Portugal

Há 20 anos, o Boavista fez o que era impensável: quebrou a hegemonia do trio de ferro em Portugal

Os axadrezados repetiram em 2001 o feito do Belenenses de 1946, até hoje os dois únicos times que quebraram o domínio de Benfica-Porto-Sporting no Campeonato Português

* Publicado originalmente em 16 de outubro de 2014 e atualizado

Dentre as competições mais antigas do mundo, não há liga nacional mais polarizada que o Campeonato Português. O torneio é disputado há 87 anos, mas os títulos são divididos entre apenas cinco clubes. Isso porque Benfica, Porto e Sporting compartilham entre si 85 taças. O primeiro a conseguir a proeza de quebrar a hegemonia do trio de ferro foi o Belenenses, ainda em 1946. Já o Boavista repetiu a façanha 55 anos depois, em 2001. Uma conquista que se desenhou por algum tempo, durante o período de ouro vivido pelos axadrezados, até se consumar em 18 de maio de 2001.

Para tamanho sucesso, o Boavista seguiu à risca um plano que parece generalizado entre os clubes portugueses atualmente, no segundo escalão do futebol europeu: observar muito bem os jogadores, para contratar a baixo custo e vender por muito. Durante alguns anos deu certo, num sucesso aliado também ao investimento nas estruturas e à ascensão política de seus dirigentes. Assim o título veio, fruto do ótimo trabalho do técnico Jaime Pacheco e da bagunça vivida nos três grandes. No entanto, os Panteras calcularam mal o seu horizonte. A queda foi muito mais repentina que a ascensão e o clube perdeu forças na primeira divisão.

A segunda força da cidade subiu ao topo do país

Fundado em 1903 por jovens portugueses e ingleses, o Boavista cresceu como a segunda equipe da cidade do Porto. Primeiro clube a se profissionalizar no país, todavia, os axadrezados estiveram distantes de ter a mesma força dos portistas. Embora o time tenha conquistado a primeira edição da segundona, passou as primeiras três décadas e meia do Portuguesão sem se firmar na elite. No máximo, chegou à quinta colocação, longe de ameaçar os grandes.

O momento de virada para o Boavista aconteceu nos anos 1970, quando o clube se firmou na primeira divisão. O chamado Boavistão passou a desafiar o trio de ferro naquela década. Os Panteras foram vice-campeões portugueses em 1975/76, apenas dois pontos atrás do Benfica. Naquele mesmo ano, a equipe também se sagrou bicampeã da Taça de Portugal, reconquistada em 1979. Tomando para si o papel de quarta força no país, os axadrezados passaram a frequentar a Recopa Europeia e a Copa da Uefa.

Depois de uma queda de desempenho nos anos 1980, o Boavista voltou às manchetes a partir de 1989. Sob o comando de Manuel José, técnico que fez fama também no Al Ahly, os alvinegros chegaram por duas vezes em terceiro no Campeonato Português e levantaram mais duas Taças de Portugal. Na Copa da Uefa de 1991/92, alcançaram um feito enorme ao eliminarem na primeira fase a Internazionale de Matthäus, Brehme e Zenga, campeã na edição anterior do torneio continental. Tempos em que o Boavista revelava bons valores, como João Pinto e Nuno Gomes, futuras estrelas da seleção portuguesa.

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O desmanche que possibilitou a mudança

O primeiro passo para a afirmação do Boavista como uma força de Portugal pode ser considerado a conquista da Taça de Portugal de 1996/97. Após cinco anos sem conseguir se meter entre o trio, os Panteras eliminaram Sporting e Benfica na campanha vitoriosa. Na decisão contra os benfiquistas, valeu a qualidade do craque daquele time: Erwin Sánchez, o Platini dos Andes. O meia boliviano marcou dois gols e, depois de cinco anos estrelando os alvinegros, acabou contratado justamente pelo Benfica na temporada seguinte.

O título, porém, levou ao desmanche na temporada seguinte.  O elenco perdeu seus principais destaques ofensivos. Além de Sánchez, também foram vendidos Jimmy Floyd Hasselbaink, que marcara 20 gols no Portuguesão 1996/97, e Nuno Gomes, seu principal parceiro no ataque, autor de 15 tentos. E o impacto nos resultados foi evidente: eliminados pelo Shakhtar Donetsk logo na primeira fase da Recopa Europeia, os axadrezados fizeram um primeiro turno horrível na liga, fechando a metade inicial da campanha em 13º e flertando com o rebaixamento.

O “Platini” Sánchez, destaque do Boavista

O insucesso abriu as portas para a mudança. Jaime Pacheco foi contratado como técnico do Boavista em dezembro de 1997. Meio-campista da seleção portuguesa e campeão europeu pelo Porto em 1987, o veterano tinha começado sua carreira como treinador quando ainda atuava. Após pendurar as chuteiras em 1995, teve seu trabalho mais relevante no Vitória de Guimarães, mas nada que desse tanto respaldo assim. A chegada ao Boavista era uma aposta para ocupar a lacuna deixada desde a saída de Manuel José em 1996, e que não foi preenchida por Mário Reis, apesar da conquista da Taça de Portugal.

Além disso, outra mudança significativa nos bastidores do Boavista aconteceu em 1997. João Loureiro herdou a presidência do pai, Valentim Loureiro, que estava no poder desde 1978. Militar e empresário, Valentim era defensor da ideia de montar a equipe a partir da venda dos jogadores do time. E o crescimento dos alvinegros em suas mãos o beneficiou politicamente, assumindo a presidência da Liga Portuguesa de 1989 a 1994, retornando ao cargo em 1996 – em um movimento que contou também com o apoio do Porto, visando descentralizar o controle de Lisboa. João assumiu a chefia para potencializar ainda mais os trabalhos do pai, que seguia próximo ao clube.

O início dos sucessos

A partir de 1998, os resultados do Boavista em campo melhoraram exponencialmente. Sob as ordens de Pacheco, os axadrezados venceram 13 de seus últimos 20 jogos pelo Campeonato Português. Em uma recuperação enorme, conseguiram subir dez posições na tabela e terminaram a campanha com o sexto lugar. Ainda não era o patamar sonhado pelo clube, mas já parecia bastante satisfatório pelo cenário que se desenhava. Irmão de Abedi Pelé, o atacante Kwame Ayew foi o grande destaque da equipe com 16 gols marcados. Além disso, o técnico reforçou a defesa. No gol, se firmava Ricardo, que aos 22 anos fazia sua primeira temporada como titular.

Para a temporada seguinte, o Boavista manteve as fórmulas já conhecidas no clube: apostar nas categorias de base e buscar jogadores em equipes portuguesas menores. Mais importante foi o tempo que Pacheco teve para realizar o seu trabalho e manter a sequência alcançada em seus primeiros meses. Desta vez, a tabela do Campeonato Português refletiu bem o crescimento dos alvinegros. Mesmo oito pontos atrás do Porto, o Boavista foi vice-campeão em 1998/99, chegando até a liderar por três rodadas. Contra os grandes, os Panteras bateram nos portistas dentro do Estádio das Antas, uma rodada antes de derrotarem o Benfica no Bessa.

O goleiro Ricardo em ação pela seleção

Alguns nomes importantes daquela geração já assumiam o protagonismo do Boavista. Embora Ricardo tenha sido reserva do camaronês William Andem no gol, referências como Pedro Emanuel, Jorge Couto e Rui Bento estavam no grupo. Erwin Sánchez, que não vingou no Benfica, também voltou. E o time deixava bem claras as características do comando de Pacheco: a força nos jogos dentro de casa e a solidez defensiva. Os alvinegros ganharam 13 dos 17 jogos que disputaram no Estádio do Bessa. Além disso, sofreram apenas 29 gols nas 34 rodadas, donos da segunda melhor defesa, atrás apenas do campeão Porto.

Já em 1999/00, o título esteve longe dos sonhos do Boavista. Classificado para a Champions League, o clube seguiu com a política de não gastar em contratações. E a manutenção do elenco não garantiu a consistência esperada. Na competição europeia, os Panteras acabaram na lanterna de seu grupo, que também contava com Rosenborg, Feyenoord e Borussia Dortmund. No Campeonato Português, por sua vez, oscilaram demais ao longo da campanha e não foram além do quarto lugar, com o Sporting levantando a taça.

O trabalho de estruturação e gastos baixos

Um passo importante para o Boavista em 2000/01 foi a conclusão das obras de infraestrutura nas quais o clube tinha investido nos anos anteriores. O dinheiro da venda dos destaques do time tinham sido destinados para cobrir a construção de um moderno centro de treinamentos. O complexo esportivo do Bessa foi inaugurado em agosto de 2000, contando também com um estádio e um centro comercial para gerar lucros. “E como já teremos feito todos os investimentos em termos de estruturas, podemos canalizar muito mais receitas para o futebol e vamos estar mais próximos dos grandes”, declarava João Loureiro, à época.

O dirigente cumpriu a promessa, mas mantendo a diretriz de observar muito bem o mercado, sem gastar muito nas transferências. Sobretudo, buscando jogadores brasileiros pouco conhecidos por aqui, tática que se tornou praxe entre as equipes médias portuguesas. Naquela temporada, chegaram aos Panteras nomes essenciais para terminar de formar o elenco campeão e também para repor algumas perdas, em especial a do romeno Ion Timofte, destaque do meio-campo ao longo da década de 1990 que tinha se aposentado.

Jaime Pacheco, o comandante do sucesso

Para a defesa, vieram Marco Aleixo, Rui Óscar, Erivan e Nuno Frechaut – que despontou no Vitória de Setúbal como um dos melhores defensores do futebol local. Trazido do Gil Vicente, Petit chegou para tomar conta do meio-campo com apenas 23 anos. Já no ataque, os artilheiros passariam a ser dois brasileiros: Duda, um dos primeiros jogadores do Corinthians Alagoano a rumar para Portugal, e Elpídio do Santos, promessa frustrada do Atlético Mineiro que tinha feito boa passagem pelo Braga.

Era uma legião de desconhecidos mesmo para o público que não acompanhava tão de perto o Campeonato Português. Mas que veio bater de frente com os estrelados elencos do trio de ferro. Então campeão, o Sporting tinha perdido o volante Aldo Duscher para o Deportivo de La Coruña, mas contava com Schmeichel, Rui Jorge, André Cruz, Paulo Bento e João Pinto, em um grupo ainda muito forte. O Porto também tinha sentido demais a venda de Jardel, o melhor jogador do futebol português naquele momento, para o Galatasaray. Trouxe o atacante Pena para o seu lugar, artilheiro do time que via Deco despontar. Já o Benfica, em um período de entressafra depois de faturar alto com a ida de Nuno Gomes para a Fiorentina, contava com Van Hooijdonk e João Tomás carregando o ataque nas costas.

Um time com os traços de seu treinador

Quando era jogador, Jaime Pacheco ficou conhecido por seu um volante sem muitos predicados técnicos, mas de grande dedicação. E foi assim que o técnico moldou o Boavista para ser campeão. O comandante disciplinador se aproximou dos atletas para montar um time sólido, com muita força defensiva e um jogo mais vertical com a bola. Por mais que o esquema 4-3-3 sugerisse uma aptidão ao ataque, a dedicação na proteção era fundamental. Foi suficiente para conquistar o Campeonato Português, em uma temporada em que os grandes demoraram muito tempo para resolver seus problemas internos.

A virtude na defesa é muito bem traduzida em números: o Boavista sofreu apenas 22 gols em 34 rodadas do Portuguesão. Nos 17 jogos em casa, então, foram somente seis tentos sofridos. Não à toa, a equipe acumulou 16 vitórias dentro do Estádio do Bessa. Uma fortaleza que tinha como principal liderança o goleiro Ricardo, o melhor de sua geração no país. Herói de Portugal especialmente na Eurocopa de 2004 e na Copa de 2006, o camisa 1 salvava a pátria com ótima elasticidade e reflexos. À sua frente, a dupla de zaga era formada por Litos e Pedro Emanuel, enquanto Frechaut era uma opção também para a cabeça de área. Já nas laterais, as opções preferidas eram Rui Óscar e Erivan.

A principal referência do meio-campo era Petit. O volante era a personificação do time aguerrido do Boavista, primando também pela boa saída de bola. Ao seu lado, quem ajudava na proteção era Rui Bento, apelidado de “Pequeno Baresi”. Já a armação das jogadas e o toque de classe eram garantidos por Erwin Sánchez. Dono de uma ótima visão de jogo e boa precisão nos passes, o boliviano anotou oito gols ao longo da campanha.

No ataque, Duda era o ponta esquerda e aparecia bastante para concluir, sendo o vice-artilheiro do time com 10 gols. Do outro lado, porém, Martelinho se consagrou por anotar os tentos mais importantes. E o principal encarregado de mandar as bolas para as redes era Elpídio Silva, que somou 11 gols, ainda que tivesse a sombra de Whelliton na posição.

O domínio na tabela, apesar das suspeitas

O Boavista demorou um pouco a demonstrar que realmente poderia ficar com a taça do Portuguesão em 2000/01. A derrota para o Braga na quarta rodada derrubou o time para a sexta colocação, em uma recuperação que se iniciaria no jogo seguinte contra o Benfica, com o triunfo por 1 a 0. Mas, embora o time fizesse a sua parte no Estádio do Bessa, a falta de vitórias fora de casa segurou a ascensão. Com Pena anotando 13 gols nas primeiras 11 rodadas, o Porto era o time a ser batido.

E foi justamente vencendo o dérbi municipal que o Boavista conseguiu se alçar ao primeiro lugar. Martelinho marcou o gol decisivo no 1 a 0 do Estádio do Bessa, em um jogo que ainda teve Deco expulso. Já na semana seguinte, a derrota dos portistas no clássico contra o Benfica deixou os axadrezados com quatro pontos de vantagem na primeira rodada do segundo turno. A partir daquele momento, ninguém mais conseguiria tirá-los do topo.

Até a confirmação do título, o Boavista só perderia de novo para o Braga. A equipe de Jaime Pacheco segurou o 0 a 0 no reencontro com o Benfica, em Lisboa. Já contra o Sporting, Martelinho se consagraria com o autor dos gols decisivos, garantindo a vitória por 1 a 0 no Bessa aos 44 do segundo tempo. Na penúltima rodada, uma antes da visita ao Porto no Estádio das Antes, os Panteras lideravam com quatro pontos de vantagem. Precisariam vencer em casa o já rebaixado Desportivo das Aves para evitar a “decisão” na casa dos adversários. Sem maiores problemas: 3 a 0 para os alvinegros, com Elpídio Silva e Wheliton decidindo. Com a faixa no peito, o Boavista foi goleado por 4 a 0 pelos portistas com três gols de Deco. Um tropeço que não servia mais para derrubar o time da liderança, com dois pontos de vantagem.

Houve, entretanto, quem questionasse o título do Boavista. A maioria dos torcedores adversários reclamou de uma complacência da arbitragem nos jogos dos axadrezados. Uma suspeita reforçada principalmente pela importância dos ex-dirigentes do clube nos quadros do futebol português. Além de Valentim Loureiro, que presidia a liga, também estavam em posições privilegiadas Pinto Sousa (Conselho de Arbitragem) e Ângelo Brou (vice-presidente da federação). Nada que fosse comprovado ou que tirasse os méritos da equipe de Pacheco na campanha vitoriosa.

Mais duas temporadas em alta, e só

Classificado para a Liga dos Campeões mais uma vez, o Boavista preferiu manter suas forças a fazer extravagâncias no mercado. O clube não conseguiu segurar todos os seus destaques, como Litos, vendido ao Málaga. Todavia, a base foi mantida e os alvinegros foram buscar outros jogadores a baixo custo – a maioria no futebol brasileiro, entre eles Ávalos e Paulo Turra. Tanto que o principal reforço era o atacante Márcio Mexerica, então no Galatasaray.

Mesmo sem gastar, o Boavista foi além das expectativas na Champions. Classificou-se em um grupo que também tinha Liverpool, Borussia Dortmund e Dynamo Kiev. Já na segunda etapa, acabou atrás de Manchester United e Bayern de Munique. E no Portuguesão os axadrezados ficaram com mais um vice-campeonato. Apesar da liderança no início da campanha, o time não conseguiu acompanhar o ritmo do Sporting, que buscou Jardel em Istambul e viu o artilheiro anotando 42 dos 74 gols da equipe.

Eram os últimos momentos de glória do Boavista. A debandada em 2002/03 foi liderada por Petit – que disputou a Copa de 2002 acompanhado por Ricardo e Frechaut. Os Panteras caíram nas preliminares da Champions, eliminados pelo Auxerre, mas compensaram na Copa da Uefa. Deixando pelo caminho Paris Saint-Germain, Hertha Berlim e Málaga, os portugueses foram eliminados apenas nas semifinais, contra o Celtic. Perderam a chance de desafiar o Porto de José Mourinho na decisão. O esforço no torneio continental, porém, atrapalhou a campanha no Campeonato Português. A equipe foi apenas a 10ª colocada, com a metade dos pontos do Porto. Pacheco deixou o comando técnico naquela mesma temporada.

Da terceira divisão ao retorno pela justiça

A partir daquele momento, era impossível competir com o trio de ferro. Por mais que economizasse nas contratações, o Boavista tinha dado um passo muito maior do que as pernas. Desde 1997, o orçamento do time tinha aumentando de 3,5 para 12,5 milhões de euros. Já a ampliação do Estádio do Bessa para receber a Eurocopa de 2004 causou um rombo nos cofres dos alvinegros que se tornou irreversível a curto prazo.

A sangria definitiva no elenco aconteceu em 2004, com a aposentadoria de Erwin Sánchez e Jorge Couto, além das vendas de outros destaques, como Ricardo, Elpídio Silva e Bosingwa – firmado entre os titulares a partir do ano anterior. Quem se aproveitava da situação eram justamente os três grandes, que se dividiam nas compras. Desde então, o Boavista não foi além do sexto lugar no Campeonato Português. E as desgraças se acumulavam fora de campo.

Petit foi o técnico do Boavista

Valentim Loureiro foi um dos implicados pelo escândalo do Apito de Ouro, condenado a quatro anos de prisão. Por tentar coagir e subornar árbitros na temporada de 2003/04, o Boavista foi rebaixado à segunda divisão em 2007/08. Praticamente falido, o clube ainda cairia à terceirona no ano seguinte. E o retorno à elite só foi conquistado na justiça, logo após terem alcançado o acesso à segunda divisão em 2013/14.

Além da vitória nos tribunais que revogou o rebaixamento, o Boavista teve que quitar suas dívidas trabalhistas e fiscais para ser aceito na primeira divisão a partir de 2014/15. Sem deixar a elite nestas últimas sete edições do Campeonato Português, os axadrezados viraram um mero figurante no meio da tabela e correm riscos de rebaixamento na atual edição da liga. Os sonhos são bem diferentes daqueles concretizados no início do século. O passado, de qualquer forma, serve de orgulho a uma torcida que não deixou de acompanhar o time e tem uma história para contar que a maioria absoluta dos concorrentes nunca experimentou: um título nacional.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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