Galaz: O artilheiro de 2004?

O título chileno conquistado pelo Cobreloa poderia ser o motivo que levou Galaz a ser o destaque deste início de ano, mas não foi. A transferência do Cobreloa para o Atlante (México) também poderia, mas também não foi. Então que raios de feito levou esse atacante chileno a aparecer nesta coluna?

Bem, Patricio Galaz foi eleito pela IFFHS (International Federation of Football History and Statistics) o Artilheiro do Mundo de 2004, por seus 42 gols marcados. É verdade que os critérios utilizados pela federação causam desconfiança, pois põem campeonatos como o chileno, o italiano, o espanhol e o boliviano em pé de igualdade.

Primeiro universitário, depois palestino, por fim campeão

Assim como quase todos que atingem o sucesso, Galaz teve que trilhar uma longa jornada e, embora essa jornada o tenha levado à glória, poderia muito bem tê-lo encaminhado ao fracasso.

Tendo a sorte de iniciar sua carreira na grande Universidad Católica, parecia que o futebol chileno recebia de braços abertos o jovem e franzino atacante. Ledo engano. Galaz não passou de uma promessa, não se firmou e foi repassado ao pequeno Atacama e em seguida ao igualmente pequeno Deportes Antofagasta. Aí ele viveu a situação mais crítica de todos os anos de profissão: salários atrasados, companheiros de clube passando fome e o rebaixamento.

Embora não houvesse atingido ainda um terço de seu potencial, o ´Pato´ chamou a atenção do Palestino – que, como o próprio nome indica, foi fundado pela enorme colônia palestina no Chile – e teve a chance de permanecer na primeira divisão. Uma vez na vitrine do futebol chileno, não demorou até que o Cobreloa – clube de grande passado, mas que até então andava meio sem brilho – o contratasse.

Nesse momento, a vida de Galaz começou a mudar e um novo rumo começou a se desenhar. Não mais franzino, ele começou a se fazer conhecido. Rápido, oportunista, valente e, sua principal característica, ´encarador´ (como dizem os chilenos), é do tipo de atacante que parte para cima da marcação.

Nos quatro torneios nacionais disputados nos últimos dois anos (Apertura e Clausura 2003 e Apertura e Clausura 2004), Galaz firmou-se como o artilheiro do Cobreloa e ajudou o clube a conquistar três títulos e um vice-campeonato.

Com isso, ficava cumprida sua missão nos clubes do país andino, restando apenas esperar uma transferência ao exterior.

Uma história que parecia não ter fim

Há 12 meses a história se repetia. Sempre que os clubes mexicanos recorriam ao mercado para se reforçar, o nome de Patricio Galaz surgia como possível contratado. Pumas, Cruz Azul e Atlante eram os destinos que constantemente se abriam ao ´Pato´. Até mesmo a ida para o Saturn da longínqua Rússia foi ensaiada, mas não foi adiante devido ao não cumprimento de certas promessas feitas pelos dirigentes russos.

Era uma pena, pois por mais que merecesse tal interesse por parte dos clubes do exterior, nenhum contrato nunca era firmado. Dessa forma, Galaz ia sendo incorporado àquele grupo de jogadores que rodam o mundo sem sair do lugar (referência aos atletas que podem ir para Rússia, Coréia, Finlândia e no fim continuam no clube que estão).

Eis que, na véspera do Natal de 2004, enfim firmou-se um contrato de três anos com o Atlante, por um valor próximo a US$ 1,3 milhão. É sabido que outras propostas existiam, mas o fato de jogar ao lado do compatriota ´Chamagol´ González pesou na escolha.

Fincando raízes

Chegou a hora de Patricio tentar fixar seu lugar na seleção chilena. Mesmo que já esteja a uns dois anos mantendo-se em boa fase (no clube), sua convocação para La Roja nunca é uma certeza, pois ao vestir a camisa da seleção seu rendimento fica muito aquém do esperado.

Com isso, muitas vezes Juvenal Olmos acabava preterindo-o em função de outros atacantes como Navia, González, Luis Ignácio Quinteros, Salas e Pinilla. Porém, os periódicos chilenos acreditam que agora que estará atuando fora do país, ele torne a chamar a atenção do treinador.

Além disso, outros fatores levam a crer que sua convocação para os próximos jogos do Chile parece incontestável. Navia passará seis meses afastado dos gramados, Salas continua sua decadência na Argentina, Quinteros será prejudicado pela falta de elenco de seu clube (Puebla), enquanto González e Patricio devem despontar como a principal dupla de ataque do campeonato mexicano.

Foto de Equipe Trivela

Equipe Trivela

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