitter.com/fURJR7dF1c
— Maracanã (@maracana) October 9, 2023
Todos ganham ou ninguém ganha?
É fato de que o Flamengo está no seu direito de jogar no Maracanã, afinal, é o atual gestor do consórcio e paga muito bem para ter o estádio à disposição, ainda mais sem o contrato de exclusividade entre Conmebol, CBF e Governo do Estado. Faltou um pouco de bom senso, mas rivalidade é assim, ainda que o Fluminense esteja junto com o Rubro-Negro na gestão do Templo Sagrado.
A verdadeira lambança ficou por parte das entidades envolvidas. Por mais que a Conmebol esteja à mercê da CBF, omissa durante toda a situação, o órgão máximo do futebol sul-americano também falhou ao não se organizar para ter o Maracanã o máximo de tempo possível antes da decisão. Um erro bobo, que poderia ter sido resolvido rapidamente junto ao Governo do Rio.
A Casa do Inesquecível será palco de uma final inédita na @libertadoresbr! Agora é pra valer. É pela #GlóriaEterna! 🏆
VAMOS, TRICOLOREEEEES! 🇭🇺 pic.twitter.com/BUXD1kMgra
— Maracanã (@maracana) October 6, 2023
A CBF, na figura de Ednaldo Rodrigues, mostra novamente que está suscetível a erros. Querer agradar a todos não vai funcionar. Assim como dentro das quatro linhas, um time precisa ganhar para o outro perder. Nesse caso, era claro e cristalino que a final da Libertadores, principal competição das Américas, deveria ter sido priorizada. Ou a entidade entende que vai precisar desagradar alguém, ou vai sempre ficar nessas sinucas de bico. Desde que instituiu final única nas competições de clubes, a Conmebol repete erros e acumula desastres.