Mundial de Clubes

River Plate deu sopa demais ao azar e, nos pênaltis, o Al Ain está na final

As coisas mudam muito rápido no futebol. Menos de dez dias depois da maior vitória da sua história, o River Plate tem que amargar um vexame. Nesta terça-feira, o campeão sul-americano entrou em campo para enfrentar o Al Ain, representante do país sede no Mundial de Clubes. E, depois do empate por 2 a 2, nos pênaltis, foi derrotado nas semifinais, antes de ter a chance de medir forças com o Real Madrid – ou com o Kashima Antlers.

Essa partida era uma armadilha para o River Plate. Não pela questão técnica porque, com exceção do brasileiro Caio, não existe muito disso no time do Al Ain, que chegou a estar perdendo por 3 a 0 dos amadores do Team Wellington. Mas principalmente pelo mental. Depois de todo o estresse da final da Libertadores e do êxtase do título que nunca será equiparado, um certo relaxamento era de se esperar.

E relaxar, por um minuto que seja, em uma partida eliminatória é muito perigoso, contra qualquer adversário. Tanto que quem abriu o placar foi o Al Ain. Um escanteio fechado que Armani não conseguiu cortar. A bola bateu em Pinola e Berg e depois foi empurrada às redes por Ahmed Barman. O árbitro decidiu dar o gol para o sueco.

 

O susto funcionou para colocar o River Plate nos eixos. A virada chegou com tranquilidade e dois gols de Santos Borré. Empatou, aos 10 minutos, desviando a finalização e Lucas Pratto. Logo na sequência, fez o segundo. Recebeu o passe de Pity Martínez e tocou com precisão entre o goleiro e a trave.

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A intensidade do River baixou. Permitiu que o Al Ain chegasse com perigo, e Armani fez uma boa defesa em chute de Al Shahat. Os anfitriões reclamaram de um pênalti em toque de mão de Palacios, que levantou o braço e de fato encostou na bola. Antes do intervalo, El Shahat chegou a balançar as redes, mas o apitador assinalou impedimento. O jogador do Al Ain estava, de fato, adiantado. A discussão é se o desvio em um marcador do River Plate anula a posição irregular ou não. O italiano Gianluca Rocchi revisou as duas jogadas no assistente de vídeo e decidiu ambas contra o Al Ain.

As polêmicas de arbitragem não serviram para acordar o River Plate. No começo do segundo tempo, Caio fez uma linda jogada para empatar. Tabelou com Shiotani, entrou na área, driblou Maidana e bateu no canto de Armani. O goleiro Khalid passou a trabalhar com mais frequência. Borré teve duas oportunidades em seguida bloqueadas pelo arqueiro. O River forçava a bola em profundidade, tentando aproveitar a lentidão da defesa adversária.

 

Aos 25 minutos, conseguiu um pênalti. Ahmed realmente derrubou Casco. Pity Martínez teve a oportunidade de tranquilizar os argentinos, mas explodiu a sua cobrança no travessão. Sem grandes emoções depois disso, a partida foi para a prorrogação. Que também não foi muito movimentada. No finalzinho, a mehor chance do tempo extra caiu nos pés de Ahmed, que desviou cobrança de falta, à queima-roupa, e Armani precisou fazer uma excepcional defesa.

 

Nos pênaltis, a diferença técnica entre os dois times não faz tanta diferença. Os nove primeiros cobradores converteram seus chutes. Enzo Pérez teve a chance de empatar em 5 a 5, mas Khalid pulou para defender. Pela quarta vez desde a vitória do Mazembe contra o Internacional, em 2010, o representante sul-americano não passa da barreira das semifinais. E essa é uma das mais doídas porque, depois de muito tempo, havia uma certa expectativa de que o River Plate poderia fazer frente ao combalido Real Madrid. Agora, essa missão fica com o Al Ain ou com o Kashima Antlers.

 

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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