Libertadores

Atlético-MG nunca repôs ‘driblador’ Keno à altura e pagou caro por isso contra o Flu

Ex-Atlético, Keno tirou jogada "do bolso" para dar vantagem ao Fluminense na Libertadores contra o Galo

O Atlético-MG saiu derrotado pelo Fluminense por 1 a 0 do Maracanã, na ida das quartas de final da Copa Libertadores. A jogada do gol Tricolor saiu dos pés de Keno, jogador que o Galo “descartou” e não repôs a altura, e hoje sente a falta de alguém com essas características.

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O Atlético fazia até um jogo seguro, com alguns detalhes a se acertar, mas sem sofrer muito, conseguindo controlar o ataque do Fluminense.

Em jogos assim, em que o time coletivamente não vai bem, a individualidade costuma fazer a diferença, e ela fez com o time que tinha alguém com características para isso.

O ex-atleticano Keno, sempre destaque pela sua velocidade e drible, fez uma linda jogada para o gol do Fluminense. Já o Atlético, sem alguém para fazer o mesmo, não pôde criar muito ofensivamente e saiu com a derrota.

Atlético e Fluminense se enfrentam de novo na próxima quarta (25), na Arena MRV. O Galo precisa vencer por dois gols para avançar direto. Se vencer por um, a disputa será nos pênaltis. Qualquer outro resultado da a classificação ao time carioca.

Atlético-MG nunca repôs Keno à altura

Desde que se desfez de Keno, no fim de 2022, o Atlético nunca repôs o jogador a altura. Ou seja, o Galo não teve mais um ponta de habilidade confiável, de 1×1, que consegue decidir um jogo como esse.

Neste ano, o Galo contratou o colombiano Brahian Palacios, que inclusive era quem estava na marcação de Keno na jogada, mas o jovem chegou com o clube já sabendo que ele precisaria ser lapidado e que era difícil causar impacto logo de cara.

Palacios em Fluminense x Atlético
Palacios entrou em campo contra o Fluminense (Pedro Souza / Atlético)

A outra opção do tipo no elenco é o cria da base atleticana, Alisson, de 18 anos, que não está disponível por estar lesionado. Mas também é um jovem, que oscila muito e não tem a “casca” de um jogador como Keno.

Em resumo, o Atlético não tem um jogador desequilibrante pela laterais desde a saída do jogador que hoje foi o responsável por sua derrota.

Como foi o jogo?

Atlético controlou o jogo até Arias jogar

O Atlético entrou em campo com uma estratégia de manter mais a posse de bola, trabalhar ela o máximo possível, para tranquilizar o jogo e tentar acelerar só quando quisesse.

Deu certo até a página dois. O Galo teve o controle, mas não conseguiu transformar isso em chances de gol quando tentou acelerar as jogadas. O melhor lance do Atlético saiu só aos 34 minutos, em uma arrancada espetacular de Hulk, que deixou três para trás e parou em Fábio.

Defensivamente, o Atlético não sofria. Isso até a metade da etapa inicial, quando Arias trocou de lado, saindo da marcação de Arana para a de Fuchs. Depois dessa mudança, o colombiano criou pelo menos quatro boas chances para o Fluminense.

Fuchs fez marcação individual em Arias

No intervalo, Milito provavelmente percebeu como a mudança de lado de Arias afetou muito o Atlético e decidiu colocar marcação individual no colombiano.

Bruno Fuchs foi o responsável de acompanhar Arias, e seguiu o colombiano mesmo quando ele foi buscar bola na defesa do Fluminense ou até quando ele tentou inverter de lado de novo e jogar pela esquerda da defesa atleticana.

Essa marcação fez com que Arias voltasse a ser menos ofensivo a defesa atleticana, mas exigiu mais de Scarpa, por exemplo, que teve que cobrir o lado direito da defesa.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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