Libertadores

Agora vai? Relembre todas as participações do Botafogo em Libertadores

O Botafogo nunca se sagrou campeão da Libertadores, mas esteve perto nas primeiras décadas do torneio, além da mágica campanha em 2017

Ainda que o fim de ano tenha sido extremamente frustrante para o torcedor, o Botafogo está de volta à Libertadores da América depois de sete anos. Essa é a terceira vez que o clube da estrela solitária disputará a fase prévia da competição mais importante do continente. Ao todo, o Glorioso participou do torneio em sete oportunidades, mas nunca chegou na grande final.

A Trivela, sempre solícita, relembra todas as campanhas do Botafogo na Libertadores. Entre os melhores times do clube nas décadas de 60 e 70, até a arrancada improvável de 2017, o Alvinegro acumulou algumas boas histórias, mas a ausência da Glória Eterna é algo que ainda incomoda, sem dúvida. Será que 2024 é o ano do Glorioso?

As primeiras foram as melhores

A estreia do Botafogo na Libertadores foi logo na terceira edição do torneio, em 1963, quando conquistou a vaga por ter sido vice-campeão nacional. Curiosamente, o Glorioso não iria para a competição nesses moldes, apenas os campeões nacionais se classificavam, mas o Santos, liderado por Pelé e companhia, já havia vencido o torneio continental e, por isso, veio a vaga extra.

O estrelado time do Botafogo que chegou à semifinal da Libertadores em 1963 (Foto: Arquivo/O Globo)

O time de Garrincha e Nilton Santos não deu descanso para os adversários na primeira fase e conseguiu 100% de aproveitamento contra os peruanos do Alianza Lima e os colombianos do Millonarios. O problema foi que esbarrou logo com o atual campeão, e melhor time do mundo na época. O Botafogo até conseguiu um empate no Pacaembu, mas acabou perdendo por 4 a 0 no Maracanã para um Santos que seria bicampeão da América.

Ainda que tenha conquistado o Campeonato Brasileiro em 1968, o Botafogo só voltou à Libertadores em 1973, por uma questão de calendário, novamente como vice-campeão nacional. O formato, no entanto, era bem diferente: a fase de grupos era dividida entre países, e o Glorioso pegou Palmeiras, Peñarol e Nacional, três pedreiras logo de cara, mas avançou com 72% de aproveitamento.

O clube da estrela solitária não teve a mesma sorte na semifinal, que era disputada em dois triangulares. O Botafogo ficou em último em chave que também contava com Cerro Porteño e Colo-Colo. Os chilenos avançaram para a grande final, mas acabaram perdendo para o hegemônico Independiente, da Argentina, que vencia sua quarta Libertadores.

O Botafogo teve excelentes chances de conquistar a América nos primeiros anos de disputa da Libertadores (Foto: Arquivo/O Globo)

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1996: o ano entre hiatos

23 anos se passaram sem o Botafogo na Libertadores, porém o título brasileiro de 1995 colocou o clube novamente como protagonista da América. O problema foi que a campanha acabou sendo curta em comparação às outras. Claro que o formato já era outro, o tradicional mata-mata que conhecemos, mas o Glorioso foi eliminado muito antes das semifinais.

A fase de grupos já foi complicada, com o Alvinegro passando em terceiro no Grupo 4, que contava com o Corinthians e os chilenos das Universidads, de Chile e Católica. Logo no início do mata-mata, já veio a pedreira: o Grêmio, atual campeão da América, que despachou o Botafogo com um empate no Maracanã e uma vitória no Olímpico. A história entre gaúchos e cariocas em Libertadores não pararia por aí.

Túlio marcou um golaço que ficou marcado na memória, mas o Botafogo caiu nas oitavas de final (Foto: Ricardo Leoni)

Decepções no Século XXI

Depois de 1996, o Botafogo demorou mais 18 anos para voltar à Libertadores. Curiosamente, em 2014, o Glorioso também teve a sua pior campanha na história da competição. Como foi quarto colocado do Brasileirão, a equipe carioca precisou passar pela fase prévia, mas despachou o Deportivo Quito com um sonoro 4 a 0 no Maracanã, depois de perder no Equador. O problema, no entanto, viria logo depois.

Não é que o Botafogo tinha um grupo difícil pela frente, afinal, era um dos favoritos à avançar, mas o colapso na reta final fez com que ele acabasse eliminado na fase inicial. A derrota para o Unión Española, no Nilton Santos, foi um golpe duríssimo, e o Alvinegro não conseguiu se recuperar, perdendo e sendo eliminado pelo San Lorenzo de Almagro, que conquistaria sua primeira Libertadores naquela edição.

O Botafogo teve sua pior campanha da história da Libertadores em 2014 (Foto: Reprodução)

O Botafogo voltou ao caminho da fase prévia três anos depois, dessa vez eliminado o Colo-Colo, no Chile, e o Olimpia, em Assunção, com todo o brilho de Gatito Fernández. Ter despachado dois campeões da América deu moral ao Botafogo, que foi líder de um grupo que também reunia times cascudos: Estudiantes, Barcelona de Guayaquil e o atual campeão, Atlético Nacional.

O time de Jair Ventura encantava com seu futebol objetivo e eliminou mais um campeão nas oitavas, dessa vez a vítima foi o Nacional, do Uruguai. A mágica campanha de um time improvável, no entanto, pararia novamente nas mãos do Grêmio. O Tricolor Gaúcho conseguiu um empate no Nilton Santos e venceu pela margem mínima em Porto Alegre, a caminho do seu terceiro título. Os alvinegros reclamam até hoje de erros de arbitragem naquela eliminatória.

Quando o Botafogo estreia na Libertadores 2024?

Mais uma vez, a pré-Libertadores será o caminho do Botafogo até a fase de grupos. Os comandados de Tiago Nunes estreiam no dia 21 de fevereiro, contra o vencedor do confronto entre Aurora, da Bolívia, e Melgar, do Peru, válido pela fase inicial. O Glorioso decide em casa e, se passar, pode encarar o Red Bull Bragantino, que joga contra o Águilas Doradas, da Colômbia.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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