Mundial: Radicados nos EUA, ex-jogadores do Palmeiras se assustam com ‘novo’ clube e torcida
Jogadores com passagem pelo Palmeiras escolheram os Estados Unidos para terminar a carreira ou curtir aposentadoria

Para muitos, os Estados Unidos são o Eldorado. O lugar onde é possível encontrar o que mais se aproxima da vida ideal para se viver os anos derradeiros. Em especial aqueles com muitos recursos financeiros.
E poucas carreiras proporcionam condição financeira tão confortável quanto a dos jogadores de futebol. Não é por acaso que muitos deles escolhem o país da América do Norte quando param de jogar. Ou mesmo antes de parar, quando se encaminham para os últimos anos.
Messi, Busquets, Alba e Suárez, que enfrentaram o Palmeiras, passaram por lá. Bem como Beckham, Kaká, Schweinsteiger e o ex-palmeirense Thiago Martins.
Grande, o Palmeiras nunca deixou de ser. Mas, de 2002 até o meio da década seguinte, o Verdão viveu uma época difícil. E o atual jogador do New York City FC viu de perto a mudança.
— Essa reestruturação, a mudança do centro de treinamento para mim, foi uma coisa assim fora do comum, porque o quão grande e a qualidade não só dos profissionais, mas de tudo ali dentro. Então, eu tive a oportunidade de estar ali naquele momento, de ver essa transição — disse o ex-jogador ao programa “PodPorco”.
Thiago chegou ao Palmeiras em 2013, antes de o clube começar a virada de chave que o colocou nos lugares mais altos do Brasil em termos de organização e estrutura. Algo que o atual clube de Thiago está longe de ter. Mas não se trata apenas de um problema do New York, diz o jogador.
— Não dá para comparar com o Palmeiras. O Palmeiras está muito à frente dos clubes americanos, muito na frente do que a gente tem aqui. Nós temos uma estrutura legal. Mas, ao mesmo tempo, o Palmeiras está em outro nível, é primeiro mundo. É grandioso, e é por isso que também está colhendo os frutos — afirma.
A torcida do Palmeiras também causou boa impressão nos EUA. Os colegas de equipe de Thiago se espantaram com as festas que os alviverdes promoveram:
— Eles me disseram “Pô, todo lugar que eu fui em Nova York, só tem palmeirense. E eu falei assim: “Irmão é isso”. Aí, quando eu postei no Instagram o vídeo (da Times Square), os caras falaram assim: “Pô, torcida do Palmeiras é foda”. E eu falei assim: “É irmão, é diferente” — contou ele.

As vacas engordaram
Outro a se impressionar com a atual dimensão do Palmeiras foi o ex-atacante Lenny, campeão estadual pelo clube:
— Hoje em dia, a vaca tá gorda, né? Naquela época, a vaca era diferente. Esse Paulista (2008) foi importantíssimo para uma geração de palmeirense — disse.
Radicado em Miami, o ex-atacante também do Fluminense tem uma empresa de aluguel de automóveis. E teve sua frota inteira alugada por torcedores das duas equipes que atuaram na cidade durante a Copa do Mundo de Clubes.
— Eu segurei um pra mim, pra não ficar sem. Sobraram só umas motos — contou.
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Embaixador do Palmeiras na Copa
Mas se o assunto é ex-jogador do Palmeiras na Copa, ninguém supera o ex-zagueiro Cléber. Camisa 4 do Alviverde entre 1993 e 1999, Clebão é o embaixador do Palmeiras no Mundial.
O jogador inclusive representou o Verdão no sorteio dos grupos que colocou Porto, Inter Miami e Al Ahly no caminho do seu clube do coração. Embora seja mineiro e tenha sido revelado pelo Atlético-MG, Cléber adotou o Palmeiras como seu.
Tanto em Nova York quanto na Flórida, onde mora, Cléber participou de ações promocionais com patrocinadores do clube e festas com torcedores.
— Eu tô impressionado, cara. Tá de parabéns, Sociedade Esportiva Palmeiras — disse ele, durante participação no “Palmeiras Cast”, podcast oficial do clube.
Cléber contou à Trivela que recebeu uma ligação direta da presidente Leila Pereira para ser o embaixador do Palmeiras durante o torneio.
— Pô, me senti muito orgulhoso, muito feliz aqui nos Estados Unidos. Então, eu acho que é uma oportunidade novamente que Deus está me dando de estar no Mundial participando, porque daquele outro, eu participei só como torcedor — relembrou o jogador.
Em 1999, por conta de uma lesão, Cléber perdeu a vaga de titular para Roque Júnior a partir do fim do primeiro semestre, ficando apenas no banco de reservas no jogo de Yokohama.
Ao “PodPorco”, Clebão também falou sobre a festa da torcida nos EUA:
— Estamos chocando o mundo né? O comportamento da torcida do Palmeiras realmente tem sido de tirar o chapéu. E eu acho que já é uma realidade. Esse clube que cada vez mais investe na sua infraestrutura realmente chegou num patamar que daqui pra frente (só deve crescer).

Cléber acredita que a atual Copa será apenas a primeira no novo formato:
— O (presidente da Fifa, Gianni) Infantino foi muito bem. Sem dúvida nenhuma, essa Copa Mundial de Clubes é a primeira de muitas que virão, porque realmente tem sido um sucesso. Os estádios estão cheios, e eu acho que, para as próximas, a tendência é superar essa primeira.