Racing: A volta da Academia

Campeão argentino pela última vez em 1966. Quase fechado pela Justiça argentina por dívida com seus fornecedores na década de 90. Um dos clubes mais populares do país. Primeiro clube gerenciado por uma empresa privada na Argentina. Foi a agremiação preferida do ex-presidente Perón. Atual líder do Torneo Apertura 2001, ao lado de River Plate e San Lorenzo.

Estamos falando do Racing Club de Avellaneda, seis vezes campeão argentino, o maior vencedor de títulos da era amadora do futebol portenho, uma vez campeão da Libertadores (1967) e primeiro clube da Argentina a conquistar o Mundial Interclubes, o verdadeiro, em 1967. Depois das glórias da década de 60, o clube ganhou um único título: o da Supercopa Sul-americana de 1988. Porém, neste período, desceu à segunda divisão em 1983 e enfrentou, desde o início de 1999, um pedido judicial de quebra que colocou várias vezes em dúvida a continuação da instituição.

Em 1º de janeiro de 2001, uma decisão da justiça salvou a agremiação, uma das mais populares da Argentina, ao entregar a direção do futebol do clube à Blanquiceleste S.A., uma empresa presidida pelo publicitário Fernando Marín.

Da academia ao profissionalismo

Por meio do documento judicial, a equipe argentina, que estava praticamente falida, garantiu um aporte anual de capital, somente no futebol profissional da agremiação, da ordem de US$ 15 milhões, por um período de dez anos, podendo ser prorrogado por mais cinco. Durante o contrato, a Blanquiceleste se predispôs, ainda, a investir nas categorias de base da equipe do Racing e na remodelação do estádio e do Centro de Treinamentos Tita Mattiussi, utilizados pelo clube.

Em contrapartida, a empresa de Marín ficou responsável pelo gerenciamento de todo o futebol profissional da agremiação, com a arrecadação de todos os ingressos vendidos pelo clube, incluído os direitos de televisão e premiação, e, ainda, passou a ser a dona de 20% dos passes de todos os jogadores profissionais do elenco de Avellaneda.

Pela proposta da empresa, em nove anos, o Racing será capaz de liquidar todas as suas dívidas, estipuladas em US$ 17 milhões. O contrato assinado pelo Racing é um marco no futebol da Argentina: a agremiação tornou-se assim a primeira do país a ser privatizada.

A assinatura do contrato trouxe à torcida do clube uma expectativa muito grande. No Apertura 2000, a equipe ficou com a última colocação da disputa. Como na Argentina o rebaixamento é calculado pela média dos pontos obtidos nas três últimas temporadas, o clube de Avellaneda precisa de pontos, nos próximos torneios, para não correr riscos.

Apertura 2001

Com a nova administração, assumiu o comando da equipe Reinaldo Merlo, campeão argentino pelo River Plate em 1989/90. No Torneo Clausura 2001, em sua primeira competição, Merlo levou o Racing à 5ª colocação, livrando a equipe do descenso.

Para o Apertura 2001, a intenção é brigar pelo título. A agremiação foi a que mais investiu para a competição. Chegaram dez jogadores e a Blanquiceleste desembolsou US$ 2,5 milhões nos reforços contratados, a maioria por empréstimo. Jogadores como o goleiro Gustavo Campagnuolo, o meio-campista Gustavo Barros Schelotto, o colombiano Alexander Viveiros e outros estão no clube para triunfar.

Os resultados já começaram a aparecer em apenas quatro rodadas. Com três vitórias e um empate, a equipe, depois de muito tempo, é líder de um torneio na Argentina. Com 10 pontos, a agremiação divide a ponta do campeonato com o San Lorenzo e o River Plate, mostrando assim, à sua torcida, que desta vez o título pode voltar a Avellaneda.

Foto de Equipe Trivela

Equipe Trivela

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