Logística especial e bilheteria fechada: Como Botafogo e PM se preparam para invasão chilena
Cerca de cinco mil torcedores da Universidad de Chile são esperados no Rio de Janeiro nesta terça-feira, mas a maioria ficará fora do Nilton Santos

O Rio de Janeiro vive dias de “invasão chilena”. Desde domingo, muitos torcedores da Universidad de Chile começaram a chegar no Rio para acompanhar – ou tentar acompanhar – a partida decisiva contra o Botafogo, nesta terça-feira (27), às 21h30 (horário de Brasília), pela última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores.
Mas nem todos têm presença garantida no Nilton Santos. Muito pelo contrário. A maioria deve ficar fora do estádio. E isso virou um problema para o Botafogo e para a Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Os 2 mil ingressos colocados à disposição para a torcida da Universidad de Chile se foram vendidos em pouco minutos. No entanto, segundo a imprensa chilena, entre 5 e 6 mil torcedores viajaram para o Rio de Janeiro para tentar acompanhar a La U.
O clube chileno tentou uma carga maior de ingressos com o Botafogo, mas a diretoria alvinegra negou. No jogo da primeira rodada, no Chile, o Glorioso também teve direito aos mesmos 2 mil ingressos.
Botafogo tenta evitar ‘infiltrados' da Universidad de Chile
Com os ingressos do setor visitante esgotados, muitos torcedores da Universidad de Chile passaram a comprar ingressos para os setores destinados à torcida do Botafogo. E isso ligou um alerta na diretoria do Glorioso.
Na última semana, o Botafogo informou ter identificado essas compras feitas por chilenos e disse ter iniciado o processo de cancelamento e ressarcimento destas compras.
Além disso, para evitar que os chilenos comprem ingressos nas bilheterias do Nilton Santos para os setores do Botafogo, o clube encerrou a venda de ingressos na manhã desta terça-feira – mesmo sem os mesmos estarem esgotados para os torcedores alvinegros.
O Botafogo também informou que, com as forças de segurança do Rio de Janeiro, prepara um “esquema logístico especial para garantir o acesso seguro dos torcedores da equipe chilena”.

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Concentração de torcedores da Universidad de Chile vira dilema
Apesar do Botafogo ter prometido uma logística especial para a partida, o deslocamento de torcedores da Universidad de Chile virou um dilema para as forças de segurança do Rio. Isso porque os chilenos estarão divididos em três locais da cidade durante estar terça-feira.
Parte dos torcedores da Universidad de Chile está concentrada na Barra da Tijuca, perto do hotel em que o clube está hospedado. Na última segunda-feira (26), os chilenos fizeram um grande festa na frente do hotel para recepcionar a delegação do clube.
Outra parte dos chilenos está em Copacabana, tradicional ponto de encontro de torcedores de clubes sul-americanos que enfrentam times cariocas nas competições da Conmebol. No entanto, um terceiro grupo estará em São Januário, confraternizando com as organizadas do Vasco. Há mais de 10 anos, a “Los de Abajo”, barra-brava da La U, tem amizade com algumas organizadas do Cruz-Maltino.
Para complicar a situação, São Januário também receberá um jogo do Vasco nesta terça-feira. Às 19h, o Cruz-Maltino enfrenta o Melgar, do Peru, pela Copa Sul-Americana.
Como as organizadas do Vasco e do Botafogo têm uma boa relação, essa amizade é quase que automaticamente estendida para os torcedores da La U. Assim, não é esperado que as organizadas do Botafogo tenham problemas com os torcedores chilenos. No entanto, há uma preocupação com a possível presença de chilenos nos setores alvinegros no Nilton Santos e desentendimentos com “torcedores comuns” do Glorioso.
Em nota enviada à Trivela, a Polícia Miliar do Rio de Janeiro não respondeu os questionamentos sobre a possível invasão de torcedores chilenos. A PM se limitou a dizer que terá um efetivo de cerca de 500 agentes divididos entre os dois jogos realizados no Rio de Janeiro nesta noite.