As Incríveis Histórias do Futebol

O drama vivido por Barbosa, após ter sofrido o gol de Ghiggia na final da Copa de 50, já foi comentado diversas vezes. O espetáculo apresentado pela seleção holandesa durante a Copa do Mundo de 74, ocupando todos os espaços do gramado, também não é nenhuma novidade. Mas não são apenas situações conhecidas que o polêmico jornalista Roberto Avallone incluiu em ´´As Incríveis Histórias do Futebol´´. No livro, ele procura contar fatos que jamais foram publicados ou tiveram pouca repercussão – sempre mostrando uma excelente memória para guardar placares, escalações e características particulares de jogadores. Dois pontos negativos são as repetições de alguns comentários e, em certos momentos, as extensas frases que acabam prejudicando a leitura.

Nascido e crescido em São Paulo, o autor poderia até ter mudado o nome de sua obra para ´´As Incríveis Histórias do Futebol Paulistano´´. Isso porque em quase todas as páginas são citados boleiros que vestiram camisas de clubes da capital – salvo poucas exceções, onde ele fala sobre jogadores estrangeiros e seleções internacionais.

São dez capítulos ao todo. Artistas, esquadras, duelos, feiticeiros, gênios, e por aí vai. Uma das histórias de destaque envolve aquele timaço do Santos no Paulistão de 63. A partida contra o São Paulo, realizada no Pacaembu, teve que ser encerrada antes da hora, pois a equipe da Vila recorreu ao ´cai-cai´ para evitar que a goleada de 4 a 1 do adversário aumentasse.

Seis anos mais tarde, no Robertão de 69, o goleiro Leão teve um dos piores dias de sua vida. Num clássico entre seu time, o Palmeiras, e o São Paulo, ele levou um gol do meio-campo do zagueiro Roberto Dias. Só não se sabe se o atleta tricolor havia tentado apenas evitar a saída de bola pela lateral ou tinha a intenção de balançar a rede, já que Leão estava adiantado. Em 1977, outra passagem interessante. Na manhã da última partida final do Paulistão, entre Corinthians e Ponte Preta, o treinador Osvaldo Brandão entrou no quarto onde estava concentrado o atacante Basílio, futuro salvador da Fiel, e disse a ele: ´´Basílio, tu vais ser o herói. Tu vais fazer o gol da vitória´´.

Quem nunca teve o privilégio de assistir a partidas de grandes nomes do passado pode ao menos ter uma noção de seus estilos de jogo e as descrições físicas dos mesmos. Ademir de Menezes tinha um queixo comprido e saliente, o que o levou a ganhar o apelido de ´Queixada´. Possuía uma incrível velocidade e arremates certeiros. Outro lembrado é Canhoteiro. Um moreno de corpo esguio e pernas tortas, que infernizava seus marcadores com suas gingas e dribles marotos.

O amante do futebol ficará bastante entretido com as alegrias e tristezas dos personagens do livro – sentimentos existentes devido à paixão pela bola.

Foto de Equipe Trivela

Equipe Trivela

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