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Chile vem ao Brasil como candidato ao futebol mais bonito

O Chile viveu claramente duas fases distintas em sua campanha nas Eliminatórias. Durante o primeiro turno, a Roja parecia não ter forças suficientes para voltar ao Mundial. Ao mesmo tempo em que arrancavam vitórias penosas, os chilenos sofriam derrotas acachapantes. O ponto de virada só aconteceu a partir de 2013, quando o torneio entrou em sua reta final. E o grande responsável por garantir a presença no Brasil em 2014 é Jorge Sampaoli.

A diferença entre os resultados do ex-treinador da Universidad de Chile e de seu antecessor na seleção são evidentes. Claudio Borghi conquistou apenas quatro vitórias em nove partidas, incluindo três derrotas consecutivas no final de 2012. Sampaoli também começou perdendo, 1 a 0 para o Peru em Lima. Em compensação, a sequência da Roja nas partidas seguintes é a melhor da história do país nas Eliminatórias: quatro vitórias seguidas, além de um empate e outro triunfo nas duas rodadas finais.

Sem se importar com o peso da camisa rival ou com o fator campo, os chilenos foram batendo um a um na reta decisiva da competição. Uruguai, Paraguai, Bolívia, Venezuela e Equador não resistiram ao poderio ofensivo da Roja, enquanto a Colômbia suou para arrancar um inimaginável empate por 3 a 3 em Barranquilla. E, tão importante quanto a contundência dos resultados, é a forma como o Chile de Sampaoli vai detonando seus adversários.

Para quem se acostumou a ver a Universidad de Chile entre 2011 e 2012, a forma de atuar da seleção chilena não difere muito. O pragmatismo de Borghi ficou para trás, esquecido diante da intensidade pregada por Sampaoli. Atuando no 3-4-3, a Roja prima pela movimentação intensa no ataque e pressão na saída de bola adversária. E a ofensividade dos chilenos é notável em sua produtividade no ataque: nas últimas seis partidas, foram 15 gols marcados, mais da metade dos 29 anotados nas Eliminatórias.

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Nesta estrutura, o trio ofensivo tem papel fundamental. Acumulando ótimas atuações, Alexis Sánchez e Eduardo Vargas são os principais responsáveis pela velocidade do time, que explora muito bem as pontas. Enquanto isso, Valdívia atuou como falso 9 e foi fundamental para o sucesso chileno. O camisa 10 não só abria espaços para os companheiros surgirem mais à frente, como também criou ótimas ocasiões de gol.

O esteio do Chile de Sampaoli, no entanto, é Arturo Vidal. O meio-campista vive excelente fase, sendo peça-chave na combinação entre marcação forte e presença ofensiva. O jogador da Juventus, aliás, é aquele que mais se sobressai entre os bons nomes disponíveis para o setor, como Marcelo Díaz, David Pizarro e Gary Medel.  E até mesmo a defesa, que costumava ser um dos pontos fracos do Chile, tem apresentado bons números com Sampaoli. Foram nove gols sofridos em nove partidas disputadas pela equipe principal.

A expectativa sobre o Chile atual não é tão grande quanto a criada há quatro anos, quando a equipe de Marcelo Bielsa assegurou a viagem à África do Sul. Um erro. Ainda que o antecessor seja mais maluco na hora de mandar o time para o ataque, Sampaoli tem conseguido organizar uma equipe bem mais equilibrada. E sem deixar de exibir um futebol bonito. Se nos últimos anos boa parte das seleções da Copa tem sido acusada de se retrancar demais, a Roja é uma boa candidata a quebrar essa monotonia em 2014, por mais que as chances de título sejam muito remotas.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.

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