Namíbia faz história ao bater Tunísia e conquistar primeira vitória na história da Copa Africana de Nações
Nação de pouco mais de dois milhões de habitantes, a Namíbia celebrou sua primeira vitória na história da Copa Africana de Nações nesta terça-feira (16)
Os mais de dois milhões de habitantes da Namíbia comemoraram nesta terça-feira (16) o mais expressivo resultado da história da seleção nacional no futebol. A equipe treinada por Collin Benjamin venceu a Tunísia logo na abertura da Copa Africana de Nações, sendo a primeira vitória do selecionado namibiano, apelido de Bravos Guerreiros, na quarta participação na principal competição do continente africano.
Disputada no Estádio Amadou Gon Coulibaly, em Korhogo, na Costa do Marfim, a partida teve uma Tunísia, seleção tradicional e mais forte tecnicamente, quase abrindo o placar com menos de três minutos. Um escanteio cobrado na primeira trave contou com desvio de cabeça de Taha Khenissi e o goleiro Lloyd Kazapua fez uma gigante defesa. No entanto, essa foi a única grande chance do favorito na primeira etapa, na qual a Seleção Namibiana não teve medo do adversário e foi ao ataque para tentar o gol. O atacante e capitão Peter Shalulile, referência técnica e melhor jogador do time, estava inspirado para sair da área, criar jogadas e receber de volta. Foi assim que acabou desperdiçando uma grande oportunidade ao receber cruzamento e chutar em cima de Bechir Said.
O segundo tempo não mudou muita coisa para Tunísia, pouco efetiva no ataque e só levando perigo pelo alto. Como aconteceu na etapa inicial, uma cobrança de escanteio quase tomou o rumo das redes, se não fosse outra intervenção essencial de Kazapua, que voltaria a brilhar em cabeçada de Youssef Msakni.
Era dia para Namíbia fazer história. O time tentou, criou e viu Shalulile perder outra chance inacreditável. O craque namibiano seria ofuscado pelo experiente Deon Hotto, que apareceu no meio da área, aos 42 minutos do segundo tempo, para concluir um ótimo cruzamento de Bethuel Muzeu. Hotto ainda fez o segundo nos acréscimos, mas estava impedido, nada que fosse frustrar a festa dos poucos namibianos no Amadou Gon Coulibaly.
Eliminado na primeira fase nas três vezes que disputou a CAN (1998, 2008 e 2019), a Seleção Namibiana sonha em avançar ao mata-mata pela primeira vez, mas sabe que é difícil o cenário do grupo E, liderado por Mali, que venceu a África do Sul.
A Namíbia é um país extremamente desigual no sudoeste da África, sendo parte da África do Sul até 1990, quando se tornou independente. A nação ainda faz fronteira com Angola (ao norte), Zâmbia (a nordeste) e Botsuana (a leste) e é banhado pelo oceano Atlântico. Até hoje, o maior resultado no futebol tinha sido a conquista da Copa Cofasa (Conselho das Associações de Futebol da África Austral), em 2015, competição que apenas países do Sul do continente africano disputam.
Segundo tempo perfeito faz Mali superar África do Sul
Do mesmo grupo de Tunísia e Namíbia, jogaram hoje também Mali e África do Sul. O placar de 2 a 0 não conta o que foi o primeiro tempo da partida, dominado pelos sul-africanos e com direito a pênalti isolado pelo camisa 10 Percy Tau. A penalidade perdida não abalou o selecionado treinado pelo belga Hugo Broos e foram empilhando chances. O adversário só foi levar perigo no fim da etapa inicial, com chance cara a cara de Lassine Sinayoko, que finalizou e Ronwen Williams defendeu com o pé.
Mali mostrou uma postura diferente logo no início do segundo tempo. Marcando forte no campo de defesa adversário, forçou um erro que deixou Amadou Haidara na cara do gol, mas o meio-campista isolou a bola. Mais com a posse, a África do Sul foi pouco efetiva nos 45 minutos finais e praticamente não incomodou Djigui Diarra a não ser uma falta cobrada na trave por Teboho Mokoena já nos acréscimos. Antes disso, no entanto, os malianos já tinham feito dois gols. Primeiro, o capitão Hamari Traoré se aproveitou de um rebote de uma cobrança quase perfeita de Sekou Koita na trave e abriu o placar. Na sequência, a intensidade deu resultado ao roubar a bola no ataque e Kamory Doumbia deixou Sinayoko na cara do gol para marcar.
Burkina Faso vence Mauritânia com pênalti no fim
Não foi uma partida muito vistosa entre Burkina Faso e Mauritânia. Faltou efetividade para os dois lados, com poucas chances realmente claras e que incomodassem os arqueiros Hervé Koffi e Babacar Niasse. No primeiro tempo, o selecionado burquinense teve mais a bola, mas o adversário foi quem finalizou mais. Na etapa final, no entanto, foram absolutos e, só nos acréscimos, veio a recompensa.
Jogada pela direita do ataque, o lateral Issa Kaboré tabelou e se projetou em direção à área adversária. Quando tocou na bola, recebeu um carrinho do zagueiro Nouh El Abd. No campo, o árbitro marcou apenas escanteio. Mas o VAR chamou o juiz, que flagrou o toque no replay, corrigiu o erro e deu a penalidade. Vindo do banco, o atacante Bertrand Traoré, do Aston Villa, bateu de canhota, tranquilo, direto nas redes.
Agora, a Burkina Faso lidera o grupo D com três pontos, visto que Argélia e Angola ficaram no empate na última segunda (15).