Farul: Uma nova luz na Romênia

Não é novidade para ninguém o fato de times modestos surpreenderem nas copas nacionais pelo mundo afora. Na Europa, houve mais uma prova disso. Sem jamais ter faturado um título expressivo, o Farul Constanta alcançou o maior feito de sua história, no dia 11 de maio: disputou, pela primeira vez, a final da Copa da Romênia. O apertado placar de 1 a 0, a favor do Dínamo Bucareste, não fazia parte do objetivo do elenco. Porém, o Farul já ganhou seu espaço no país.

Homenagem ao craque

Gheorghe Hagi é o nome do estádio do Farul. Não é à toa. Foi no clube que o craque iniciou sua carreira profissional, em 1982. A partir daquele ano, uma brilhante trajetória seria percorrida. Com a camisa do time, ele atuou por um curto período: em 18 partidas, marcou 17 gols. Mais tarde, estaria presente nas Copas do Mundo de 1990, 1994 e 1998.

Pouco mais de uma década antes de Hagi fazer sua estréia no Farul, um compatriota seu e integrante do elenco do clube foi convocado para a Copa do Mundo de 1970: Marin Tufan. Ele ficou no banco de reservas durante a competição. Entretanto, já havia dado sua contribuição no gramado, durante as eliminatórias, quando a vaga foi garantida.

1995/6: um marco

Na temporada 1995/6, apareceu a oportunidade para o Farul ultrapassar as fronteiras. Estava em disputa a Copa Intertoto. Era o primeiro ano em que essa competição usava um regulamento bastante curioso: simplesmente, ela não teria campeão! Caso raro, não? O ponto final eram as semifinais. As duas equipes que eliminassem seus adversários estariam garantidas na edição seguinte da Copa UEFA e não sentiriam o gosto de fazer uma decisão.

Mas vamos voltar a comentar a respeito do desempenho do Farul. No grupo 8, o representante da Romênia terminou na liderança, não perdeu nenhum jogo e foi o dono da defesa menos vazada. Enfrentou o Becej (Iugoslávia), o Pogon Szczecin (Polônia), o Cannes (França) e o Dnjepr Mogilyov (Bielorrússia).

A tabela apontava que o próximo obstáculo seria o Heerenveen, da Holanda. Em uma única partida, o Farul foi goleado por 4 a 0 e deixou a copa. Apesar de ter registrado um resultado negativo, aquela temporada foi um marco e ainda ganhou um outro ingrediente especial. Nela, o Farul aplicou sua maior goleada de todos os tempos na divisão principal do campeonato romeno. O Poli Iasi, que seria o lanterna no desfecho da competição, perdeu por 7 a 0.

Chega de segunda divisão!

Mudanças de nomes são comuns para o clube, desde sua fundação, em 1949. O primeiro foi Locomotiva PCA Constanta. Depois, viriam CSO Farul Constanta (1958), FC Constanta (1972) e FC Farul Constanta (1989), que é o atual.

Outra característica na vida do Farul foi sua alternância entre a primeira e a segunda divisão durante muitos anos. Hoje, porém, o torcedor acredita que a tempestade já foi embora definitivamente. A última vez que o Farul disputou a segunda divisão foi na temporada 2000/1, quando foi vice-campeão. Só que essa colocação não foi suficiente para a comemoração do retorno à elite. Haveria a necessidade do Farul enfrentar o Bacau (terceiro pior time na divisão principal), em ida e volta. Em casa, o Farul venceu por 2 a 1. Quatro dias depois, o Bacau devolveu o placar. Por 4 a 3 nos pênaltis, o Farul rebaixou o adversário e ficou com seu posto.

Perto do recorde, sem estrangeiros

A melhor colocação do Farul no campeonato romeno foi o quarto lugar, conquistado três vezes: em 1959/60, 1966/7 e 1973/4. Na mesma competição, atualmente, a campanha realizada pode trazer alegrias inéditas. A quatro rodadas do final, o Farul tem chances de terminar em uma das três primeiras posições.

Na corrida em busca da concretização desse sonho, o técnico romeno Petre Grigoras não precisa se esforçar para falar mais de um idioma. Basta olhar para todos os jogadores que estiveram em campo na final contra o Dínamo e para aqueles que ficaram sentados no banco de reservas: todos são nascidos na Romênia.

Foto de Equipe Trivela

Equipe Trivela

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