Empresário de Jorge Jesus cobra R$ 21 milhões do Porto pela venda de dois brasileiros
Bruno Macedo, que representa o ex-técnico do Flamengo, protocolou dívidas relativas às transferências de Éder Militão e Felipe em 2019 no Juízo de Execução do Porto
O empresário Bruno Macedo, que trabalha com o treinador português Jorge Jesus, entrou com duas ações contra o Porto, cobrando uma dívida superior a 3,5 milhões de euros (R$ 21 milhões) pela venda de dois jogadores brasileiros.
O valor está relacionado às transferências de Felipe e Éder Militão, que deixaram o clube português em 2019 para jogarem no Atlético de Madrid e Real Madrid, respectivamente.
A dívida foi formalizada em nome de duas empresas ligadas a Bruno Macedo: a Yes Sports, que cobra 2,8 milhões de euros (R$ 17,2 milhões), e a BM Consulting, que reclama o pagamento de 717,8 mil euros (R$ 4,5 milhões).
Em duas ações diferentes, o processo já está em execução no Juízo de Execução do Porto desde a última quinta-feira (22), quando o empresário entrou com a demanda judicial.
Segundo a imprensa portuguesa, a atual diretoria do Porto busca soluções para quitar a dívida. No entanto, pendências com empresários e intermediários são apenas um dos atuais problemas do clube.
Quem é Bruno Macedo, envolvido nas negociações de Militão e Felipe?
Bruno Macedo é um empresário português com forte atuação no mercado de transferências de jogadores e técnicos, especialmente no futebol europeu.
Ele ficou conhecido por intermediar a chegada de Jorge Jesus ao Flamengo, em 2019. Além disso, o empresário representa outros treinadores portugueses renomados, como Vítor Pereira.
No caso das transferências de Felipe e Éder Militão, Macedo atuou como mediador nas negociações entre o Porto e os clubes compradores.
Em 2021, na Operação Cartão Vermelho, Macedo entrou na lista de suspeitos de um esquema de fraude do Benfica, no qual teria desviado 2,5 milhões de euros (R$ 15,4 milhões) em transferências de jogadores no clube.
A Operação Cartão Vermelho é uma investigação do Ministério Público de Portugal, iniciada em julho de 2021, que apura crimes financeiros e fiscais relacionados a fraudes no futebol português. A operação segue em andamento, com prisões preventivas e buscas realizadas em várias residências e sedes de empresas até o momento.
Junto com Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, o empresário teria utilizado um esquema de empresas “offshore” para desviar verbas referentes à compra e venda de atletas entre 2014 e 2019.
Até o momento, o caso segue em investigação, e Bruno Macedo, assim como Vieira, enfrenta graves acusações, incluindo fraude qualificada e lavagem de dinheiro.
Segundo imprensa local, Porto tem dívidas que ultrapassam R$ 3 bilhões
Segundo a apuração do O JOGO em setembro de 2024, o Porto acumula um total de dívidas que ultrapassa os 500 milhões de euros (R$ 3 bilhões) com clubes, fornecedores, agentes e outros credores,
Todos os dados foram obtidos pelo jornal português em documentos internos que revelam uma estratégia para renegociar prazos de pagamento e buscar condições mais favoráveis para quitar as dívidas.
Sob a nova administração, liderada por André Villas-Boas, o clube vem adotando novas medidas para reduzir suas dívidas e ajustas as contas.
Em cinco meses, o clube quitou 45 milhões de euros (R$ 276,75 milhões), com o foco principal no pagamento de valores devidos a clubes que venderam jogadores ao Porto e a fornecedores de serviços.
No entanto, apesar dos avanços recentes, o Porto ainda tem dívidas com agentes e intermediários que acumulam cerca de 47 milhões de euros (R$ 289 milhões).