Maxi López: Super Max resgata o Barça

O futebol europeu entrou em sua fase mais importante da temporada, na qual se definem os campeões nacionais e o ´dono´ do continente, ou seja, o vencedor da Liga dos Campeões. O Barcelona é uma das equipes que ainda está na luta tanto pelo título do campeonato de seu país quanto pelo título de campeão do continente.
O time azul grená se via em uma situação complicada ao perder por 1 a 0 do Chelsea, em casa, pelas oitavas-de-final da LC, mas graças a expulsão de Drogba e a entrada de um loiro, cabeludo, com jeitão de moleque, o time catalão conseguiu se manter vivo na competição.
O salvador foi uma das poucas contratações feitas no último mercado de inverno na Europa: Maximiliano Gastón López, mais conhecido como Maxi López, fez a diferença no Camp Nou e começou a escrever sua história no Barça.
Vermelho e branco desde sempre
Maxi López, não é um jogador muito rodado. Na verdade, sua breve história no futebol se resume a três times: o primeiro é o Estrella de Maldonado, onde começou a bater bola, o segundo é o River Plate, que o contratou com 14 anos, e o terceiro e atual é o Barcelona.
Maxi sempre foi um garoto prodígio. Quem o via jogar desde pequeno já sabia que ele podia traçar vôos altos no futebol. Tamanha era sua maturidade que ele chegou ao time adulto do River Plate com apenas 17 anos e já conquistou seus primeiros fãs. Com cabelão comprido, típico estilo argentino, ele sempre vestiu as cores platenses. Até chegar ao Barça, era um jogador muito ligado ao time e à cidade, daqueles que carregam a fama de torcedor do time mesmo. Talvez pela garra, força física e vontade, Maxi sempre foi um jogador do tipo que a torcida adora, que mesmo perdendo não desanima, disputa todas as bolas.
Mesmo tendo estreado com 17 anos, Maxi não foi jogado às pressas no time principal. O jogador galgou todas as divisões inferiores e quando estreou já tinha maturidade suficiente para segurar a barra de atuar em uma das maiores equipes da Argentina.
O futebol argentino foi bom pra ele durante quase quatro anos, e sua ida no começo de 2005 para a Europa já era esperada. Seguir no futebol sul-americano para jogadores que se destacam em seus campeonatos nacionais e na seleção é, a cada dia que passa, mais improvável. Além da diferença financeira, o próprio jogador também tem vontade de partir para um mercado melhor, mais rentável e com mais visibilidade mundial. Mesmo com toda a identificação de Maxi com o River ele tomou um decisão acertada, já não foi para qualquer time só para jogar na Europa – ele escolheu bem, talvez a melhor opção que teria em se tratando de futebol europeu. Trocou o vermelho e branco pelo azul e grená.
Comparações e substituições
As comparações são algo quase inevitável no futebol. Em qualquer parte do mundo, quando surge um jovem talentoso, as comparações já começam a serem feitas, e a imprensa se sente na ´obrigação´ de ter que achar um outro jogador que tenha sido ídolo e que case semelhantemente com o jovem (mesmo que essa semelhança seja só física).
Maxi não escapou disso e quando apareceu na seleção argentina já começaram os primeiros comentários sobre sua com Caniggia. Nosso carrasco na Copa de 1990 virou a principal peça de comparação com Maxi, talvez pelo físico parecido dos dois, pelo corte de cabelo, pela posição em que jogam. Embora Caniggia tenha muita identificação com o Boca, ele também começou no River Plate, e realmente é inegável a semelhança no estilo de jogo.
A primeira chance de Maxi na equipe principal do River aconteceu em 2001 e logo ele teve a incumbência de substituir Fernando Cavenaghi, que acabara de se transferir para o Spartak Moscou. O atacante, que já havia mostrado seu potencial pela seleção sub-17 argentina, também não decepcionou no comando de ataque ´millionario´ e hoje em dia pode-se gabar de estar em condições muito melhores do que o próprio Cavenaghi.
A segunda substituição importante de sua carreira deu-se agora em 2005, só que desta vez em decorrência de uma contusão. Jogando duas competições importantes o Barcelona precisava de um elenco forte e muitos machucados começaram a se suceder pelos lado do Camp Nou. Um dos desfalques mais importantes foi o de Henrik Larsson, que tinha se firmado no time titular e se lesionou. Isso abriu espaço para o argentino, que tinha como trunfo seus avós, que eram italianos, e proporcionaram a Maxi a chance de entrar no Barça sem ocupar vaga de extra-comunitário. A negociação com o River Plate foi concretizada por um valor em torno de US$ 5 milhões.
As duas substituições foram uma pitada de sorte de Maxi, mas, querendo ou não, uma hora ou outra iria ser inevitável escalá-lo.
Tanque sim, mas com mobilidade
Com quase 1,90m e 90 quilos, ´Super Max´ pode sim ser considerado um jogador de força, mas também não se pode deixar de lado sua habilidade. O jogo contra o Chelsea deu uma prova de sua competência com as bolas nos pés.
Embora quando ele tenha entrado o Barça imediatamente tenha começado a lançar bolas à área, os dois gols do time espanhol saíram de jogadas do pé direito de Maxi. O primeiro foi de extrema habilidade, limpando a zaga e chutando no canto baixo, indefensável. Já o segundo foi um misto de sorte com habilidade de seu companheiro de ataque Eto´o. O argentino chutou de fora da área, e a bola que iria sair próxima à bandeira de escanteio foi interceptada pelo camaronês, que a mandou para a rede.
Destacar-se em um jogo da importância desse foi muito bom para Maxi abrir sua portas e mostrar seu cartão de visita para os europeus, que nem sempre acompanham o futebol sul-americano e provavelmente não tinham idéia do potencial dele. Mas quem já viu Maxi ajudar o River a ganhar três Torneios Clausura e ter atuações destacadas nas seleções de base da Argentina, ao lado de Tevez, já sabia que ele é bom tanto nas bolas aéreas quanto nas arrancadas em direção ao gol. Jogando como um pivô, ele também é capaz de proteger a bola de costas para o gol, abrindo espaço para os companheiros. Isso ajudará até nos chutes de longa distância que Ronaldinho gosta de usar no Barça.
Se tivesse que apostar, jogaria minha fichas em Maxi. Seu futuro promete muito, e o clube que está lhe dá todas as condições de se tornar um jogador excepcional.