Mundial de Clubes

Não foi o gol: Paiva analisa problema defensivo do Botafogo contra o Atlético

Glorioso sofreu com pressão do Atlético de Madrid e derrota deixou o clube na segunda colocação do Grupo B do Mundial

A classificação do Botafogo para as oitavas de final do Mundial de Clubes veio com derrota por 1 a 0 para o Atlético de Madrid, nesta segunda-feira (23), no Rose Bowl. Apesar de só ter sofrido o gol na reta final da partida, a atuação defensiva do Glorioso não agradou o técnico Renato Paiva. E o problema, segundo o próprio treinador, não foi o gol de Griezmann.

Com a vantagem de poder perder por até dois gols de diferença, o Botafogo até começou bem a partida, teve chance para abrir o placar e cedeu poucas oportunidades claras para o Atlético de Madrid.

No entanto, o cenário mudou no segundo tempo. O Botafogo cedeu a pressão do Atlético, foi pressionado contra a própria área e pouco conseguiu sair para o jogo.

Para Renato Paiva, o problema do Botafogo esteve na forma como a equipe se defendeu. De acordo com o treinador, o time ficou muito próximo a sua área e não conseguiu segurar a bola.

— Sabíamos que jogaríamos contra uma grande equipe. Não nos defendemos tão bem, não por causa do gol que sofremos, mas às vezes avançávamos cedo demais, muito próximo da nossa área, mais do que eu queria na verdade. O tempo passa, e o resultado entra na cabeça, isso influencia a forma como jogam. Quero ter mais posse de bola, especialmente nos momentos de transição, decidir melhor. O Savarino teve a primeira oportunidade. Passamos, mas não foi um jogo tão bom — afirmou Renato Paiva em entrevista coletiva.

Paiva ainda afirmou que o Botafogo “sofreu mais do que queria”. Segundo o treinador, com o passar da etapa final, os jogadores naturalmente diminuem o ritmo e passam a pensar na classificação, com o resultado embaixo do braço.

O que não gostei foi do segundo tempo. É normal, o Atlético de Madrid buscava o resultado, só tinha 45 minutos. Normalmente, colocaria mais jogadores à frente e nossa equipe, com o cansaço e a parte mental de que só restam 45, começa a jogar com o resultado geral da classificação e diminuir um pouco mais (o ritmo), acumulando muita gente perto da área. Logicamente, quando Simeone faz as substituições, fica claro o que ele quer deixando Griezmann, Sorloth e Álvarez, e acumulando gente por fora para chegar ao meio. Sofremos mais do que eu queria, queria ter tido mais posse. Esse foi o problema do segundo tempo. Mas quando conseguimos (manter a posse de bola), fomos muito perigosos. Me lembro de duas belas defesas de Oblak. Não gostamos de perder, mas aí estamos contra a maioria das previsões do Brasil e pelo mundo afora, classificados — analisou Paiva.

Derrota deixou o Botafogo em segundo no grupo (Foto: Icon Sport)
Derrota deixou o Botafogo em segundo no grupo (Foto: Icon Sport)

Renato Paiva comemora classificação do Botafogo

Apesar das críticas à atuação do Botafogo no segundo tempo da partida, Renato Paiva, é claro, exaltou a classificação do Botafogo no “grupo da morte” do Mundial de Clubes. O treinador ainda brincou sobre as previsões de que o Glorioso seria eliminado na fase de grupos.

— Atlético de Madrid é um elenco fortíssimo, equipe top da Europa e acaba por não ser o jogo que queríamos em termos de resultados. Fica a classificação. E agora vou ser incisivo e irônico: se o Renato Paiva tivesse dito no Brasil que passaríamos por esse grupo, ele seria esculachado à quinta da casa por todo mundo. Mas fizemos o que ninguém estava esperando e temos que valorizar isso para o torcedor do Botafogo, que tem que estar orgulhoso desse grupo e do futebol brasileiro também — finalizou Renato Paiva.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
Botão Voltar ao topo