16 anos, jogador profissional

De cabeça lembro de quatro jogadores que estrearam com 16 anos: Ronaldo, Zé Elias, Diego e Jô. Neste sábado, foi a vez de Sergei Reviakin, com essa idade, entrar em campo no estádio Luzhniki, em Moscou, para defender o gol do CSKA contra o Zenit São Petersburgo, na retomada do Campeonato Russo, empate em 2 a 2. Não foi bem a sua estreia, já que o garoto entrou em campo na derrota para o Anzhi, na última rodada do ano passado, após a expulsão de Sergei Chepchugov – e logo de cara teve um pênalti cobrado e convertido por Samuel Eto'o. Agora eu pergunto: você pode imaginar a pressão sobre uma pessoa com apenas 16 anos que disputa um jogo profissional?

Neste sábado, por conta da suspensão de Chepchugov e a lesão de Igor Akinfeev, que segue afastado dos gramados (deve voltar até o mês que vem), Reviakin foi mais uma vez chamado para ser o goleiro titular do CSKA. Logo em um jogo que terá importância enorme na disputa pelo título e contra o melhor time russo da atualidade. Pouca pressão? Diferentemente dos quatro casos citados no início do texto, Reviakin não podia falhar. Não podia, em momento algum, demonstrar nervosismo para os adversários. Uma falha sua seria fatal.

No lance do primeiro gol do Zenit, com 20 segundos, Chepchugov não teve chances. No primeiro tempo foi pouco exigido, até fazer uma bela defesa em uma cobrança de falta de Aleksandr Kerzhakov, atacante da seleção russa. Mostrou segurança em diversas jogadas, algo sobrenatural para uma criança. Na segunda etapa, levou o segundo gol. Durante a transmissão na ESPN, disse que ele falhou levemente, estava um pouco adiantado na finalização de Kerzhakov. Mesmo assim, não dá para crucificá-lo, não foi uma falha grotesca. Algo que acontece, não um resultado da sua pouca idade.

Sergei Reviakin nasceu em 4 de abril de 1995, em Kronstadt, região metropolitana de São Petersburgo. Até os 11 anos, ou seja, há pouco tempo, jogava como atacante, e em sua adolescência – em pleno desenvolvimento – se dizia torcedor do Arsenal e fã de Iker Casillas. Em 2008 foi para as categorias de base do CSKA e em 2010 acabou convocado para a seleção russa sub-17 com 15 anos. Precocidade, definitivamente, é a principal marca da breve carreira de Reviakin.

O garoto também atingiu marcas significativas na Rússia. Ele se tornou o primeiro goleiro de 16 anos a jogar no Campeonato Russo. No jogo contra o Anzhi, Reviakin tinha 16 anos e 239 dias, idade que o deixa atrás ainda de Dmitriy Karin, se considerarmos o Campeonato Soviético, que debutou pelo Torpedo Moscou com 16 anos e 97 dias. O mais precoce de todos os jogadores russos, em todos os tempos, foi Aleksei Rebko, que estreou aos 16 anos e 78 dias em 2002 pelo Spartak Moscou.

Ainda não dá para cravar que Sergei Reviakin será um grande goleiro, mas já dá para afirmar, sem medo de errar, que pressão não é um problema para o garoto.

Foto de Equipe Trivela

Equipe Trivela

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