Africa

Brahim Diaz revela motivo que o fez escolher Marrocos e desprezar a Espanha

Atacante do Real Madrid optou defender equipe africana após não receber oportunidades na seleção espanhola

Brahim Díaz, atacante do Real Madrid, decidiu defender a seleção do Marrocos, local de nascimento do seu pai, ao invés de esperar por mais uma oportunidade na Espanha. O jogador de 24 anos fez apenas um amistoso com a equipe europeia, contra a Lituânia em 2021 e marcou um gol da goleada espanhola por 4 a 0. Mesmo tendo se destacado, nunca mais recebeu uma oportunidade e tomou a decisão de defender Marrocos.

Segundo o jogador, foi uma decisão difícil. Receber tanto amor e atenção por parte dos marroquinos pesou na escolha por defender a quarta colocada na Copa do Mundo do Catar em 2022.

— Tive que decidir e, por muito tempo, eles me mostraram amor. Tenho raízes no Marrocos e agora tenho que mostrar isso em campo e devolver essa confiança— disse Brahim Díaz à Esquire. 

Nesta Data Fifa, a seleção do Marrocos fará dois amistosos de preparação contra equipes do continente africano. O primeiro deles acontece na próxima sexta-feira (23) diante de Angola, às 19h (horário de Brasília) e na terça-feira seguinte, também às 19h, os comandados de Walid Regragui encaram a Mauritânia. Ambos os jogos acontecem no Stade d'Agadir, que foi um dos palcos do Mundial de Clubes de 2013.

Seleção espanhola perde mais um talento

Brahim Díaz é mais um jogador nascido na Espanha que preferiu atuar pela seleção do Marrocos, em um movimento que está sendo monitorado de perto pela Real Federação Espanhola de Futebol. Hakimi, lateral do PSG, e Munir Mohamedi, goleiro do Al-Wehda, são exemplos de atletas seguiram o mesmo caminho.

Francis Hernández, coordenador da equipe juvenil da RFEF, disse que o futebol espanhol é um dos mais atrativos do mundo, e que 85% dos atletas nascidos entre 1995 e 2010 que possuem dupla nacionalidade preferiram defender a Espanha. O dirigente nega que a Federação Espanhola de Futebol influencie na decisão dos atletas – para ele, o aumento de jogadores com dupla nacionalidade defendendo outros países é mais um fruto da globalização.

“O jogador tem que estar convencido do país que quer representar, tanto profissionalmente, como pessoalmente. Estamos orgulhosos, felizes. É um processo natural devido à sociedade em que vivemos. Depois há crescimento, desenvolvimento. E não podemos esquecer que o funil se estreita à medida que avançamos em direção à (seleção) principal”, disse o coordenador.

Brahim Díaz comenta sobre a pressão de jogar no Real Madrid

Nesta temporada, o agora oficialmente jogador da seleção do Marrocos, disputou 32 jogos, marcando nove gols e servindo seus companheiros com quatro assistências. Emprestado ao Milan para adquirir mais ritmo de jogo entre 2020 e 2023, retornou de forma definitiva ao time madrilenho em junho de 2023. Segundo Brahim Díaz, a cobrança para ganhar todos os jogos é alta no Madrid, e é necessário se provar a todo momento.

— No Real Madrid, há pressão para ganhar todos os jogos, para ganhar títulos, para provar todos os dias que merece estar aqui — afirmou o atacante marroquino.

Brahim, que afirma já ter passado momentos de estresse em razão da pressão, se diz acostumado com o ambiente. Para aliviar a tensão, o marroquino falou sobre a importância de manter a cabeça no lugar e ter humildade para ouvir quem tem mais experiência e aplicar cada conselho em seu cotidiano para conseguir evoluir cada vez mais.

O Real Madrid é muito exigente, mas, nesse caso, gosto e sou grato por essa pressão. É isso que significa estar no melhor clube do mundo. Obviamente, às vezes tive angústia e estresse, como todos na vida. Mas o importante é ter uma boa cabeça, ser humilde e aprender com pessoas com mais experiência do que você”, revelou o jogador.

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
Botão Voltar ao topo