Mascherano: Pérola argentina

Ele é jovem, apenas 20 anos. Possui um talento extraordinário e um senso de marcação impecável. Jogou em todas as seleções de base na Argentina e alcançou a seleção principal antes mesmo de se firmar em seu clube.
Javier Mascherano, volante do River Plate e da seleção argentina, é um dos novos nomes do futebol mundial. Cobiçado por grandes equipes européias, seu destino deve ser mesmo o Corinthians, graças à milionária parceria com a MSI. E se isso realmente acontecer, os corintianos têm muito o que comemorar.
Aos 10 anos, Mascherano começou a jogar futebol, como atacante, num pequeno clube da liga amadora de San Lorenzo, na província de Santa Fé. Um ano depois, mudou-se para o Barrio Vila, onde permaneceu por três anos e foi treinado pelo próprio pai, Oscar. Na equipe, Mascherano começou sua mudança para o meio-campo. Por influência (decisão) do pai, que achava que ele deveria jogar de volante, o jovem craque foi recuando de posição, mesmo contrariado. Ele queria permanecer no ataque.
Já jogando no meio-campo, Mascherano, aos 13 anos, decidiu, por vontade própria, viajar para Buenos Aires tentar ir mais longe no futebol. Sua opção mais próxima seria o Rosario Central ou o Newell´s Old Boys, equipes de Rosário, sua cidade natal, mas lá ele achava que havia muitos jogadores e que não teria chances. Partiu para a capital argentina e lá foi treinar numa pequena equipe amadora, chamada Renato Cesarini. Foi bem nos treinos e decidiu ficar. Contra os conselhos do pai, que preferia que ele tentasse algo em uma equipe profissional, Mascherano afirmava que alguém o acharia no pequeno clube. E foi exatamente isso que aconteceu.
Logo no começo de sua passagem pelo Renato Cesarini, Mascherano foi observado pelo técnico da seleção argentina sub-15, Hugo Tocalli, que não pensou duas vezes e o convocou para a equipe.
Os passos seguintes foram conseqüência natural disso: no ano seguinte, em 1998, o River Plate percebeu a jóia que ainda desfilava seu futebol pelos gramados amadores de Buenos Aires e levou o adolescente para o Estádio Monumental. Mascherano, de imediato, recusou a primeira aproximação, mas, depois, não vacilou na segunda chamada do River.
Nas categorias de base da equipe, continuou se destacando. Em 2001, foi convocado para a seleção argentina sub-17 que iria disputar o campeonato sul-americano. Foi vice-campeão. Em seu retorno, logo foi chamado para defender a seleção no mundial da categoria, em Trinidad e Tobago. Na seqüência, entrou na equipe reserva do River e continuou sendo chamado pelas seleções de base argentinas: sub-20, sub-21 e em seguida conquistou o ouro olímpico, em Atenas, com a seleção sub-23 da Argentina.
O torneio olímpico foi um capítulo à parte para Mascherano. Titular incontestável do time, foi um dos destaques na campanha, ofuscando mesmo os jogadores acima da idade de 23 anos convocados pelo técnico Marcelo Bielsa. Antes das Olimpíadas, já havia participado da Copa América como titular, mas, na Grécia, o talento desse jovem volante foi apresentado ao mundo.
Atualmente titular absoluto da seleção principal, comandada por José Pekerman, Javier, como é chamado pela torcida do River, seguirá na equipe até o final da Libertadores (um dos sonhos do jovem jogador). Após isso, ele se tornará mais um ´galáctico´ corintiano.