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O Porto fez por merecer a virada sobre o Benfica na Luz e mantém uma ponta de esperança no Português

Dentro do Estádio da Luz, o Porto foi melhor ao longo dos 90 minutos e reduziu a diferença para sete pontos no topo do Campeonato Português

O Campeonato Português tem uma situação clara no topo da tabela. O Benfica sobra na liderança desde as primeiras rodadas e é o grande candidato ao título nacional. Porém, o Porto conseguiu manter uma fagulha de esperança nesta sexta-feira: derrotou os encarnados dentro do Estádio da Luz e reduziu a diferença entre os times para sete pontos. Os benfiquistas até abriram a contagem diante de sua torcida, mas fizeram uma atuação pobre, com poucos lampejos ofensivos. Bem mais consistente ao longo da tarde, o Porto buscou a virada por 2 a 1 e até poderia marcar mais. Valeu a aplicação do time de Sérgio Conceição, merecedor do resultado.

O Porto tentou prevalecer durante o início do clássico. Tinha a iniciativa e tentava fazer o resultado. Mehdi Taremi chegou até a testar Odysseas Vlachodimos logo de cara. Porém, o primeiro ataque do Benfica rendeu o gol. Num cruzamento da direita, Gonçalo Ramos mandou uma cabeçada no travessão. Deu sorte: a bola voltou nas costas do goleiro Diogo Costa e entrou. Iván Marcano tentou uma resposta imediata, sem sucesso, assim como Otávio. Os portistas pressionaram e contavam com bom escape pelo lado direito do ataque. Entretanto, necessitariam de mais paciência na reação.

A atuação do Porto era mais consistente, sem que o Benfica conseguisse criar no ataque. Quando tinha os espaços, parava nos cortes da defesa adversária. E os minutos finais do primeiro tempo valeram o empate para os visitantes. Taremi era quem mais ameaçava, com um gol anulado por falta em Vlachodimos. O tento sairia mesmo numa linda jogada coletiva. Pepê deu um passe fantástico com o peito e ajeitou a bola para a batida seca de Mateus Uribe, direto nas redes. O relógio marcava 45 minutos e, mesmo assim, quase a virada saiu antes do intervalo. Galeno chegou a estufar o barbante outra vez nos acréscimos, em lance anulado por detalhes, com um impedimento de seis centímetros do atacante.

Não foi a parada que interrompeu o momento do Porto. Num segundo tempo que começou disputado, o gol da virada aconteceu aos nove minutos. Foi um lance brigado na entrada da área, em que a subida em velocidade dos portistas garantiu mais espaços. A sobra viva ficou com Taremi, que acertou um chute cirúrgico, para triscar no pé da trave e entrar. Logo os dois times viriam com mudanças: João Mário e Stephen Eustáquio eram novidades no Dragão, enquanto as Águias ganharam David Neres. O próprio João Mário daria mais um susto na busca pelo terceiro, em arremate que passou perto aos 17. O jovem, contudo, logo deixou o campo lesionado.

O Benfica conseguia ter mais a bola na sequência do segundo tempo, mas com problemas na construção das jogadas. Era uma atuação de mais vontade que de qualidade. E o time respirou aliviado aos 28, quando o Porto perdeu uma ótima chance de ampliar. Taremi invadiu a área sozinho, mas preferiu dar o passe e permitiu o corte de Nicolás Otamendi. O lance poderia custar caro. Na reta final, entretanto, o Dragão se mostrou mais organizado. Fechava bem os espaços e não concedia muito a um Benfica pouco inventivo. As chances eram esparsas, com Chiquinho parando em Diogo Costa e Otamendi mandando para fora. Nos acréscimos, Gonçalo Ramos não aproveitou o último suspiro encarnado e a celebração ficou com os portistas.

O Benfica permanece na liderança isolada, com 71 pontos. Ainda é uma situação confortável, mas a vitória poderia tornar o título ainda mais próximo. Já o Porto alcança os 64 pontos, na segunda colocação. Vai ser difícil tirar sete pontos em sete rodadas, mas o time pelo menos não desperdiçou a chance de manter as esperanças vivas na visita ao Estádio da Luz.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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