Portugal

Di María já decidiu sua primeira final na volta ao Benfica, campeão da Supertaça

Depois de um primeiro tempo em que o Porto foi melhor, o Benfica cresceu na segunda etapa e abriu sua vitória com um belo gol do ídolo Di María

O Benfica inegavelmente foi o melhor clube de Portugal na última temporada. O rendimento caiu um pouco na reta final, mas o time de Roger Schmidt apresentou o futebol mais atrativo, com a conquista do Campeonato Português e a campanha excelente na Champions League. O Porto tentou perseguir os rivais, mas não conseguiu uma reviravolta na liga. E a nova temporada começa com outra prova de força das Águias. Nesta quarta-feira, o Benfica conquistou a Supertaça de Portugal. Os benfiquistas garantiram a vitória por 2 a 0 no Estádio Municipal de Aveiro, depois de um primeiro tempo que pendia aos portistas. Um dos reforços da equipe encarnada, Ángel Di María deu mais uma prova da estrela que possui em finais, com o primeiro gol da noite.

O Benfica se reconstrói depois da saída de Gonçalo Ramos rumo ao Paris Saint-Germain. Arthur Cabral deverá ser o substituto, mas por enquanto Roger Schmidt atuou com Rafa Silva improvisado à frente. A escalação encarnada tinha Orkun Kökçü e Ángel Di María entre os reforços entre os titulares. Do outro lado, o Porto contava com Mehdi Taremi e Danny Namaso no ataque, além de uma legião nascida no Brasil – Pepê, Pepe, Otávio e Galeno.

Di María resolve

A partida seria intensa desde o primeiro tempo, mesmo sendo apenas a Supertaça. Não demorou para os dois rivais se estranharem, com a distribuição de amarelos nos primeiros minutos. O Porto era mais agressivo, com uma sequência de finalizações perigosas de Galeno. O Benfica demorou a se encontrar na primeira etapa e só melhorou depois dos 20 minutos. Kökçü chegou a enfileirar marcadores, mas não finalizou bem. As principais chances eram dos portistas, quase sempre por iniciativa de Galeno. A intensidade do Dragão era maior, faltava só melhorar os arremates.

O Benfica fez um primeiro tempo previsível, sobretudo em sua criação. Não à toa, Roger Schmidt voltou para o segundo tempo com mudanças, ao acionar Petar Musa e David Jurásek no banco. Teria um homem de referência no ataque. A melhora dos encarnados se tornou notável. E o volume ofensivo rendeu o gol aos 16 minutos, no talento de Di María. Pepê saiu jogando errado e Kökçü acionou o argentino na direita. Como de costume, o ponta brilhou numa final, com um tapa colocado longe do alcance de Diogo Costa.

O Porto tentou mexer no time, mas tomou o segundo gol pouco tempo depois, aos 23. Petar Musa dominou a bola na frente, recebeu a devolução de Rafa Silva e fuzilou Diogo Costa. Com o placar consolidado, o Benfica pôde diminuir um pouco mais o ritmo e administrar o resultado. Os portistas tiveram dificuldades para buscar a reação e mesmo para criar oportunidades.

Arbitragem rouba a cena

Já nos minutos finais, o protagonismo ficou com a arbitragem, que atravancou a partida. Primeiro, Pepe foi expulso de maneira exagerada, com um vermelho direto determinado pelo VAR. Depois, Galeno anotou um golaço para descontar e o lance foi corretamente anulado por toque de mão anterior. A esta altura, os membros do Porto estavam possessos e Sérgio Conceição foi expulso por reclamação. O treinador se recusava a sair do campo e a confusão deixou o jogo parado por mais de cinco minutos. Depois disso, não havia mais clima para a bola rolar, só para a festa encarnada.

O Benfica chega a nove títulos da Supertaça de Portugal, numa competição na qual o clube tem mais vices que troféus. O Porto é o grande campeão do torneio, com 23 canecos. O Campeonato Português começa no próximo final de semana. Tanto Porto quanto Benfica estreiam na segunda-feira. Os portistas encaram o Moreirense, enquanto os benfiquistas pegam o Boavista.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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