Libertadores

Palmeiras vence Atlético-MG, e Abel Ferreira dá troco no ídolo Felipão

Raphael Veiga marcou o gol que deu a vantagem ao alviverde nas oitavas da Copa Libertadores; jogo de volta acontece na quarta-feira (9), no Allianz Parque

Atlético-MG e Palmeiras se enfrentaram na noite desta quarta-feira (2), no Mineirão, pelo primeiro jogo das oitavas de final da Copa Libertadores. Mesmo jogando fora de casa, o alviverde levou a melhor e saiu com 1 a 0 no placar. O gol do time paulista foi marcado pelo meia Raphael Veiga, ainda no primeiro tempo.

Abel e Felipão se enfrentaram em quatro oportunidades antes do jogo desta quarta, todos confrontos entre Palmeiras e Athletico-PR, com o brasileiro levando a melhor em dois e o português em um, além de um empate. Esse último, inclusive, serviu para Felipão se tornar o único a eliminar Abel Ferreira de uma Libertadores, nas semifinais de 2022. Em 2023, foi o comandante do alviverde que terminou a primeira metade do encontro sorrindo.

Felipão e Abel Ferreira são considerados dois dos maiores técnicos da história do Palmeiras. Hoje rivais, eles sempre tiveram um ótimo relacionamento, com o português fazendo questão de deixar claro o quão fã é do experiente treinador brasileiro. Abel já falou em como se inspira em Felipão e que tem “muita gratidão como jogador, treinador e português que é”.

Felipão foi treinador de Portugal entre 2003 e 2008, chegando a convocar o então jogador Abel para um período de testes na seleção, por isso o carinho do português. Além disso, o treinador palmeirense também sempre fala como o brasileiro fez os portugueses verem a seleção de forma diferente e se apaixonarem por ela.

Felipão treinador do Atlético-MG, com Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, ao fundo
Felipão e Abel Ferreira voltaram a travar duelo pessoal – Foto: Agência i7/Mineirão

Raphael Veiga faz a diferença para o Palmeiras no primeiro tempo

Apesar de jogar fora de casa, com toda a torcida mandante contrária, o Palmeiras começou o jogo com uma postura mais ofensiva. Com bastante disposição nas dívidas, o alviverde conseguiu as duas primeiras grandes chances do jogo ainda antes dos nove minutos, ambas com participação de Raphael Veiga. Em ambas as oportunidades, após rebote, os atacantes palmeirenses chutaram para fora.

Com o passar do tempo, o Atlético-MG, que até então havia adotado uma postura de esperar o Palmeiras e sair em velocidade no contra-ataque, adiantou suas linhas e se fez mais presente no campo de ataque. O Porco, por sua vez, foi quem começou a explorar os espaços deixados pelo Galo.

A primeira metade da etapa inicial foi bastante estudada e dura, com fortes divididas. Mas Raphael Veiga, que vinha sendo o melhor homem em campo, foi o responsável por abrir o placar. O Palmeiras desceu pelo lado esquerdo de seu ataque e após cruzamento de cabeça cortado por Jemerson em dividida, a bola sobrou limpa para Raphael Veiga bater da entrada da área, no cantinho de Everson. Um belo gol palmeirense.

Com a vantagem no placar, o Palmeiras pôde ficar ainda mais tranquilo na partida. Com uma marcação muito forte, o alviverde tratava de destruir as jogadas atleticanas. As melhores chances do time de Felipão aconteceram em bolas paradas.

Atlético foi consumido pela ansiedade

Pressionado pela sequência de nove jogos sem vencer e vendo a torcida lotar o Mineirão para apoiá-los mesmo assim, o time do Atlético teve um primeiro tempo de muita intensidade, mas esbarrou na falta de confiança e na ansiedade. O time correu e lutou muito, mas sempre que tinha a chance de criar algum perigo, se enrolava nas próprias pernas.

Após o gol sofrido aos 30 minutos, esse detalhe ficou ainda mais nítido, pois o time ficou mais nervoso para tentar reverter a situação em campo. Os mais de 52 mil torcedores presentes seguiram cantando e apoiando, inclusive logo após o gol, mas claramente passou a ter menos paciência com os erros do time. Após o apito de encerramento da primeira etapa, vaias. É a primeira vez, desde 1992, que o Atlético-MG soma dez jogos sem vencer.

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Palmeiras diminui rotação na segunda etapa

Se o primeiro tempo foi quente em diversos momentos, a situação mudou na segunda etapa. Satisfeito com o placar favorável jogando fora de casa, o Palmeiras reduziu seu ímpeto ofensivo, buscando a velocidade em contra-ataques.

Apesar da proposta, o Palmeiras teve dificuldades para encaixar suas jogadas e levou pouco perigo para Everson no segundo tempo. Com o Atlético-MG também não conseguindo criar, o jogo ficou truncado. A melhor chance do alviverde aconteceu já nos acréscimos, quando após cobrança de falta, a zaga do Galo cortou mal e a bola espirrada acertou a trave de Everson.

Nada mudou no segundo tempo para o Atlético

Na volta para o segundo tempo, a história seguiu a mesma: a torcida apoiou, o time se afobou para tentar corresponder em campo e fez a torcida reclamar em vários momentos. O Galo teve algumas oportunidades, mas nada que levasse tanto susto ao gol palmeirense. Os gritos de esperança da torcida sempre terminavam em vaias após erros bobos do time.

Craque do time, Hulk é claramente um dos mais afetados pelo momento, apesar da experiência. Nada que o atacante da camisa 7 tentou, deu certo. Inclusive, boa parte dos ataques do Galo morreram nos pés do jogador.

Sem conseguir criar com qualidade e com as mexidas de Felipão não surtindo efeito — entraram em campo na segunda etapa: Pedrinho, Alan Kardec, Hyoran e Mariano , o Atlético-MG passou a apostar nas bolas paradas para tentar empatar o jogo, mas sem sucesso. Após o apito final, mais vaias dos atleticanos ao time e festa dos palmeirenses presentes no Mineirão.

Gramado do Mineirão volta a ser destaque negativo

Muito criticado por suas condições durante a temporada, o gramado do Mineirão voltou a decepcionar. Mesmo estando em condições um pouco melhores que as vistas em outros momentos da temporada, o terreno acabou atrapalhando os jogadores de Atlético-MG e Palmeiras em diversos momentos da partida.

Escorregões e perdas de posse foram constantes. Em determinado momento, o lateral Renzo Saravia, do Atlético-MG, chegou a se irritar e jogar longe um pedaço solto do gramado que havia se desprendido e o derrubado.

Apesar do estado ruim do gramado, a tendência é que essa condição melhore nas próximas semanas, já que o Mineirão voltará a receber shows somente em novembro. No último sábado (29), um festival musical aconteceu dentro do maior palco do futebol mineiro.

Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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