Alajuelense: O campeão da Concacaf

Após a conquista de um surpreendente e inédito tetracampeonato nacional, o Alajuelense começou a temporada na expectativa de manter a supremacia no cenário costarriquenho. Entretanto, com o passar das rodadas, a equipe não conseguia manter o mesmo rendimento de anos anteriores, apresentando um futebol muito abaixo do esperado. Essas exibições acabaram possibilitando ao maior rival do clube, o Deportivo Saprissa, uma arrancada na classificação, tornando a manutenção da hegemonia improvável.

E, como o destino parecia estar traçando, os rivais sagraram-se campeões, colocando, dessa maneira, um ponto final na euforia dos torcedores de La Liga. Mas, antes dessa frustrante perda, ambos times haviam se enfrentado em outra competição, a Copa dos Campeões da Concacaf. Não tinha sido um mero clássico entre os dois maiores clubes da Costa Rica, mas sim a tão esperada decisão de uma disputa internacional.

Essa final representava um momento áureo do esporte na nação do conhecido atacante Paulo Wanchope, do Manchester City. Afinal, tratava-se da primeira vez em que duas equipes costarriquenhas protagonizavam uma batalha pelo título mais importante da região. Elas rompiam ainda o predomínio dos times mexicanos, os quais haviam decidido esse torneio nas duas últimas edições.

Como podemos perceber, essa seria uma oportunidade perfeita para que os atletas do Alajuelense tentassem minimizar os efeitos do fracasso no âmbito nacional. Os jogadores perceberam isso, pois passaram a se dedicar de forma única e exclusiva a vencer aqueles que eram os principais responsáveis pelo adiamento do sonho da conquista do ansiado pentacampeonato.

A partida de ida foi nos domínios do Saprissa e terminou com um empate em um tento. As atenções se voltavam para o confronto que seria realizado no estádio de La Liga. Não teve como não perceber a elástica vitória do dos donos da casa. O 4 a 0 imposto pelo clube mostrou que as derrotas dentro do país foram mera obra do acaso.

Fruto da experiência de amadores

Essa foi a maneira da fundação do Alajuelense, uma equipe que foi criada a partir da necessidade que sete destacados atletas nascidos na cidade de Alajuela sentiram de fornecer a ela um novo clube de futebol. Eles haviam tido uma passagem por um time chamado 11 de Abril e conseguiram adquirir durante esse período a experiência necessária para que pudessem concretizar esse sonho.

Após diversas discussões, eles resolveram fundar em pleno Salão Paris no dia 18 de junho de 1919 a Liga Deportiva Alajuelense. Esse nome foi escolhido por Francisco Rosich e Jorge Luis Solera, dois daqueles atletas. A partir da criação, houve a necessidade da busca por outras pessoas que estivessem interessadas em integrar a direção do novo time. Mas essa foi uma tarefa simples, pois não faltavam ofertas para ocupar os postos. E, dentre os escolhidos, Ramón Aguilar foi eleito como primeiro presidente do clube.

Como a estrutura da equipe estava pronta, os fundadores passaram a direcionar seus esforços para que a estréia do Alajuelense fosse realizada o mais rápido possível. E ela acabou acontecendo pouco menos de dois meses após a concretização daquele sonho. A partida foi realizada em Cartago, frente ao Atlético Cartaginés. Ao final dos 90 minutos, os torcedores puderam comemorar a vitória de La Liga. Aquele triunfo ainda lhe rendeu seu primeiro troféu, uma estatueta francesa doada por um professor.

No ano de 1921, depois de formar ao lado de outras seis equipes a Liga Nacional de Futebol, atual Fedefutbol, o Alajuelense participou de sua primeira competição. Entretanto, essas primeiras experiências não acabaram sendo satisfatórias, pois, até mesmo por causa da sua notória falta de vivência dentro daquele meio, a equipe não mostrava um futebol aceitável. Ao fim daquele torneio, as derrotas foram muito mais numerosas que as vitórias. Aliás, duas delas aconteceram devido ao não comparecimento no estádio.

Posteriormente, mais precisamente quatro temporadas depois disso, houve uma mudança que marcaria a história da equipe, perdurando até nossos dias. O Alajuelense costumava atuar com uniformes que apresentavam cores preta e branca. Mas, para a surpresa de todos, o então presidente do time, Rodolfo Castaing, não encontrou camisas como as de costume. A solução foi adquirir outras, só que vermelhas e pretas. Com essa nova aparência, La Liga conquistou seu primeiro título, três anos após esse fato.

Sempre presente nas conquistas

Passam-se os atletas, mas as vitórias sempre continuarão marcadas na história do clube. E o maior expectador desses inúmeros triunfos foi, sem sombra de dúvida, o estádio Alejandro Morera Soto, do Alajuelense. Esse nome foi fruto de pedidos da população da cidade local, desejosa de homenagear aquele que foi um dos melhores, senão o melhor, jogador de todos os tempos da Costa Rica.

O estádio somente veio a ser chamado dessa maneira em 1966. As obras de sua construção começaram muito antes, cerca de 26 anos, depois da compra do terreno efetuada por Carlos Bolaños Arraya, presidente na época. E vieram a ser concluídas em no começo de 1942, quando foi realizada a partida de inauguração. Por mais coincidência que possa parecer, o Cartaginés também foi selecionado como adversário nessa ocasião.

Desde esse dia, o estádio passou a ser uma ótima opção para a realização dos confrontos da seleção costarriquenha, como aconteceu na vitoriosa campanha das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. Não é à toa que ele também é reconhecido como ´a catedral do futebol´ na Costa Rica. Afinal, acabou sendo palco dos maiores triunfos tanto do Alajuelense como do escrete nacional.

Foto de Equipe Trivela

Equipe Trivela

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