Três zagueiros de novo? Por que Fluminense pode repetir estratégia contra Al-Hilal
Renato Gaúcho optou por escalação inédita no comando do Tricolor para passar pela Internazionale

Após a classificação heroica sobre a Internazionale, o Fluminense terá outra ladeira a subir, mesmo que seja menor, nas quartas de final. O Tricolor duela com o super-rico Al-Hilal nesta sexta-feira (4) e, como fez no jogo anterior, pode repetir a estratégia que fez a diferença para superar a vice-campeã europeia.
Frente a um time acostumado a jogar com três zagueiros, Renato Gaúcho optou pela primeira vez desde que chegou ao clube em utilizar um trio na zaga, espelhando o adversário em um 3-5-2 que evitava superioridade numérica do clube de Milão em qualquer setor do campo.
🗣️ 'A coisa que eu mais entendo é de parte tática'
— Trivela no Mundial de Clubes 🏆 (@trivela) June 30, 2025
Renato prova mais uma vez que entende, sim, de futebol ao armar um Fluminense que amarrou a Inter #trivelamundial https://t.co/OqpW8ibKJ6
Essa formação foi a mesma que optou o time saudita em sua última partida, quando também venceu um adversário no papel muito superior, o temido Manchester City de Pep Guardiola.
O técnico Simone Inzaghi, após atuar toda fase de grupos com linha de quatro defensores como seus antecessores Mohammad Al-Shalhoub (interino) e Jorge Jesus, recorreu ao esquema que fez muito sucesso justamente na Inter de Milão entre 2021 e até maio deste ano.
O italiano ousou ao, na linha de três, só escalar Koulibaly como zagueiro de origem. O volante Rúben Neves era o defensor central, tendo o lateral-esquerdo Renan Lodi ao lado. Com isso, Cancelo e Al-Harbi foram os alas.
A diferença entre os esquemas esteve no ataque. Ao invés de dois atacante, usou apenas Marcos Leonardo como centroavante, tendo Malcom e Nasser Al-Dawsari saindo do lado para dentro.

Caso queira espelhar o Al-Hilal como fez com a Inter, o Fluminense de Portaluppi pode optar por baixar Jhon Arias para recompor na ponta direita, Nonato cai para esquerda, e deixar Cano sozinho na frente.
A boa postura do Fluminense com três zagueiros contra a Internazionale
Mesmo que o time italiano tenha terminado com mais posse de bola e finalizações no jogo das oitavas, o Flu foi absolutamente seguro defensivamente defendendo sua área e não cedendo muitas chances ao rival em zonas próximas à meta de Fábio.
De quebra, o lado brasileiro manteve o perigo ofensivo com escapadas de Arias e, além dos dois gols, teve outro anulado e duas boas chances de ampliar.
— O momento que tomei a decisão de armar esse esquema foi após assistir ao jogo da Inter. No dia seguinte eu conversei com o grupo, comecei a treiná-los, em todos os sentidos, conversei bastante com os líderes do grupo essa ideia. Nós treinamos bastante a parte tática, bola parada — explicou Renato Gaúcho na coletiva após o jogo.

A base da Inter no 3-5-2 perdurou pelas quatro temporadas de Inzaghi em San Siro. Com pouco tempo para treinos, o recém-chegado Cristian Chivu manteve o legado e os princípios do comandante anterior, o que pode ser um trunfo para a preparação do lado brasileiro.
— Mudei o sistema também porque a Inter é um time muito alto. Não só os zagueiros, mas uma equipe forte, alto, com poderio muito grande na bola aérea, tanto defensivamente como ofensivamente. Eu sabia que tinha que mudar o esquema, espelhar o time e levantar a altura do meu time, para que a gente pudesse competir com eles — apontou em outro trecho da coletiva.
Vale citar que é possível um cenário de nenhum dos times utilizarem três zagueiros já que, em ambos os lados, só aconteceu uma vez em quatro jogos como uma resposta aos adversários.
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Tricolor, porém, enfrenta cenário diferente contra Al-Hilal
Diferentemente da Inter, que entrou no jogo para dominar 100% a bola, o time saudita pode ser mais adaptativo. Pela presença de Malcom e Marcos Leonardo, o Al-Hilal tem uma capacidade física grande para puxar contra-ataques e pode se sentir confortável sem a bola, como fez frente ao City.
A postura dos asiáticos é diferente dos italianos que, mesmo podendo jogar de outra forma, estavam exaustos pela temporada europeia e se pouparam mais tendo a posse.
Isso traz desafios ao Flu se, por exemplo, sair cedo atrás no placar e precisar se lançar ao ataque contra os asiáticos, cedendo espaço para um contragolpe que possa ser fatal. O natural, porém, é o jogo começar com o time da Arábia Saudita tendo o controle da bola e o outro lado na tentativa de ser letal quando atacar.
As respostas só serão reveladas na próxima sexta, a partir das 16h (horário de Brasília). O vencedor do confronto enfrenta Palmeiras e Chelsea, que jogam no mesmo dia, às 22h.